30.4.15

Notas do Benfica - Porto

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- O primeiro comentário que me merece o "jogo do título 14/15" refere-se à superioridade do processo defensivo de cada uma das equipas. Para se ter uma noção relativa dos problemas que ambos os ataques sentiram, e comparando com o vasto número de jogos que tenho analisado, este situar-se-ia claramente no percentil mais baixo no que respeita ao número de abordagens às zonas de finalização. Excepcionalmente fechado, portanto!

- No plano mediático há a tentação para associar a pouca proximidade com o golo - e, consequentemente, o baixo entretenimento dos jogos - com a falta de qualidade do futebol das equipas. Naturalmente, porém, essa não é uma relação tão linear. No caso, Benfica e Porto reclamam para si grande mérito pela forma como, quer uma quer a outra, conseguiram condicionar os ataques contrários, não sendo fácil para nenhuma equipa do mundo consegui-lo, tendo em conta o nível técnico dos jogadores de ambas as equipas. Por outro lado, exigir-se-ia mais dos respectivos processos ofensivos, que vêm revelando problemas - ainda que distintos - desde o inicio de temporada. No caso do Benfica, as limitações no inicio de construção, com a equipa a sentir muitas dificuldades em levar o seu jogo para o último terço de campo, perante equipas com mais capacidade pressionante. O Porto, por seu lado, parece-me de há muito tempo a esta parte uma equipa mal trabalhada no processo ofensivo, nomeadamente pelas opções de Lopetegui em relação ao ataque posicional da equipa. Neste jogo, porém, o treinador espanhol teve uma abordagem diferente e da qual sou crítico, como explicarei mais adiante...

- Relativamente ao Benfica, Jesus voltou a não confiar na sua construção baixa, como aliás seria de esperar tendo em conta o contexto em que o jogo se disputava. Assim, e tal como já acontecera no Dragão, o Benfica voltou a apostar bastante nas reposições mais longas e nos duelos a meio do campo para levar o jogo para zonas mais altas do terreno, evitando assim o risco de perdas comprometedoras na sua fase de construção. O problema é que o Benfica de hoje não tem também grande força nesta alternativa, porque não tem uma referência para a primeira bola, como Cardozo foi durante muito tempo, e porque o seu meio campo não contava com jogadores com a propensão que Matic, Javi Garcia ou Enzo Perez tinham para os duelos mais directos. Este é um problema que não vem ao de cima na generalidade dos jogos da época, essencialmente pela baixa exigência da liga portuguesa, mas que repetidamente afectou a equipa nos confrontos frente a adversários mais fortes, onde o Benfica 14/15 teve um desempenho a meu ver muito fraco. Um problema que neste jogo acabou por não ser muito relevante, tendo em conta o arrastar do nulo e o interesse da equipa nesse resultado, mas para o qual o Benfica deverá procurar melhor resposta em 15/16...

- Como referi acima, tenho perspectiva crítica das opções de Lopetegui para este jogo, em particular relativamente à vertente estratégica e às opções que tomou para o seu meio campo. Contextualizando, o Porto tinha pela frente uma equipa cujo processo defensivo aposta muito no encurtamento do espaço interior através da subida da linha defensiva. Ora, o risco desta abordagem, reside logicamente na exposição espacial que o Benfica tende a oferecer nas suas costas (isto, mesmo sendo a equipa de Jesus reconhecidamente forte na gestão dessa situação), e logo parecia-me inevitável que a profundidade fosse um aspecto chave da abordagem estratégica de Lopetegui. Acontece que o treinador espanhol optou precisamente por ignorar por completo a possibilidade de explorar a profundidade, preferindo exacerbar a sua presença no espaço que o Benfica estrategicamente fecha pelo seu jogo posicional. É curioso, de resto, porque durante quase toda a época Lopetegui pareceu negligenciar bastante o jogo interior, nomeadamente mantendo os extremos permanentemente colados à linha. Desta vez, e em absoluto contraste com o registo anterior, o Porto apresentou-se com a largura a ser dada sobretudo pelos laterais, e com Oliver e Brahimi tendencialmente em zonas interiores. Ora, pessoalmente esta até me parece uma disposição posicional mais benéfica para a equipa, mas não com a perda total de elementos que lhe ofereçam profundidade, e sobretudo não neste jogo! Se alisarmos o jogo do Dragão, por exemplo, veremos que grande parte dos desequilíbrios que a equipa conseguiu foram conseguidos pelos movimentos de trás para a frente dos médios, onde Herrera, especialmente, mas também Oliver se têm revelado bastante competentes. É um tipo de movimento que cria muitas dificuldades aos médios do Benfica, e para o qual Samaris e Pizzi não parecem muito vocacionados para responder (ao contrário do que acontece, por exemplo, com Fejsa ou Amorim). Lopetegui abdicou disso tudo e, a meu ver sem explicação perceptível, optou antes por preencher a caixinha de terreno que Jesus previsivelmente iria fechar. Corrigiu parcialmente na segunda parte, é verdade, mas não só perdeu valioso tempo num jogo tão importante, como nunca chegou a ter em campo as características ideais para fazer face ao desafio que tinha pela frente.

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24.4.15

Notas (antevisão do Benfica-Porto e Champions)

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- Mesmo com uma semana tão intensa como a que tivemos ao nível das provas europeias, talvez faça sentido começar por escrever sobre o clássico, que irá com grande probabilidade definir o campeão português em 14/15. É curioso verificar que a diferença pontual com que as equipas partem para este jogo é de 3 pontos, o que significa que o que distingue Porto e Benfica na tabela é, nesta altura, apenas o jogo entre ambos no Dragão. Ou seja, e perante a possibilidade real de que, quer Benfica quer Porto, se venham a impor nos restantes jogos que o calendário lhes reserva, temos aqui em perspectiva um campeonato que apesar de ter 34 jornadas se encontra perante uma decisão em tudo idêntica a uma eliminatória disputada a duas mãos. O Benfica venceu a primeira por 0-2, e o Porto precisa agora de reverter esse resultado para que as suas perspectivas sejam optimistas, caso contrário será sempre o Benfica a ter tudo para revalidar o título. Este é um cenário que não é tão improvável como à partida possa parecer, tendo em conta o desnível competitivo que a Liga Portuguesa vem revelando. É que, e creio já ter escrito sobre isto, quanto maior for a diferença dos candidatos ao título para as restantes equipas, maior a importância relativa que se pode esperar dos duelos directos para o apuramento do campeão, e logo mais a decisão se pode aproximar de uma competição a eliminar. Outra consequência importante deste cenário é que a regularidade da prova não tem grande capacidade para testar e diferenciar a qualidade das equipas, podendo com mais facilidade uma equipa que não seja necessariamente a melhor, sagrar-se campeã (o que pode ser uma oportunidade para algumas equipas, note-se). Enfim, é esta a realidade da liga portuguesa actual, que conceptualmente não me parece ser a melhor para o seu desenvolvimento, mas que, tenho que reconhecer, é aquela que mais vai ao encontro das pretensões da massa adepta, praticamente dividida entre 3 clubes, e que deseja ver os seus emblemas a ganhar o mais possível, tendo depois alguns jogos decisivos como prato forte da temporada.

- Indo mais concretamente ao jogo, parece-me inegável que o Benfica tem tudo a seu favor. O factor casa, a possibilidade de ter tido uma semana para preparar o encontro, ao contrário do seu adversário, e o conforto de jogar com vários resultados que lhe são favoráveis, relembrando que o Porto vai precisar de vencer por pelo menos 2 golos para anular a vantagem com que o Benfica parte para uma fase já bastante terminal do campeonato. Neste sentido, este será um desafio enorme para o Porto, que joga na Luz a sua derradeira cartada da temporada. Do ponto de vista táctico, será interessante perceber até que ponto as equipas irão procurar impor-se pela posse e pelo domínio territorial, mas é bastante provável que ambas o tentem fazer. O Benfica, porque joga em casa e não quererá abdicar da sua identidade habitual. O Porto, porque para além de ter naturalmente essa vocação, tem também a obrigatoriedade de vencer, não fazendo sentido outra coisa que não seja procurar impor-se territorialmente. Uma coisa é certa, haverá apenas uma bola, pelo que mesmo que ambas as equipas o tentem fazer, não será possível às duas impor-se da forma que provavelmente mais pretenderão...

- Voltando, então, atrás e às eliminatórias da Champions, começo pela decepção portista, em Munique. A principal critica, após o jogo, residiu na forma menos afoita como o Porto abordou o seu pressing, nomeadamente comparativamente com a primeira mão. Pessoalmente, concordo com essa critica, mesmo se não me parece haver qualquer garantia de que com outra abordagem a goleada pudesse ter sido evitada. Pelo contrário, os espaços até podiam ser maiores se essa pressão fosse superada pelo Bayern. O que penso, porém, é que seria sempre muito difícil ao Porto sobreviver a 90 minutos de sufoco, relegando o seu bloco para zonas mais baixas durante tanto tempo, pelo que provavelmente compensaria assumir mais alguns riscos, tendo como objectivo provocar o erro do adversário na sua circulação mais baixa. Quanto ao Bayern, fez um jogo fantástico e que em qualquer caso seria muito complicado de contrariar por parte do Porto. Como escrevera, o resultado da primeira mão não deveria ser sobrevalorizado, porque as diferenças de valor entre as equipas eram amplas, e porque o próprio Bayern vinha dando bons sinais de vitalidade na competição interna, mesmo com as ausências de Robben e Ribery. De todo o modo, e sem pôr aqui em causa o enorme mérito que teve o Bayern, refiro o mesmo que referi para o Porto na primeira mão. Ou seja, o resultado só se precipitou para tamanho desnível porque, e tal como acontecera com os portistas na primeira mão, quase tudo saiu bem aos bávaros em termos de finalização.

- O sorteio das meias-finais ditou o confronto que pessoalmente mais desejava ver, entre Bayern e Barça. É um duelo que, a meu ver, tem tudo para provocar dilemas às duas equipas, sendo complicado de projectar um vencedor, ainda que me pareça a maior qualidade individual do Barça lhe oferece uma vantagem que poderá ser importante. A primeira questão será a da posse de bola. Apesar de ser o Barça quem tem jogadores com mais capacidade para dominar o jogo pela posse, creio que será o Bayern quem tem mais probabilidade de se afirmar territorialmente, pela importância que Guardiola atribui a esse aspecto do jogo. Mas Guardiola saberá também que ao assumir a sua identidade estará a correr mais riscos do que nunca, pressionando adversários que são fortíssimos tecnicamente, e dando espaço a jogadores que são quase imparáveis quando o têm. Resta saber que especificidades introduzirá Guardiola para o embate contra a sua ex-equipa... Quanto ao Barça, como escrevi parece-me que em princípio a mais-valia individual dos seus jogadores lhe confere uma vantagem potencialmente importante, mas a equipa de Luis Enrique tem dois grandes testes nesta eliminatória. O primeiro é a capacidade de compromisso dos seus jogadores, porque frente a uma equipa que trabalha tão bem (e com tanta gente!) o processo ofensivo, será preciso defender bem mais do que é hábito. O segundo tem a ver com a valorização da posse de bola, porque o Bayern fará tudo para a recuperar tão rápido quanto possível, e se o Barça conseguir contornar esse obstáculo anulará grande parte das pretensões do seu adversário, sendo que se não o fizer o Bayern levará o jogo para onde quer que ele vá.

- Sobre a outra meia-final, dizer que o favoritismo do Real é óbvio. E aqui, quero ser claro sobre um ponto. O futebol de Real, Barça e Bayern é tão superior e inatingível para a generalidade das equipas, não porque estas sejam más ou tenham regredido em relação ao passado. O que aconteceu foi que, de há cerca de 6 anos a esta parte, houve um salto qualitativo enorme destas três equipas, que se projectaram para patamares qualitativos praticamente sem paralelo em toda história do futebol. O Barça, a partir da entrada de Guardiola e com a explosão de Messi, o Real com a chegada de Ronaldo e a segunda "era galáctica", e o Bayern sobretudo após a entrada de Guardiola. Podemos ver isso claramente, se olharmos ao que fazem hoje Barça e Real internamente, em termos de pontos e número de golos, e compararmos com que acontecia anteriormente. Neste sentido, a Juventus como outras equipas não são outsiders nesta corrida por serem equipas medíocres ou desmerecedoras da História do seu emblema, apenas não conseguiram acompanhar a evolução que se verificou nos outros 3 casos e por isso as suas dificuldades de afirmação no plano europeu são hoje bem maiores do que no passado.

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17.4.15

Notas da semana (Champions e Premier League)

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- Há alguns meses partilhei aqui as minhas expectativas elevadas relativamente ao desempenho do Porto nesta fase terminal da Champions, e depois deste jogo acredito que a equipa de Lopetegui já terá superado aquilo que praticamente todos esperavam dela nesta competição. Pessoalmente não faço uma valorização excessiva do jogo, que foi de facto muito bem conseguido por parte da equipa portista, nomeadamente no aproveitamento de algumas fragilidades especificas do Bayern, mas que na minha leitura foi também muito marcado por dois lances no arranque da partida e que definiram a vantagem azul-e-branca. Relativamente à eliminatória, diria que o Porto conseguiu para já o difícil feito de anular o favoritismo bávaro, mas não iria mais longe do que a divisão de possibilidades para que cada equipa esteja presente nas meias-finais. Vencer o Bayern foi já de si um grande feito, mas sobra ainda ao Porto a difícil tarefa de sobreviver à segunda mão frente a uma equipa que, é bom não esquecer, era colocada por muitos como a principal favorita ao título europeu, nomeadamente à frente de super equipas como Barça e Real. Espera-nos um grande jogo, portanto!

- Ainda sobre o Bayern, havia escrito aqui a propósito da recente derrota frente ao Monchengladbach, onde a equipa revelou enormes dificuldades, sobretudo após a saída de Robben. No mesmo sentido, também já havia partilhado aqui as minhas dúvidas relativamente aos riscos que o modelo de jogo da equipa assume, nomeadamente por me parecer que a competição interna pode não servir de teste para os desafios que o nível de exigência da fase final de Champions. No entanto, não posso deixar também de escrever que a equipa realizou um excelente jogo no fim de semana, na minha opinião dos mais conseguidos por parte da equipa de Guardiola esta temporada, mesmo sem ter Robben e Ribery. Ao contrário do que acontecera na tal derrota frente ao Borussia, o Bayern foi capaz de criar alternativas à ausência dos seus principais desequilibradores, nomeadamente usando mais o corredor central, parecendo estar a responder bem às ausências importantes que afectam a equipa nesta altura. E isto serve tanto para reforçar o mérito do Porto, como para alertar de novo para a exigência da segunda mão. É evidente, porém, que por muito bem que a equipa reaja colectivamente, será sempre muito complicado manter o potencial e a capacidade de desequilíbrio perante a privação de duas unidades como Robben e Ribery, e isso parece-me uma ideia praticamente incontornável.

- Ainda nos quartos-de-final da Champions, nota para o duelo madrileno. O caso do Atlético nos tempos mais recentes é excepcional a todos os níveis, e coloca-nos também perante algumas questões interessantes e bastante invulgares. Por exemplo, que importância poderíamos atribuir aos vários duelos que estas equipas já travaram esta época, onde o Atlético saiu sempre por cima, na projecção desta eliminatória? Normalmente, o Real seria um favorito indiscutível, se tivermos em conta a diferença de potencial ofensivo que as equipas revelam semana após semana, mas será mesmo assim tão claro? Uma coisa é certa, pouca gente se dirá surpreendida se a equipa de Ancelotti sair já de cena nesta prova, e aqui incluo também aqueles que menos apreciam o futebol da equipa colchonera. Sobre o momento das duas equipas em causa, diria que não pode surpreender o ascendente do Real na primeira mão, tanto mais que a presente fase do Atlético não me parece ser a melhor. Ainda assim, e volto de novo ao que escrevi acima, não seria uma grande surpresa se o Atlético conseguisse aquilo que para quase todos é uma tarefa praticamente impossível, ou seja neutralizar um dos ataques mais poderosos da história do jogo.

- Uma referência, ainda, para o duelo entre Mónaco e Juventus, cuja primeira mão não pude acompanhar com detalhe. Primeiro, para fazer notar que a equipa de Leonardo Jardim me parece hoje mais forte do que numa fase mais inicial da temporada. Aliás, numa das últimas vezes que escrevi sobre a equipa, referi que dificilmente iria entrar na luta pelos 3 primeiros lugares da Ligue 1, e a verdade é que me terei equivocado nessa projecção. Em parte, pela tal evolução da equipa, que hoje me parece mais capaz do que há alguns meses, e também pela quebra do Marselha, que é também uma equipa interessante, por bons e maus motivos. Sobre a Juventus, infelizmente hoje não basta ser claramente a melhor equipa italiana para que se seja também um dos mais fortes candidatos ao título europeu. Já lá vai esse tempo...

- Nota final para a Premier League, cujas principais equipas ficaram de fora das contas finais da Champions. O jogo grande da semana foi o derby de Manchester, cujo resultado me parece exagerado para aquilo que as duas equipas fizeram. De novo, não pude deixar de reparar na forma como o City se defende, parecendo alicerçar todo o seu processo defensivo no nervo da sua última linha. A opção é sempre aguentar a linha e esperar que o adversário se deixe apanhar no fora-de-jogo, exista ou não pressão sobre o portador da bola. Questionável, no mínimo. De resto, a esse nível também do outro lado se viram alguns lances em que a linha defensiva foi exposta ao mesmo problema, denotando semelhantes dificuldades de comportamento. É interessante este pormenor entre as principais equipas da Premier League, porque o Chelsea tem uma abordagem comportamental bem diferente, tendo-se dado bastante melhor com ela ao longo da época (o que não prova nada, note-se). A propósito, a equipa de Mourinho fez uma exibição sofrível do ponto de vista ofensivo - o que não é tão invulgar como a classificação faz crer - frente ao QPR, mas ao contrário do que tem acontecido aos seus principais rivais, soube também manter-se relativamente a salvo de grandes sobressaltos defensivos e acabou por resgatar os 3 pontos num já improvável golo tardio onde a mais valia individual dos seus jogadores veio ao de cima.

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9.4.15

Análise Bolas Paradas, Liga 14/15

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Partilho uma análise sobre as ocasiões criadas através de lances de bola parada, na Liga Portuguesa 14/15.
O primeiro e mais óbvio destaque vai para a diferença do aproveitamento do Benfica para os mais directos rivais neste aspecto específico do jogo. Aliás, a diferença é de tal forma expressiva que poderemos considerar este um ponto chave na vantagem que a equipa de Jesus conseguiu materializar na tabela classificativa, sobretudo relativamente ao Porto, mas também relativamente ao próprio Sporting. Isto, no capítulo ofensivo, como é evidente.
Como nota comparativa, e relativamente à época anterior, ficam os valores dos 3 grandes nos 30 jogos do campeonato de 13/14: Benfica, 30 ocasiões, 9 golos; Porto, 27 ocasiões, 12 golos; Sporting, 26 ocasiões, 13 golos. Ou seja, nesta comparação o Benfica é também quem fica mais a ganhar face ao aproveitamento de 13/14, onde já havia sido a equipa com mais ocasiões criadas por esta via, mas desta vez com um aproveitamento efectivo bastante superior. Quanto a Porto e Sporting, o aproveitamento tem sido francamente inferior, como os números bem documentam.

Por fim, duas notas mais sobre esta análise e a leitura que na minha opinião deve ser feita dela. Primeiro, relativamente ao facto de ser normal que equipas com menos capacidade de imposição nos restantes momentos do jogo acabem por ter maior % de ocasiões de golo por esta via (ainda que em termos absolutos, sejam as equipas mais dominadoras que mais vantagem teórica têm). Depois, para o facto de ser obviamente importante o trabalho colectivo que é feito em cada clube, e em particular para o trabalho dos treinadores, com Jesus a merecer uma nota de realce pela grande qualidade e versatilidade que a sua equipa apresenta nestes esquemas tácticos (não é fácil de encontrar melhor, mesmo no plano europeu). No entanto, é também muito importante o papel dos jogadores, e a título de exemplo fica o caso de Marco Silva, que no ano anterior tinha conseguido no Estoril equiparar-se ao Benfica no número de ocasiões criadas através de lances de bola parada, mas que este ano não evitou um desempenho muito modesto a este nível, no Sporting.

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2.4.15

Liga 14/15 - Ranking desequilibradores (J26)

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Já em plena recta final do campeonato, deixo aqui o ranking dos jogadores que mais desequilibraram na prova até ao momento. Sobre a tabela apresentada, nota para o facto de ela estar centrada em ocasiões claras de golo criadas ou finalizadas, e que a classificação considera dados absolutos, ou seja que não relativizam o tempo de jogo ou o contexto colectivo de cada o jogador. Como medida de prestação relativa, introduzi dois indicadores, que oferecem uma ideia da frequência de desequilíbrio e participação directa em golos de cada jogador, por cada período de 90 minutos jogados (OC+OF/90' e A+GM/90').

Quanto aos resultados, sem surpresa o destaque vai para Jackson, que repete o protagonismo da época passada neste tipo de análise. No mesmo sentido do que sucedeu em 13/14, ao avançado colombiano do Porto segue-se um conjunto de jogadores do Benfica, com as prestações relativas de Gaitan e Jonas em destaque. No que respeita ao Sporting, destaque para Slimani, que foi o segundo jogador com mais ocasiões de golo finalizadas, apesar de ter uma quantidade muito reduzida de minutos, e para Carrillo que se tem conseguido aproximar de Gaitan no que ao número de ocasiões criadas diz respeito. Nota, finalmente, para o facto de constarem nesta lista vários jogadores que se destacaram na primeira metade da temporada, mas que entretanto abandonaram as respectivas equipas, o que diz bem da dificuldade das equipas médias da liga portuguesa em manter os principais jogadores, mesmo dentro da mesma temporada. 

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