3.6.14

Porto: Análise jogos seleccionados 13/14

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Algumas notas:

- Interessante a comparação dos dados colectivos do Porto com o dos outros rivais, particularmente com os do Benfica (que publicarei amanhã) por ter tido um ciclo de jogos com características muito semelhantes. O Porto conseguiu um volume de posse de bola significativamente superior, e também uma maior % de acerto de passe, para além do número de finalizações ter sido também superior. Aqui, porém, temos de constatar as limitações de capacidade explicativa destes indicadores estatísticos (posse de bola e finalizações), relativamente à qualidade real das equipas, porque tanto ao nível de golos (marcados e sofridos), como de ocasiões claras de golo (criadas ou consentidas), o Porto teve um registo manifestamente modesto, e bem inferior ao dos rivais (de novo, destaco a comparação com o Benfica, já que o caso do Sporting é diferente, nomeadamente pela ausência de competições europeias).

- Um indicador interessante, e que ajuda a compreender o aparente paradoxo do ponto anterior, é o número de perdas de risco, que no caso do Porto foi bastante elevado e muito superior ao registado pelos rivais. Ou seja, a posse exercida pelo Porto destacou-se essencialmente pela quantidade e não tanto pela sua qualidade, acabando assim por divergir daquela que seria a sua finalidade. Ao acumular um número de erros significativos em fase de construção, e que expuseram a equipa a situações muito complicadas de recuperação defensiva, o Porto acabou por transformar a sua presença em posse numa arma potencial para os adversários, sendo que do ponto de vista ofensivo ter mais bola também não implicou grande proximidade com o golo.

- No que respeita às prestações individuais, o destaque evidente vai para o caso de Lucho Gonzalez, que havia sido o jogador em melhor plano nos jogos de maior grau de dificuldade, até ao mercado de Janeiro. Compreende-se assim mal que, do ponto de vista técnico, o clube tenha permitido a saída de um elemento tão valioso, mas que provavelmente não havia sido devidamente valorizado, isto se tivermos em conta, por exemplo, que o papel que o argentino havia desempenhado na primeira metade da época foi muito notoriamente colocado em causa, tanto pelas reacções externaS, como pelas próprias opções do treinador. Ainda de acordo com os resultados da avaliação do modelo estatístico, podemos concluir que Carlos Eduardo (que substituiu Lucho na função que este vinha desempenhando até Dezembro) e Quaresma (a grande aposta do clube para a segunda metade da temporada) ficaram longe do impacto qualitativo pretendido, sendo que se introduzirmos aqui a comparação com Lucho, o saldo das mudanças feitas em Janeiro revela-se flagrantemente negativo. Uma análise que vai de encontro à ideia de que o Porto, não só substituiu mal as principais unidades que sairam no Verão, como contou ainda com uma péssima capacidade de reagir aos problemas com que se foi deparando, acabando sucessivamente por degradar a sua própria situação e a qualidade do seu jogo.

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