9.6.14

Notas da Selecção #2: Coentrão, Almeida e... Antunes!

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- Relativamente ao jogo com o México, ficam algumas indicações menos positivas, mas que poderão ter a ver com algum défice de preparação específica para este adversário, que tem uma abordagem táctica bastante peculiar. Aqui, destacar as dificuldades portuguesas no ajuste posicional, sendo ineficaz no condicionamento pressionante sobre a construção mexicana (dando-se sempre mal com a presença de 3 unidades na primeira linha), e revelando também alguns problemas em zonas mais recuadas. Como disse, pode ter sobretudo a ver com uma preparação especifica menos cuidada, em face da menor importância do resultado... esperemos que assim seja!

- No capítulo das opções individuais, a baliza começa a constituir-se como uma surpresa possível nas opções de Paulo Bento. Pessoalmente, e como quase todos, estranho esta aposta repentina em Eduardo, tendo eu discordado inclusivamente da sua convocatória, e discordando ainda mais se a decisão tiver por base elementos de 1 ou 2 jogos de preparação, que me parecem sempre demasiado influenciáveis por factores aleatórios. Noutras posições, Veloso parece confirmar ascendente sobre William, e Eder sobre a restante concorrência.

- O ponto mais interessante, porém, resulta da utilização de Coentrão como médio interior esquerdo. À primeira vista, e salvaguardando aqui que poucas foram as vezes que o vi actuar nesta posição, parece-me ser a alternativa mais forte a Meireles, e até eventualmente capaz de oferecer mais do que o próprio médio do Fenerbahce, nesta altura. Portugal tem uma dinâmica ofensiva muito dependente do que consegue extrair das combinações sobre os corredores laterais, nomeadamente com o envolvimento de médios interiores. Aqui, as características de Coentrão encaixam na perfeição neste perfil, tanto mais que com a propensão interior de Ronaldo é o próprio médio a oferecer largura à esquerda, como tantas vezes se viu Meireles fazer. O problema, porém, é... André Almeida. A sua falta de vocação ofensiva, especialmente à esquerda, tornam-no num candidato de perfil completamente desajustado para esta função e nesta equipa. Portugal precisa de um lateral capaz de oferecer profundidade nas suas acções sobre o corredor, e certamente que essa não é uma competência que poderá esperar do polivalente jogador do Benfica. Posso obviamente estar errado, mas não creio que Paulo Bento tenha um entendimento muito diferente desta situação, e arriscaria que a opção por Coentrão como médio não foi equacionada antes desta fase preparatória, caso contrário a convocatória seria outra. Aliás, suspeito que se tivesse essa oportunidade, hoje Paulo Bento de trocaria praticamente qualquer dos seus não-titulares pela presença de Antunes no grupo dos 23.

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