17.8.11

Twente - Benfica, a minha visão sobre 3 golos...

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Não irei fazer uma análise ao jogo, mas ficam aqui alguns apontamentos, partindo de 3 dos golos do jogo de ontem. Curioso como se recuperam tantos temas que aqui tenho abordado recentemente...

Golo 1 - O espaço entre sectores! Não só entre as linhas média e defensiva, o caso mais evidente e grave, mas também entre a primeira e segundas linhas de pressão. Recupero, sucintamente 2 ideias: 1) O Benfica defende pior em 442, do que em 4132, e isso continuará seguramente a ter consequências. 2) O problema principal não é o número de jogadores, mas a coerência de comportamentos, de sector para sector. Daí o "espaço entre sectores"...


Golo 2 - A importância da presença de Aimar, na primeira linha do pressing! Não é um pormenor, é decisivo. Sei que não é tão divertido falar disto como poetizar sobre o que os jogadores fazem, ou não, com a bola nos pés, mas, lamento, o futebol define-se em aspectos objectivos, e não em prosas criativas. Encarando Cardozo e Saviola como as alternativas em equação, não há como não pensar que a presença de Aimar na primeira linha de pressão é fundamental. Não apenas por estes exemplos mais flagrantes, mas por muitos outros, que determinam o constrangimento da saída de bola contrária. Outro plano para que havia alertado tem a ver com a importância de Cardozo, como elemento decisivo, pela capacidade goleadora que tem, e que não encontra paralelo no plantel encarnado. Cardozo deve ser potenciado, sim, e pode-se-lhe exigir muito mais, mas enquanto não houver quem garanta a sua capacidade concretizadora, é muito complicado tirá-lo. Felizmente, para o Benfica, que Jesus percebe bem o valor de ter quem "tem golo".

Golo 3 - Lançamentos laterais! Um tema recorrente nos últimos tempos, porque, de facto, têm acontecido muitos desequilíbrios a partir deste tipo de situações. Criando-se uma zona de atractividade junto à lateral, é fundamental, para quem defende, não deixar sair a bola dessa zona de controlo. Particularmente, se vier para dentro, para o espaço "entrelinhas", o preço pode ser enorme. No Twente, destaque, primeiro, para a pouca preocupação que o jogador, que divide o inicio do lance com Witsel, tem para controlar o espaço interior. Roda no sentido contrário, da linha, e isso determina que fique fora do rota da jogada, que o centro como destino. Depois, várias incongruências no comportamento da linha defensiva, que são típicas do futebol holandês, muito débil neste particular. Um central fecha dentro, o outro baixa na profundidade, sem respeitar a linha colectiva para recorrer a uma tentativa de fora de jogo que, neste caso, devia ser trivial. O lateral mais distante demasiado aberto, e, aparentemente, pouco importado com a coerência colectiva do seu posicionamento.
Outro pormenor, claro, é a qualidade de Witsel. Satisfaz-me, confesso, que se tenha confirmado o valor que previra. Finalmente, nota para Nolito. É um caso diferente, obviamente, mas, tal como Cardozo, enquanto se mostrar sustentadamente decisivo, não há como questionar a sua utilidade. Gostava de o ver testado na frente, em determinadas situações. Tenho curiosidade (e incerteza, também...) sobre a sua capacidade de resposta, desde que o analisei no Barcelona.

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