29.12.10

As 2 faces de Jaime Valdés

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Não é muito difícil perceber a sua qualidade técnica. No entanto, apreciar-se a estética do seu futebol é uma coisa, outra, bem mais relevante, é atestar-se da utilidade do mesmo. Nesse particular, confesso, não fui um grande entusiasta de Jaime Valdés. Não só nos primeiros jogos de leão ao peito, mas nos outros, que observei enquanto jogador da Atalanta. O perfume do seu futebol estava lá, mas sempre demasiado isolado do jogo e da própria equipa para que pudesse, realmente, influenciar o destino dos acontecimentos. E assim foi, sempre, até à lesão de Matias Fernandez. O "remendo" Valdés, escolhido para tapar o buraco da posição 10, acabou por se revelar na grande aquisição que o outro Valdés, aquele que jogava amarrado à ala, nunca mostrara ser. É bem possível que a lesão de Matías Fernandez tenha sido a melhor notícia da sua carreira.

Porquê da diferença?Como explicar a diferença de rendimento? Bom, terá a ver com o enquadramento colectivo, mas sobretudo com as características do próprio jogador. Quando chegou, classifiquei Valdés de "driblador nato", pela sua facilidade de sair da marcação em drible curto. O problema de Valdés é que este recurso não é um fim em si mesmo. Ou seja, dá-lhe tempo e espaço para criar uma situação de passe ou de cruzamento, mas essa vantagem de pouco lhe servia na ala. Porquê? Porque, primeiro, Valdés não tem uma grande capacidade de cruzamento ou de remate e, depois, porque a própria equipa cria poucos apoios no corredor para poder retirar proveitos colectivos desta característica individual.

Ao aparecer no meio, Valdés passou a poder aplicar a sua capacidade técnica em zonas muito mais próximas da baliza, tornando cada drible curto num acontecimento muito mais gravoso para a defensiva contrária. Mas não é só. Para se jogar em posições centrais, não basta habilidade: é preciso cultura de movimentos. E é aqui que surge a aptidão escondida de Valdés. O seu critério de movimentação tem sido muito bom, oscilando a sua presença no centro, na ala ou em profundidade. Valdés não é um 10 de construção - como Matías, por exemplo - mas tem-se revelado um jogador muito mais determinante no último terço.

Mais uma solução de qualidade

O rendimento de Valdés nesta posição tem sido de tal forma elevado que é até irrealista esperar a manutenção dos mesmos níveis de desempenho. Ainda assim, diria que dificilmente Valdés deixará de ser - com alguma distância - a melhor solução para o lugar e, igualmente, uma mais valia para a equipa. Valdés aparece nesta fase como mais uma solução individual de elevado rendimento, numa equipa de quem, muito se diz e escreve, não ter qualidade individual para lutar pelo título. Esta é uma ideia que não partilho, em absoluto. Não digo que o Sporting tenha melhores recursos individuais do que Benfica e Porto, mas tem-nos suficientes para exigir bem mais do seu rendimento colectivo. Tem, por exemplo, um plantel muito melhor do que anos anteriores. É só uma opinião...



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28.12.10

Os melhores treinadores da década (Liga Portuguesa)

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A forma de avaliação não é nova e, desta vez, o exercício que proponho é apenas aplica-la à última década da liga portuguesa. Ou seja, a classificação dos treinadores é feita por comparação do seu rendimento pontual com a expectativa pontual inferida dos valores oferecidos pelas casas de apostas. Mesmo dentro desta abordagem, haveria algumas formas diferentes de classificação. Uma delas seria, simplesmente, fazer um somatório bruto dos pontos conquistados e compara-los com o somatório das respectivas expectativas. Aí, o vencedor seria obviamente Jesualdo Ferreira, porque beneficiaria, para além do bom desempenho, de um número muito mais elevado de jogos. Assim, a opção que escolhi passa por considerar apenas os treinadores com mais de 100 jogos e avaliar o seu aproveitamento percentual relativamente às expectativas. O motivo é simples: os 100 jogos evitam o enviesamento de uma boa/má fase e a avaliação percentual "normaliza" a comparação, não permitindo benefícios/prejuízos pelo número de jogos de cada um.

Em relação aos resultados, não há grandes dúvidas quanto ao vencedor. Leiria, Benfica e, sobretudo, Porto, marcaram a rampa de lançamento do mais bem sucedido treinador do futebol mundial e esta classificação não deixa de reconhecer a qualidade que desde cedo indicou. De resto, fora desta lista, estão alguns nomes merecedores de menção pelo desempenho positivo que tiveram, ainda que sem o número suficiente de jogos para uma avaliação mais sólida. São eles: Fernando Santos (99 jogos, +13% de aproveitamento), Camacho (77 jogos, +14%), Manuel José (58 jogos, +20%) ou Marinho Peres (89 jogos, +10%).

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27.12.10

A vida difícil de José L. Fernandez

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Faz as páginas dos jornais e ajuda a alimentar ilusões nos adeptos, mas a verdade é que, observando detalhadamente o jogador, não consigo chegar nem perto de tamanho optimismo sobre o impacto que o jogador possa vir a ter. É verdade que José Luis Fernandez será um negócio bem mais barato do que muitos recentemente realizados, mas, do ponto de vista desportivo, dificilmente será dos melhores que o Benfica fez no passado recente. Falta o grande teste, que só acontecerá quando jogar, mas o futuro parece difícil...

Pontos fortes e fracos
O vídeo não pretende ser uma compilação dos melhores momentos, mas um resumo mais transparente do que foi a exibição do jogador frente ao Independiente. Um exemplo do que podem ser, verdadeiramente, os pontos fortes e fracos do jogador.

Fernandez ganhou a titularidade no flanco esquerdo do Racing ao longo do ‘Torneo Apertura’, recentemente terminado. É um jogador que tem na agressividade, reactividade e capacidade de trabalho, as principais virtudes. Tecnicamente, é um bom executante mas está longe de ser especialmente dotado, sendo que é no plano ofensivo que estará o seu mais do que provável 'handicap' em relação às opções actualmente ao dispor de Jesus. É veloz, mas não é, nem driblador, nem invulgarmente forte no cruzamento, nem, tão pouco, um destaque pela criatividade. É verdade que Fernandez, joga no Racing e não no Benfica, que conhecerá na Luz outro enquadramento táctico e colectivo e que aí outras virtudes poderão emergir. Uma coisa parece-me certa, porém: Fernandez terá de ter, realmente, algum talento escondido para que venha a ser uma primeira solução de Jesus.

Porque não lateral?
Se no que respeita à posição de médio-ala, realmente duvido da capacidade de afirmação de Fernandez, creio que pode haver uma janela de oportunidade para o jogador. Fernandez é um daqueles médios alas que têm as características ideais para uma adaptação a lateral. Um jogador agressivo e disponível defensivamente, mas que precisa de metros para poder ser mais útil ofensivamente. Fernandez não será um Coentrão, porque lhe faltam algumas características, mas pelos mesmos motivos que antecipei o amplo sucesso de Coentrão numa posição mais recuada, considero também possível que Fernandez venha a conhecer outro potencial como lateral. Resta saber, primeiro, se essa hipótese será tentada, e, segundo, se o próprio Fernandez terá a capacidade para compreender e assimilar alguns conceitos posicionais e de gestão do risco com bola em zonas mais recuadas. Veremos...



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23.12.10

Setúbal - Sporting: Análise e números

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O rebentar de uma “bolha”. Ao analisar este jogo não pude deixar de me lembrar da filosofia de Georges Soros sobre a reflexividade nos mercados financeiros. É que se, à partida, o valor das equipas em nada ficaria influenciado pelo resultado do último jogo, a verdade é que o seu desempenho foi claramente condicionado pelo efeito que esse acontecimento teve nos jogadores de ambas as equipas. De um lado, um Vitória iludido e com uma imagem sobrevalorizada de si próprio. Do outro, um Sporting consciente de que só com esforço máximo poderia sair vencedor. Como o valor potencial – e ao contrário do que até chegou a ser sugerido – não é comparável, o resultado foi um desnível acentuado e uma das mais fáceis vitórias do Sporting na temporada.

Notas colectivas
Um dado que mais do que provavelmente terá escapado à maioria é que este foi o jogo da Liga em que o Sporting completou menos passes e aquele em que menor sequência percentual deu às suas posses de bola. Como se explica? Na verdade, parece-me muito simples. Tendo mais capacidade de recuperação (muito por culpa do Vitória) e possibilidade de sair em ataque rápido, o Sporting ganhou verticalidade e objectividade, algo que lhe faltou na maioria dos jogos. A gestão da posse e da bola é um meio e não um fim do jogo. Ou seja, a sua qualidade mede-se não por uma comparação quantitativa mas pela utilidade da sua consequência.

No Sporting, há que falar do regresso a uma estrutura já utilizada numa fase anterior. Como sempre, far-se-á uma ligação umbilical entre a mudança de sistema e o sucesso, mas, como sempre também, sou completamente contrário a essa ideia. Primeiro, porque não é um sistema ou uma estrutura que, por si só, define qualidade. Depois, porque o próprio Sporting não tem especial qualidade colectiva dentro desta versão.

Dito isto, importa também referir que, sem grande qualidade colectiva, talvez seja esta uma das fórmulas que mais ajuda a atenuar as dificuldades colectivas da equipa. Não tanto pelo sistema, mas mais pelas unidades que foram escolhidas. Liedson e João Pereira dão uma capacidade de trabalho incomparavelmente maior à equipa, garantindo muito mais recuperação e intensidade em todos os momentos (ajudando a disfarçar o problema do "pressing"). Valdes tem um nível de rendimento radicalmente díspar jogando a ala ou numa posição mais livre. A qualidade e intensidade dos médios não obriga à utilização de 3 jogadores nessa zona. Seja como for, o ideal seria, e continua a ser, que Paulo Sérgio estabilize numa estrutura e que a tente fazer evoluir, corrigindo defeitos e potenciando virtudes. Enquanto isso não acontecer, não haverá qualquer hipótese de melhorias significativas. Digo eu...

Notas individuais
Abel – É pena não ser um jogador com mais capacidade no plano físico e técnico, porque, de resto, entende muito bem o jogo. Tanto a nível ofensivo como defensivo, interpreta e antecipa muito bem o seu tempo de abordagem nas acções e isso valeu-lhe, por exemplo, um jogo muito interventivo ao longo do corredor.

Evaldo – É um pouco a antítese de Abel. Tem aptidões físicas e técnicas muito mais fortes, mas não consegue ser um jogador dominador na sua zona porque não antecipa devidamente os lances. É uma tendência que se repete há muito: Evaldo é um jogador válido porque é regular e consistente (algo que o Sporting não tinha há muito nesta posição), mas está muito longe de ser uma mais valia.

Carriço – Voltou a fazer um jogo excelente, provando que está numa fase ascendente de forma. Apesar de nunca ter cometido os mesmos erros que os seus companheiros de sector, digo para ele o mesmo que para os outros: numa equipa melhor organizada defensivamente, o seu valor seria muito mais reconhecido.

Maniche – A renovação, o bilhete de identidade e, até, a aparência física, trazem-lhe muitas antipatias. O facto é que Maniche continua a ter um rendimento excepcional no Sporting. Por exemplo, André Santos, que tem merecido muito mais elogios não tem, nem de perto, um rendimento semelhante. E isto não é nenhuma critica a André Santos.

Valdes – Não fez um jogo tão bom como noutras ocasiões em que jogou na mesma posição, mas voltou a estar muito melhor do que quando joga na ala. Isto, ainda que tenha perdido muito fulgor na segunda parte. Neste momento, e a jogar nesta posição, é uma mais valia incontornável para Paulo Sérgio.

Djalo – É um jogador estranho, Yannick. Tantas vezes aparenta fragilidades técnicas e, de repente, consegue golos de notável execução. Foi o caso do primeiro que marcou, e está longe de ser exemplo raro. Não consigo explicar o fenómeno, mas sei que fora os golos o seu rendimento não foi dos melhores.

Liedson – Volto a reforçar a importância que tem no jogo da equipa, sobretudo quando não o prendem à frente. Em Setúbal não fez golos e nem sequer andou lá muito perto, mas foi um elemento altamente relevante pelo trabalho que desempenhou em todas as zonas do campo. Quem joga na sua posição está, normalmente, dependente do jogo que a si chega e pouca produtividade consegue para além do que se passa na sua zona. Liedson não é assim e seria útil para Paulo Sérgio perceber a mais valia que isso representa.

Zeca – Voltei a acompanhá-lo de forma detalhada, tal como na segunda parte no Dragão. Não percebo como não é titular indiscutível desta equipa. São poucos minutos de análise, mas julgo não me vir a enganar se disser que tem qualidade mais do que suficiente para jogar no top 5 do futebol português. Nível de “grande”? Não posso jurar com tão pouco tempo, mas é bem capaz...



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21.12.10

Paços - Porto: Análise e números

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Tinha tudo para ser um teste difícil, e acabou por sê-lo, mesmo se começou por não parecer. A Mata Real é um marco especial do trajecto das equipas, especialmente das “grandes”. Porque na Mata Real há menos espaço e porque, na Mata Real, mora habitualmente uma equipa que sabe transportar o jogo para uma dimensão mais mais física e menos técnica do que habitualmente acontece. A Mata Real é um campo de futebol directo, e esse é um estilo pouco do agrado de quem tem na técnica uma vantagem competitiva. O problema é que, na Mata Real, quem não se adapta ao estilo, normalmente dá-se mal. Foi isso que quase aconteceu ao Porto. Não porque não se tenha tentado adaptar ao estilo, combatendo-o, mas porque, mesmo assim, teve dificuldades. Valeu-lhe, sobretudo, a madrugada do jogo.

Notas colectivas
Começo pela pergunta que provavelmente mais intrigará quem viu o jogo: porquê que as 2 partes foram tão diferentes? Como sempre, entendo que a complexidade do jogo relega a resposta para uma combinação de vários factores e não para o isolamento de alguns. Ou seja, a atitude do Paços foi diferente, com Rondon mais isolado na primeira parte, e a equipa menos bem posicionada para abordar as segundas bolas. Depois, porque a sua própria pressão foi mais baixa e menos agressiva sobre a primeira fase de construção portista. Ou seja, o Porto, com a sua qualidade em posse, fazia o jogo instalar-se no meio campo adversário e, mesmo quando perdia a bola, podia pressionar imediatamente, impedindo o Paços de subir no terreno – destaco aqui a diferença no primeiro passe de transição do Paços, na primeira parte sempre para trás, na segunda, muitas vezes para a frente.

A estes aspectos, mais de ordem táctica, há que juntar outros, de ordem emocional. Ou seja, o Porto abriu o jogo com uma ocasião a partir de uma bola parada. Isso pode ter condicionado a atitude dos pacenses, encolhendo-se mais perante as dificuldades. O mesmo se pode dizer do Porto da segunda parte. Ou seja, perante os primeiros sinais de reacção do Paços, a equipa não terá tido a resposta mais autoritária, encolhendo-se mais para proteger a zona à frente da sua defesa e sendo cada vez menos capaz de fazer subir o epicentro do jogo.

Talvez esse seja o aspecto que mais mereça reflexão por parte dos portistas: porquê tanto encolhimento? Gostaria de falar de 2 pontos a este respeito: o primeiro tem a ver com a entrada de Souza. A estratégia foi proteger a zona à frente dos centrais, particularmente à esquerda. Compreende-se, dados os primeiros sinais do Paços, com o posicionamento de Di Paula mais próximo de Rondon, mas terá também sido um sinal de recuo lançado à própria equipa, a colocação de um jogador com uma missão estritamente posicional, e com tanto tempo por jogar. O Porto tem jogadores cultos tacticamente e poderia ter mantido a estrutura, pedindo apenas um posicionamento mais prudente à sua linha de 3 médios. Por exemplo, fazendo Moutinho – que tem melhor sentido posicional – jogar pela esquerda e mais próximo de Guarin. Isto leva-me ao segundo ponto, que tem a ver com a saída em transição e com a profundidade da mesma. Ou seja, perdendo um extremo – e contando também com algumas más decisões individuais – o Porto esteve demasiado tempo sem capacidade de se fazer sentir junto da baliza contrária. Isto, aparentemente, pouco terá a ver com as dificuldades de controlo continuado, mas a verdade é que, regra geral, quando uma equipa se sente ameaçada também tem menos confiança nas acções ofensivas posteriores. Era importante que o Porto tivesse conseguido de forma mais regular o aproveitamento do espaço em transição, e isso não aconteceu.

Uma nota sobre o Paços que teve, de facto, muito mérito naquilo que aconteceu na segunda parte. Atitude, agressividade e, em alguns momentos, qualidade. Destaco o trabalho de Rondon, que não sendo um jogador alto, conseguiu servir de referência às primeiras bolas, e também Leonel Olímpio, que é um jogador forte, tanto tecnicamente como em agressividade: um jogador, talvez, a merecer uma análise de clubes de outra dimensão, mesmo tendo em conta a idade.

Notas individuais
Sapunaru – Está, de facto, a fazer uma boa época. Surpreendentemente. Não creio que mereça o estatuto de “titular”, como Álvaro Pereira merece à esquerda, por exemplo, já que Fucile, apesar de alguns erros que recorrentemente repete, é muito mais forte em vários aspectos. Ainda assim, num jogo destas características, não havia dúvidas quanto à maior adequação do perfil de Sapunaru.

Otamendi – Não esteve isento de erros, mas estes foram apenas sombras na exibição que conseguiu. Jogos de luta, a pedir intervenções constantes, são o que mais gosta. Ganhou um número imenso de bolas e deu boa sequência a grande parte do jogo que por si passou - muitas vezes, diga-se, em situações nada fáceis. É curioso comparar-se o nível de intervenção dos 2 centrais. Parece que jogaram jogos distintos, mas não, é sobretudo uma questão de perfil. Algo que, de resto, já venho alertando há bastante tempo.

Guarin – Esteve sempre na “luta” do meio campo, com entrega e carácter. Ganhou muitos duelos, mas teve também alguns erros – demasiados – com potencial prejuízo para a equipa. Não aconteceu, mas quem joga na sua posição tem de garantir mais segurança.

Belluschi – Não fez um jogo extraordinário, sobretudo porque não desequilibrou. Mas, no que respeita à capacidade de trabalho e qualidade, foi mais uma prova de que é muito mais do que um simples criativo. Voltou a não ser tão certo no passe como Moutinho, mas voltou também a mostrar a sua maior capacidade interventiva. Algo que já não pode surpreender quem anda minimamente atento...

Hulk – Voltou a ser o elemento mais determinante nos desequilíbrios ofensivos. A sua capacidade individual é enorme, como facilmente se percebe, e tem também uma boa atitude defensiva. O problema dele continua a ser algum deslumbramento em certas fases do jogo. Por vezes pede-se mais lucidez e objectividade na entrega e se Hulk tivesse sido mais capaz nesse aspecto em algumas transições da segunda parte, talvez o jogo não tivesse sido tão difícil.

James Rodriguez – Teve um enorme aproveitamento do jogo que por si passou e até colocou uma bola soberba, que isolou Falcao – mais uma vez, o seu pé esquerdo é a sua arma. Mas passou demasiado tempo longe do jogo, não sendo muito prestável sem bola, nem muito presente com ela. Este era um jogo em que era preciso mais luta e ele até tem essa capacidade de trabalho. Tem tempo, repito...

Walter – Apenas uma nota para referir que me parece totalmente errado fazer uma associação linear entre a sua presença em campo na segunda parte e as maiores dificuldades sentidas pela equipa. Não que tivesse feito um grande jogo, ou que Falcao não pudesse ter dado mais à equipa. Não é isso. Simplesmente, não foi por ele. Marcou, é verdade, mas continuo à espera das suas “bombas”. Parece retraído, demasiado preocupado em ser generoso, mas quando se tem o seu poder de remate, a meu ver, há que incentivar um pouco mais a sua utilização...



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20.12.10

A revolta do Sporting em Setúbal (Breves)

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- Estava tudo tão preparado para um funeral anunciado que até a equipa foi de preto. O resultado, porém, foi uma das mais estáveis e bem conseguidas vitórias do Sporting para o campeonato. Porquê? Bom, haverá uma série de factores que podem ser mencionados. Desde a lunática postura do Vitória, passando pela recuperação da estrutura que mais rendimento havia assegurado, até à importantíssima agressividade dada pela característica dos jogadores escolhidos. No entanto, creio que o elogio deve ser dado também ao treinador. Obviamente que não pelas suas mais do que questionáveis opções tácticas, mas pela determinação que denota, tendo a capacidade de reerguer a equipa numa momento onde baixar os braços seria a opção mais fácil. Afinal, e apesar da vitória, a situação traz tudo menos esperança para o ano que se vai iniciar.

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Benfica - Rio Ave: Análise e números

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“A melhor exibição da época”. Jesus não hesitou, a maioria concordou, e eu partilho em parte da ideia. Em parte, sublinho. Não há dúvidas que o Benfica termina o ano num pico de confiança e que, sendo essa a origem fundamental do problema, também este se evaporou em grande medida com o melhor desempenho individual de cada um dos seus jogadores. Mas, como referi, há um lado avesso na avaliação que tenho a fazer. É que, do outro lado da goleada, está também uma exibição plena de erros perfeitamente evitáveis e que explicam a réplica do Rio Ave, com 2 golos e um número incomum de oportunidades.

Notas colectivas
Comecemos então pelo que há de bom: o crescimento de confiança. Não posso assegurar que não seja um acaso, mas é um facto que o discurso voltado para este factor coincide com uma melhoria global da equipa nesse plano. Ter confiança implica que se decida e execute melhor individualmente e, assim, se projecte também o colectivo para níveis de performance mais elevados. É por isso que a confiança é o bem mais precioso de uma equipa, sendo possível dizer que, no limite, um treinador não é mais do que um gestor dos níveis de confiança da sua equipa. Os seus recursos – táctica, treino e liderança – servem para transmitir confiança à equipa e é quando esta é maximizada que o seu rendimento é óptimo. Isso, e vice versa, claro.

Sendo o modelo táctico bom – como é – e os jogadores capazes – como são – não há porque duvidar das próprias capacidades. É por isso que é importante que se interiorize a mensagem de que o rumo é bom e que se os jogadores confiarem nele encontrarão, de novo, o sucesso. Reforçar a série de vitórias e não a diferença pontual é o único caminho que pode devolver esperança à época encarnada.

Dito isto, convém também dizer que quem lidera o processo deve manter uma atitude permanentemente critica e, nesse sentido, há bastantes coisas a melhorar. Primeiro, o número de erros em fase de construção é – e continua a ser – demasiado elevado. Em particular, Sidnei e Javi Garcia estiveram desastrados neste plano. Outra vez, aliás. Depois, há que saber gerir os ritmos e momentos do jogo. Neste ponto, a critica maior vai para as iniciativas de David Luiz que, podendo ser pontualmente úteis ofensivamente, são, defensivamente, quase sempre um risco. Um risco que, em vantagem e com o jogo controlado, deve ser evitado. Finalmente, o “pressing”. Foi o primeiro pilar do Benfica 09/10, e era aí que começavam as dificuldades tremendas dos adversários. Hoje, a realidade não é a mesma e as equipas dividem muito mais o jogo no campo todo, quer em organização, quer em transição. Responsabilidade colectiva ou individual? Não tenho a certeza, mas convinha rever.

Sobre o Rio Ave, assinalar que também o “agridoce” da sua exibição foi condimento essencial para o tipo de jogo que pudemos ver. Mal, esteve apenas defensivamente e muito em particular na primeira parte. Começou por lidar de forma péssima com as movimentações do ataque posicional encarnado, confundindo-se e perdendo harmonia na ocupação dos espaços defensivos sempre que um movimento inesperado acontecia. Depois, e um pouco à imagem da época que está a fazer, reagiu bem e mostrou-se capaz de discutir o jogo no campo todo, ameaçando sucessivamente em transições muito bem preparadas que tinham no cruzamento, e em João Tomás, o objectivo final. Marcou 2 e não foi surpresa nenhuma.

Notas individuais
Coentrão – A nota estatística penaliza-o pelo penalti e expulsão, mas é bom de assinalar que Coentrão voltou a ser ele próprio. Ou seja, foi um jogador cheio de intensidade, agressividade e qualidade em todos os momentos do jogo. Aliás, a sua capacidade de recuperação foi mesmo determinante na fase mais errática da equipa.

David Luiz – O único reparo que lhe faço está escrito acima e diz respeito à frequência com que tenta sair a jogar. O problema não é a sua posição, porque a equipa protege-a com o recuo de Javi Garcia. O problema é o próprio Javi Garcia, que deixa de estar onde está, tornando a transição muito mais difícil de controlar.

Sidnei – Está desacreditado mas penso que tem mais potencial do que lhe é reconhecido nesta altura. O problema é que Sidnei precisa de jogar. E precisa de o fazer por 2 motivos: o primeiro é porque claramente precisa de ritmo e entrosamento colectivo. O segundo é porque só jogando erra, e só errando – como erra quando joga – pode perceber onde tem de melhorar. Até pode ser que nunca o faça, mas só jogando poderá lá chegar.

Javi Garcia
– Teve um dos jogos mais participativos em termos de posse. Não determinante, mas participativo. Javi Garcia, porém, continua a ser a fonte de demasiadas perdas em construção, e um potencial trunfo para os adversários. Não é o número de passes que falha, é o tipo de passes que falha. E todos os jogos é assim...

Aimar – Num jogo em que a equipa conseguiu um mar de desequilíbrios, Aimar esteve apenas em 1, por sinal, para finalizar. Em termos de “pressing”, algo em que se notabilizava no ano anterior pelo número de recuperações que conseguia no meio campo adversário, também continua inexistente. Aimar é sempre Aimar, e tem sempre qualidade, quer com bola, quer sem ela, mas a camisola que trás e aquilo que ela simboliza para o modelo de jogo requer dele mais influência do que a que tem tido. Perante este rendimento, Carlos Martins vale mais.

Gaitan – Jesus facilita-lhe a vida com a definição de que é ao segundo poste que a bola tem de entrar, mas continuo a chamar a atenção para a sua capacidade de cruzamento – para mim, a melhor do campeonato. O recurso valeu-lhe mais 2 assistências e, tudo somado, é um dos 5 jogadores que mais desequilibra na liga (entre os 3 “grandes”), valendo mais de meio golo por jogo completo, somando golos e assistências. Já muito escrevi sobre ele e provavelmente voltarei a fazê-lo, mas não evito o desabafo: meio ano a vê-lo jogar e ainda se repete que é um jogador de corredor central (vá lá que já ninguém diz que é avançado)?!

Salvio – Provavelmente, e em termos estatísticos, a melhor exibição de um jogador no campeonato, até agora. A qualidade de Salvio nunca esteve em dúvida – pelo menos para mim! – mas o seu perfil continua a não ser o ideal para este modelo. Ou, de outro modo, o modelo não é ideal para o seu perfil. Não tem nada a ver com as aspectos defensivos, como quase sempre se confunde (passa-se o mesmo com Gaitan). Tem, isso sim, a ver com aquilo que acontece com bola. Mas deixo mais detalhes sobre esta opinião para outro dia...

Saviola – Está ali na barra lateral: Saviola é o jogador que participa em mais desequilíbrios na liga. E, outra vez, foi assim: só Salvio esteve em tantos como ele. Porque é que isto acontece? Normalmente lê-se e ouve-se falar da sua qualidade técnica... poesias, digo eu! Saviola é um jogador forte tecnicamente, claro, mas só é excepcional por aquilo que faz sem bola. Dentro e fora da área percebe sempre onde deve estar e isso, com esta qualidade, é tão raro que me atrevo a dizer que será quase impossível o Benfica encontrar – acessível, isto é – uma alternativa fiel àquilo que o “Conejo” representa.

João Tomás – Para separar as águas: uma coisa é a sua sapiência de área, realmente invulgar. Outra, é confundir esse atributo com uma envolvência extraordinária no jogo da equipa. João Tomás marcou 2 golos e teve um aproveitamento fantástico na zona de finalização, mas terá sido provavelmente o jogador menos participativo da sua equipa. E isto não é sequer uma critica.

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Vitórias de Porto e Real (Breves)

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- O futebol, como desporto, distingue-se por vários aspectos, mas nenhum pesa tanto nessa diferenciação como a raridade do golo. Momentos melhores e piores, durante um jogo, todas as equipas têm, a diferença é que, em futebol, torna-se especialmente importante a forma como as equipas capitalizam essas fases. É que, no futebol e ao contrário de outros desportos, uma boa fase pode não ter tradução no marcador. Tudo isto a propósito do último teste portista em 2010. Primeiro, foi o Porto a perdoar o segundo golo. Depois, foi a vez do Paços, que não materializou a sua melhor fase com o empate. Da história não constarão as fases do jogo, mas apenas 3 golos e 3 pontos, todos para o mesmo lado. Um marco importante na caminhada portista, até para, precisamente, não deixar quem vem atrás capitalizar uma fase que parece agora ser melhor.

- Em Espanha, outro exemplo do porquê de algumas equipas, particularmente as de Mourinho, ganharem mais do que as outras. Má exibição, oportunidades perdidas pelo adversário, mas foi no climax da adversidade (expulsão de Carvalho), onde outros colapsam, que emergiu o carácter da equipa. O Real manteve a lucidez emocional e a ambição de vencer, percebeu o que tinha de fazer para se manter na rota do seu objectivo. O Sevilha? Ficou sem saber se devia manter-se fiel à sua missão ou se deveria procurar algo mais, perdeu concentração, qualidade e, finalmente, o jogo. Cortesia de Di Maria, claro.

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18.12.10

A confiança, o Benfica, e muitos golos (Breves)

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- Farei a análise mais detalhada mais tarde, e deixo para essa altura mais comentários sobre os pormenores colectivos e individuais do jogo. Para já, quero apenas destacar - ou voltar a fazê-lo - a mudança de discurso de Jesus em relação àquele que foi sempre o grande problema da sua equipa: a confiança. Há uma semana fui surpreendido com esse discurso e referi que essa poderia ser a grande notícia para os benfiquistas. Os primeiros indícios concorrem para essa hipótese. Fazer o correcto diagnóstico e evitar alguns sofismas tantas vezes repetidos (entre os quais destaco algumas criticas descabidas à qualidade do plantel) será sempre um primeiro mas determinante passo para a solução.

- Não sei o que se passa, mas 17 golos em 3 jogos não é propriamente normal na Liga portuguesa. Eficácia, sim, mas também muitos erros explicam o "fenómeno", que, também, poderá ter contado com alguma descompressão mental pela proximidade do Natal (é apenas uma hipótese). Seja como for, Braga goleou uma Académica virada do avesso (10 golos em 2 jogos!), e o Vitória voltou ao jogo das reviravoltas mas desta vez viu-se do lado avesso. É muito motivador ganhar-se depois de se ter estado a perder, mas entrar sempre a perder também não indicia nada de bom e isso tem de ser - ou já deveria ter sido - motivo de reflexão. Tudo somado, e ainda à espera do que fará o Sporting, desenha-se uma luta interessante pelo 3º lugar. Uma situação que tinha previsto há algum tempo e que, dentro das coordenadas actuais, promete continuidade.

- Noutros mundos, Jesualdo continua a sua época radical, quem sabe à procura de novas emoções e mais adrenalina na sua profissão. O Málaga foi assim como que um trapézio sem rede, capaz de o despedir mesmo estando a fazer um campeonato normal. O Panathinaikos não sei bem o que será, mas é seguramente um passo em frente em termos de adrenalina...


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17.12.10

Mais um passo atrás na "era Paulo Sérgio" (Breves)

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- Em teoria era um jogo que nada significava. Em teoria. Na prática, era a oportunidade da equipa para dar um primeiro passo de reabilitação, depois da eliminação da Taça. Não aconteceu, porque foram os búlgaros e não o Sporting a aproveitar uma das poucas ocasiões que o jogo teve. Não aconteceu, também, porque o estado anímico da equipa não o permitiu. Já não há muito a dizer sobre o Sporting no âmbito técnico-táctico, e creio que as coisas desceram até ao ponto em que, com vontade ou não de quem está acima, a "linha de vida" da "era Paulo Sérgio" está apenas dependente do plano emocional. Interna e externamente. Seria um bom exercício de adivinhação: até onde aguentará o treinador?

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16.12.10

Suave final para a fase de grupos portista (Breves)

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- Villas Boas aproveitou a natureza do jogo para fazer algumas alterações, e não só em termos individuais. Na verdade, o CSKA é um adversário demasiado fraco para colocar à prova seja o que for. A única coisa que há para dizer é que era dispensável que o jogo se tivesse arrastado com a diferença mínima até tão perto do fim. Há uma nota que quero deixar ficar: os níveis de intensidade competitiva baixaram como ainda não havia acontecido até aqui e, para mais, Villas Boas também promoveu um nível de rotatividade inédito na temporada. Será curioso ver até que ponto a equipa recuperará a intensidade no jogo em Paços...

- Aproveito para falar de 2 jovens lançados e que, sem surpresa, mostraram potencial. Walter tem uma estrutura física que normalmente cria anticorpos entre os adeptos, mas o seu potencial é mesmo muito grande. O que o torna excepcional é a capacidade de finalização, mesmo a partir de zonas mais afastadas. Neste sentido, parece-me que se torna fundamental melhorar o seu jogo externo, porque se tiver mais jogo nas imediações da área pode tornar-se um perigo permanente. É muito diferente de Falcao, mas contem com ele. Sobre James o meu prognóstico é mais reservado, apesar do entusiasmo que tem gerado. Tem o "handicap" de ter crescido numa estrutura diferente, como ala de 4-4-2 clássico. Acho difícil que se torne num jogador de corredor central e creio que a forma melhor de o potenciar será através de posicionamentos mais abertos, que potenciem a boa definição do seu pé esquerdo - o golo que marcou, aliás, é característico. Tem tempo...

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15.12.10

O melhor do mundo, "ceteris paribus"

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- A discussão é subjectiva e as opiniões várias. “Quem é o melhor do mundo?” Se calhar a pergunta é mais fácil de responder se for feita na forma colectiva: “Qual é a melhor equipa do mundo?” Aí o consenso, não digo que seja total, mas será seguramente muito maior. O problema é que não é essa a pergunta inicial, a pergunta inicial é: “Quem é o melhor do mundo?”

- Não fica difícil de perceber em que bases estou a situar a problemática. Separar o efeito colectivo do individual. Será possível fazê-lo? Talvez não em absoluto, mas creio que é isso que está subentendido na pergunta “Quem é o melhor do mundo?”. Um foco individual, distanciado dos efeitos que o colectivo pode trazer. O melhor do mundo, “ceteris paribus”.

- Messi é o jogador mais encantador do planeta e não tenho dúvidas que poucos discordarão desta avaliação. O problema é isolá-lo. Será que isolado da “máquina Barcelona”, Messi é Messi? Não sabemos. Sabemos que Messi não é tão Messi na Argentina, mas não sabemos se Messi seria igualmente Messi no Real Madrid, Inter ou Manchester United. Fica-me tanto a dúvida, como a suspeita.

- Temos Ronaldo. Jogou em Inglaterra e agora em Madrid. Ronaldo não é Messi, com a bola colada ao pé. Mas, é bom que se diga porque também conta, Messi nem sequer rima com Ronaldo quando a bola está parada ou vem pelo ar. A grande vantagem de Ronaldo, porém, é que é mais fácil de isolar. Jogou em Manchester e Madrid e não é por isso que Ronaldo deixou de ser Ronaldo. Pelo contrário, Ronaldo está cada vez mais Ronaldo. Ou seja, Messi do Barcelona parece-me melhor do que Ronaldo do Real Madrid. Mas não aposto as minhas fichas que Messi seja melhor do que Ronaldo. “ceteris paribus”, isto é.

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14.12.10

O meio campo portista (Moutinho, Belluschi e Micael)

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Há algum tempo que me venho referindo às qualidades e especificidades dos médios portistas – sobretudo Moutinho e Belluschi – e creio que, de facto, há lugar para uma análise comparativa mais alargada. Não só ao perfil destes 2, mas também ao do outro concorrente: Ruben Micael. São, antes de mais, 3 opções de qualidade, sendo até de lamentar que só 2 dos 3 possam jogar com mais regularidade. Mais curioso, porém, é verificar que Villas Boas tem, para além de qualidade, alguma diversidade nas soluções que lhe são oferecidas por estes 3 elementos.

Belluschi – Conheço-o desde os tempos do River, mas só há pouco tempo me apercebi de algumas das suas qualidades. Belluschi, está fácil de ver, é um jogador fortíssimo na definição no último terço. Mesmo genial, em vários momentos. O que Belluschi tem escondido é uma capacidade de trabalho fora do vulgar. Agressividade e reactividade fantásticas que fazem dele um elemento valioso no “pressing” e um improvável recuperador de bolas. Aliás, não tendo o mesmo sentido táctico no que respeita aos equilíbrios posicionais, Belluschi é mesmo substancialmente mais eficiente no trabalho sem bola do que o próprio Moutinho. O que não diz mal do português, mas bem do argentino.

O ponto fraco de Belluschi está no critério com bola em zona de construção. Nem sempre revela a concentração devida e muitas vezes força em demasia a jogada vertical, acabando por retirar segurança e continuidade à posse. É um problema que tem sido atenuado pelo trabalho colectivo, mas que emerge sobretudo nos jogos de maior carga emocional, onde a displicência também aumenta.

Moutinho – Já tenho falado muito do que entendo ser o seu perfil e os dados estatísticos ajudam, a meu ver, a explicar essa opinião. Ou seja, Moutinho é um jogador de consistência absoluta, de grande qualidade técnica, com grande atitude e lucidez táctica, mas também sem uma característica que o torne um notável desequilibrador ou um feroz recuperador. A virtude mais excepcional de Moutinho, porém, será mesmo a fiabilidade que oferece à equipa e a quem a comanda. É que quando Moutinho entra em campo, seja com o melhor ou pior dos adversários, o seu rendimento é garantido. Com rendimento elevado e sem oscilações só espantaria se abdicassem dele.

Ruben Micael – Micael será aquele que em condições menos favoráveis parte para esta análise porque, obviamente, o tempo de observação é muito menor. Ainda assim, há dados que não enganam. A virtude de Micael é a visão. Raramente lhe vemos uma opção errada e frequentemente parece antecipar o melhor destino que deve dar à jogada, seja coma bola nos pés ou em movimentos sem bola. Por isso tem uma sequência de posse tão elevada e por isso, creio, seria também um jogador mais desequilibrador caso tivesse jogado mais tempo.

O outro lado de Micael, aquele onde inegavelmente perde para Moutinho e Belluschi, está na capacidade de trabalho. A sua agressividade não é minimamente semelhante à dos seus 2 companheiros e Ruben não consegue, nem de perto, os mesmos níveis de eficiência de Moutinho e Belluschi em termos de trabalho defensivo.



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13.12.10

Sporting: mais 2 maus exemplos defensivos

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Não tenho prevista qualquer análise aprofundada aos jogos da Taça, mas, ainda assim, não posso deixar passar em claro os 2 golos que o Sporting sofreu em Setúbal. O motivo é simples: ambos revelam grande parte das debilidades defensivas do Sporting, não apenas num aspecto, mas em vários. É comum procurar o erro individual, a responsabilização directa mas, se é verdade que se todos os golos têm de surgir de erros, também não o é menos que nenhum jogador, por muito bom que seja, é suficiente para garantir qualidade defensiva. A qualidade colectiva é, sobretudo defensivamente, o factor dominante. O Sporting é apenas mais um exemplo disso mesmo...

Pressing – Referi-o na primeira análise que fiz à equipa, na pré temporada e, se a equipa poderia ter melhorado, a verdade é que não o conseguiu fazer com o tempo. O “pressing” é um aspecto fundamental em qualquer equipa e, muito mais, nas equipas que querem ser dominadoras. No Sporting, o “pressing” é improdutivo e, à parte de alguns feitos individuais (Liedson é um destaque óbvio), pouco se tem visto a este respeito. No primeiro golo, a equipa tem oportunidade de pressionar, mas não o faz correctamente. O resultado? Não só a recuperação de bola não é feita, como o flanco de saída não é condicionado, dificultando a vida a quem está mais atrás.

Agressividade/Organização – Um dado comum nos 2 lances: variação de flanco, com a bola a percorrer, em zona muito baixa, a largura do campo, até encontrar uma situação de cruzamento. Isto é proibitivo para qualquer defesa, e por motivos tão simples como óbvios: primeiro, porque se torna muito difícil evitar o cruzamento, já que a equipa está balanceada para um dos lados do campo e dificilmente terá capacidade para pressionar o jogador que recebe à largura. Segundo, porque quem defende o cruzamento tem de rectificar o posicionamento dentro da área, sendo muito mais provável que se abram espaços entre jogadores ou que se perca total controlo sobre a zona. É por isso que várias equipas têm essa intenção, de mudar o flanco de jogo, e o Setúbal é uma delas: não é por acaso que aconteceu, está previsto e trabalhado por Manuel Fernandes. No caso do Sporting, a equipa não consegue evitar essas 2 variações de flanco por um encadeamento de factores: não consegue evitar a circulação, porque não consegue ser agressiva. Não consegue ser agressiva, porque não está bem posicionada. Não está bem posicionada, porque está a corrigir uma acção mal conseguida na raiz do lance (no 1º caso, o pressing, no 2º o fora de jogo).

Fora de jogo – É outro aspecto que já venho falando desde o inicio de época. Hoje, porém, o Sporting arrisca menos no adiantamento da sua última linha, sendo menos punida por esse aspecto. Pontualmente, porém, continua a ver-se a debilidade da equipa na sintonia entre os seus jogadores. No caso, o primeiro golo – que tem muito mérito no cruzamento de Pitbul – surge com Polga mais baixo do que todos os companheiros e, em última análise, a colocar Jailson em jogo. No segundo golo, a jogada só acontece porque a linha defensiva não é capaz de antecipar um passe altamente previsível na sequência de um lançamento lateral, sendo, depois, obrigada a recuar e a reajustar o posicionamento antes de poder pressionar a zona e o portador da bola.

Centrais – Calculo que uma das opiniões menos populares que tenho diz respeito à qualidade que entendo existir nas soluções para o centro da defesa leonina. E é fácil de perceber porquê quando vemos a equipa a ser batida na sua zona central como nestes 2 lances. O que digo, porém, é que o condicionamento da acção individual é muito grande, quando se verificam tantas debilidades colectivas. Um exemplo são estes lances. Para além de terem de lidar com as tais variações de flanco e ajustar o posicionamento, os 2 centrais são ainda obrigados a sair da sua zona. No caso, Carriço é, em ambos os casos, obrigado a sair e pressionar, acabando por se verificar que ambas as finalizações acontecem precisamente na zona onde Carriço estaria, caso não tivesse sido obrigado às tais saídas...


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12.12.10

Benfica em frente, Domingos e a Argentina (Breves)

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- Ganhou o Benfica, e a surpresa é apenas a facilidade com que o conseguiu. O Braga foi aquilo que não era há muito: vulgar. Não teve qualidade, não teve intensidade, nem confiança. O Benfica, dentro daquilo que chamo "qualidade natural", foi mais do que suficiente e o 2ºgolo apenas tardou tanto porque a equipa, de facto, não vive um bom momento de confiança.

- Sinais distintos, novos e distintos estavam reservados para a conferência de imprensa dos treinadores. No Benfica, e pela primeira vez, Jesus colocou o foco na confiança como problema fundamental da equipa e aspecto condicionante das vertentes técnico-tácticas. Cá estaremos para ver se o diagnóstico terá consequências, mas este não pode deixar de ser um ponto positivo na análise do treinador.

- No Braga, Domingos, tal como Jesus, vem de encontro a uma ideia que venho defendendo desde o inicio de época. O Braga não é, não pode ser e, sobretudo, não se pode assumir como um "grande", como um candidato. O momento é mau. Desportivamente, perderam-se demasiados jogadores e, sobretudo, estes perderam confiança nas suas próprias capacidades e na força da sua proposta. Nenhum jogo terá sido tão claro como este. A outro nível, as posições de treinador e presidente dão sinais de uma divergência preocupante. Será que a candidatura ao título foi uma estratégia da direcção? Será que a não renovação de Domingos, por opção, está a ser equacionada como o melhor caminho? Numa coisa continuo acreditar: Domingos é o melhor e mais valioso activo do Braga, merece um "grande", maior do que o Braga, e duvido que falhe uma vez lhe seja concedida essa oportunidade, seja lá onde for. Veremos...

- Na Argentina: "Estudiantes Campeón!" Sem surpresa, venceu na linha de meta o Velez. Os de La Plata são mais consistentes e isso foi decisivo. Desabato, o comandante. Rojo, a revelação. Braña, o trabalhador. Verón, o carimbo. Gaston Fernandez, o talento. Perez, a ligação. No Velez, porém, mora a melhor linha da frente. "Tanque" Silva (ex-Beira Mar) é um guerreiro e finalizador notável. Cristaldo, um jovem que já destaquei. A revelação, porém, está-me a encantar aos 25 anos (por onde andou?!): Juan Manuel Martinez, um avançado móvel, de estilo pouco apelativo ("burrito") mas que tem uma capacidade técnica rara, pela forma como domina e foge à marcação. Raro, muito raro. É um exagero, obviamente, mas vejam só o golo que marcou esta noite:


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11.12.10

Sporting fora da Taça (Breves)

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- Começando pelo que mais interessa: o efeito da eliminação. Parece-me muito provável que a possibilidade de substituição do treinador nem sequer seja equacionada. Ao contrário do que aconteceu durante anos a fio, é esse o dogma que hoje é respeitado por grande parte dos gestores desportivos. Mas faz mal, o Sporting. A hipótese de substituição do treinador deve ser discutida e contemplada de forma racional. É verdade que só faz sentido avaliar a utilidade dessa hipótese, perante o nome de um eventual substituto - importa melhorar o futuro e não punir o passado - mas no caso do Sporting, este é potencialmente um bom 'timing' para renovar energias e rectificar objectivos. Nesse aspecto, a questão parece-me simples: se Paulo Sérgio não tem condições para continuar em 11/12, então ambas as partes poderiam ficar melhor com o romper de ligação. Isto, claro, encontrando o Sporting um sucessor à altura...

- Sobre o jogo, não há muito a dizer. As dificuldades seriam esperadas para o Sporting, que encontrava uma equipa muito forte em jogos deste tipo. Pela atitude e estratégia que emprega. Para piorar - e, no caso, sentenciar - ainda houve um abrupto desnível de eficácia na primeira parte. O Sporting falhou, e o Vitória não: 2 oportunidades, 2 golos! Mas as lamentações de Paulo Sérgio não podem ir mais além. Para o que criou, o golo de Liedson - uma improvisação individual - foi tudo menos pouco para o que o Sporting efectivamente conseguiu produzir. Para terminar, ficam 2 perguntas: Zeca já havia estado muito bem no Dragão e parece ter clara qualidade para ser titular. Terá sido estratégia deixá-lo para uma fase mais adiantada no jogo, ou mera opção técnica? Será que o Sporting treinou para jogar sem Evaldo, como tentou Paulo Sérgio na 2ªparte?

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9.12.10

5 Sul Americanos ligados ao Benfica

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Não costumo falar muito de reforços potenciais, daqueles que aparecem e desaparecem nas páginas dos jornais, mas vou abrir aqui um parêntesis sobre alguns nomes sul americanos que apareceram ligados ao Benfica. Entendo que a prospecção internacional dos grandes clubes tem dado sinais de maior arrojo nos últimos anos, mas, ainda assim, há coisas que me continuam a fazer alguma confusão. Alguns perfis e muitos "timings". Ainda assim, volto a fazer notar, que a solução de uma ida brusca mercado dificilmente resolverá verdadeiramente o problema do Benfica 10/11.

Elias - Já está garantido para o Atlético de Madrid. Na verdade, não posso dizer que o conhecia quando era um desconhecido, mas há muito que lhe reconheço qualidades técnicas e tácticas muito acima da média e não era preciso ter esperado pela Selecção para que fosse gerado tanto entusiasmo em seu redor. Em Julho de 2009, referi-me às suas qualidades numa análise que fiz à final da Copa do Brasil desse ano. Não seria, na altura, um alvo fácil, mas estaria, seguramente, muito menos inflacionado do que hoje...

Jucilei - Vi-o num jogo pelo J.Malucelli, pelo campeonato paranaense. Fez um jogo tremendo e marcou um grande golo. Estávamos em Março de 2009, tinha 20 anos, e fiz essa referência aqui. Agora, que joga no Corinthians e até já foi à Selecção, é capaz de ser um pouco difícil fazer um bom negócio...

José L. Fernandez - Este ala do Racing é um bom jogador, não me entendam mal, mas parece-me tão questionável que o seu nível chegue para o Benfica, que até nem acredito muito que estivesse mesmo na agenda dos encarnados. Enfim, tudo é possível, porque também já ouvi/li comentários favoráveis à sua contratação. A gente logo vê...

Enzo Perez - À parte dos brasileiros, é o jogador mais interessante. Não deve ser acessível porque é, há muito, um dos destaques da melhor equipa argentina nos últimos anos. É um ala, que pode jogar em zonas interiores ou mais aberto. É forte tecnicamente, criativo e tem também boa capacidade de trabalho. Não é um talento para ser estrela mundial, mas tem o perfil adequado para jogar como ala no modelo de Jesus.

Funes Mori
- Inclui-o na lista de 20 (na verdade foram 30) talentos do campeonato argentino, faz agora 1 ano - 6 deles vieram para Portugal meio ano depois! Na altura não era óbvio, porque tinha apenas alguns minutos na equipa principal do River. Entretanto, começou a jogar regularmente e hoje é, provavelmente, o jovem mais mediatizado do campeonato. Ou seja, não é fácil contrata-lo. É um jogador realmente interessante, um ponta de lança típico, como normalmente se imagina. Alto, boa presença aérea, bom a jogar de costas e forte nos movimentos em zona frontal. Também não admira que Jesus aprecie este jogador, porque é jovem e tem todas as características a que dá primazia para o seu '9'.

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8.12.10

Porto - Setúbal (Análise e números)

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Saber ganhar. Esse é o grande desafio do Porto para a segunda metade da temporada e a importância do desafio foi bem espelhada nesta partida. Obviamente que quando falo em “saber ganhar” não me estou a referir a um qualquer concurso de foliões, mas, antes sim, à importância de manter os níveis de intensidade e concentração em todos os jogos. Porquê que este desafio é especialmente importante? Porque é assim que terminam os ciclos de vitórias. Ou seja, começasse por relaxar, erra-se mais e, de repente, está-se a lidar com a frustração, sendo muito mais difícil voltar a ganhar. Um exemplo? O Benfica, claro.

Notas colectivas
De facto, entendo que o grande problema do rendimento da equipa esteve na atitude dos jogadores. Não que ao falar-se de “atitude” – e isto normalmente confunde-se – se esteja a sugerir uma negligência consciente dos jogadores, não é disso que se trata. Trata-se, isso sim, de uma perda de intensidade normal em competição, mas que deve ser combatida conscientemente por todos, pelo perigo que pode representar.

É verdade que a primeira parte mostrou um Porto muito dominador e que criou, até, boas oportunidades para o golo. Mas nunca mostrou um “bom Porto”, dentro dos parâmetros de outros jogos. Beneficiou de uma postura mais expectante do Vitória para exercer domínio e acabou por, naturalmente, encontrar o caminho do golo, mesmo que as situações não tenham sido muitas. Mas, os erros técnicos foram sempre uma constante e isso acabou por ser determinante na forma como o Vitória cresceu emocionalmente no jogo.

Se a primeira parte não foi boa, a segunda foi mesmo má. O Vitória tentou outra abordagem e aquilo que mais caracteriza a má resposta portista é o facto da equipa não ter conseguido aproveitar o maior espaço que lhe passou a ser concedido para criar 1 ocasião clara de golo que fosse. O Vitória acreditou, cresceu e aproveitou também erros pontuais para se aproximar do golo, chegando bem próximo de o conseguir. Um castigo que, diga-se, o Porto fez por merecer.

A intensidade e desgaste do jogo de Viena serve de atenuante, sim, mas não de desculpa. Ou seja, é normal que a equipa não conseguisse uma exibição extremamente conseguida, mas não é de todo suficiente para justificar a falta de intensidade que a equipa demonstrou.

Notas individuais
Fucile – Esteve geralmente bem, mas pontualmente mal e esse vem sendo um problema constante na sua carreira. Ou seja, Fucile consegue ser um jogador agressivo, intenso e com uma presença muito positiva no jogo, quer em termos ofensivos, quer defensivos. Depois, porém, tem abordagens completamente desajustadas, correndo o risco de comprometer a equipa. Neste caso, arriscou em demasia no lance que deu origem ao penalti e, mais cedo, havia sido displicente numa abertura larga para as suas costas, em tudo idêntica ao golo que a equipa sofreu em Guimarães, também com responsabilidade sua. E, não fosse isso, teria sido talvez o melhor em campo...

E.Rafael – Não se pode queixar da sorte. O Vitória forçou o jogo pelo seu flanco e permitiu-lhe sempre que tivesse uma presença constante no jogo, e em boas condições para ser bem sucedido. E Rafa foi-o em termos defensivos. Depois, nenhum jogador teve tantas vezes a bola como ele enquanto esteve em campo, e quase sempre com boas condições para decidir bem. Rafa não o fez. Errou demasiados passes e não aproveitou nenhuma das várias situações de cruzamento que lhe foram proporcionadas. Na segunda parte a coisa piorou. Acumulou 2 perdas perfeitamente evitáveis e a segunda acabou com Zeca na frente Hélton. Foi a gota de água para Villas Boas que o retirou do campo e, provavelmente, terá sido também um sério passo atrás nas suas possibilidades de afirmação a curto prazo.

Rolando – A equipa sofreu, mas não foi por ele (nem por Otamendi). O lance em que recupera perante Zeca mostra bem o potencial que tem em todos os aspectos. Pena não ser mais arrojado em termos de antecipação.

Guarin – Foi outro dos jogadores que menos bem esteve e que melhor podia ter estado.
Moutinho – Aqui está um exemplo do que é a grande mais valia de Moutinho, a regularidade. Ao contrário da generalidade, manteve a intensidade e fez até uma das suas melhores exibições em termos estatísticos. Com ele todos os jogos são iguais, sempre numa intensidade elevada, e sempre dando garantias totais à equipa, e em todos os momentos do jogo.

Belluschi – Ao contrário de Moutinho, Belluschi mostrou a sua outra face. Foi dos jogadores que mais abaixo esteve das suas potencialidades. Decidiu muitas vezes mal e não foi, sequer, eficiente ao nível do trabalho sem bola, como costuma ser. Melhorou na segunda parte e mandou uma bola ao ferro, mas, para o que pode fazer, foi pouco...

Rodriguez – Foi o único que se pode queixar da sorte. Teve uma atitude boa no jogo, ainda que nem sempre bem sucedido e tinha, até, tudo para ter marcado, não fosse a inspiração de Diego. Manteve-se sempre num nível de intensidade acima da média, mas... saiu lesionado.

Hulk – Talvez seja o melhor espelho da exibição colectiva. A nota sobre Hulk vai para o penalti. No seguimento de algo que escrevi depois do jogo da Académica, parece-me importante que, mesmo jogando mal, seja Hulk a marcar. Se há jogador em que é importante manter os níveis de confiança, é ele.



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7.12.10

Benfica a roçar o escândalo (Breves)

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- Não custou a eliminação, mas foi mais um sinal de fraqueza do Benfica, versão 10/11. Continua o mistério em torno do porquê de tanta diferença entre o rendimento da equipa de uma época para a outra. O que eu desconfio é que a época vai terminar sem ninguém conseguir encontrar a resposta. Da minha perspectiva, continua-se a procurar pela agulha, mas no palheiro errado. Isto é, continua-se à procura da resposta nos aspectos técnicos e tácticos, quando não é aí que está a fonte do problema. O exemplo disto é a inclusão de César Peixoto. É que para além de não garantir nada em relação a Gaitan (aqui a discordância é apenas técnico táctica), seria o jogador com menos condições psicológicas para encarar um jogo com estas características. Ao Benfica vale de muito a baixa qualidade da generalidade das equipas da liga. O que eu pergunto é em que posição poderia estar esta equipa, neste mesmo momento psicológico, se estivesse numa liga alemã ou francesa?

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Portimonense - Sporting: Análise e números

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Não foi – em nenhum momento – um grande jogo por parte do Sporting. Não foi, nem teve de ser, porque o que estava em disputa ficou decidido algo repentinamente, curiosamente num período em que as coisas pareciam começar a complicar-se. Como explicar isso? Bem, abusando da simplificação, diria que boa parte se explica pelo momento de confiança que o Portimonense atravessa. Isto, claro, sem colocar em causa a enorme superioridade do Sporting em termos técnicos. Superioridade que, aliás, foi perfeitamente reconhecida por Litos na abordagem que escolheu para o jogo.

Notas colectivas
À semelhança do que aconteceu frente ao Benfica, o Portimonense escolheu oferecer a bola ao Sporting. Manteve um bloco baixo e sem pressão sobre a zona de construção. O resultado? Uma primeira parte avassaladora em termos de posse por parte do Sporting. Uma posse que, no entanto, nem sempre foi bem conseguida em termos de consequência ofensiva. Se olharmos para os números e para a baixa participação dos laterais, poderemos começar a perceber porquê...

O Sporting usou Pedro Mendes como referência de apoio à circulação, juntando-lhe os 2 médios como principais dinamizadores da fase de construção. Depois, retirou Postiga e Vukcevic das alas, utilizando repetidamente o apoio frontal que ofereciam. Na prática, a equipa concentrou-se apenas no corredor central e acabou por conseguir as suas acções mais perigosas através de solicitações mais largas para a zona dos centrais algarvios. Uma coisa é certa: na primeira parte, bola não faltou ao Sporting!

O jogo conheceu 4 golos na primeira parte. Um exagero para o que as equipas fizeram. Os 2 primeiros de bola parada, os 2 últimos no aproveitamento que o Sporting, com mérito, tirou de um período de pouca lucidez do adversário. O destino do jogo ficou aí sentenciado, mas não sem que o Portimonense alterasse a sua postura na segunda parte. Mais agressivo, menos permissivo em termos de concepção do domínio, mas também incapaz de mudar o rumo das coisas. Não que o Sporting tivesse feito muito por isso, já que a prestação na segunda parte foi meramente reactiva, mas porque, ainda assim, esta estrutura – e estes jogadores – garante outro equilíbrio posicional.

No Sporting, importa dizer que a equipa, apesar de pouco dinâmica em termos ofensivos, manteve sempre uma grande segurança em posse e cometeu poucos erros. O alicerce qualitativo desta equipa está, claramente, no tridente de meio campo, que oferece qualidade posicional, mas sobretudo uma enorme segurança em posse. Basta olhar para as percentagens de passe dos 3 médios. Falta-lhe, porém, tudo o resto. Ou seja, trabalhar melhor todos os momentos tácticos e fazer os jogadores evoluírem em termos de confiança nesses processos. Algo que não está feito, e nem podia estar, dada a volatilidade táctica desta equipa ao longo da época.

Já agora, depois de Abel nos cantos e livres indirectos, já vimos Carriço, Postiga e Polga marcar livres. Seguramente que Paulo Sérgio recolherá outras indicações dos treinos,mas a resposta prática destas apostas é... muito fraca.

Notas individuais
João Pereira – Apenas para salientar que a sua baixa produção não tem a ver com uma noite desinspirada, mas com o tal “afunilamento” do jogo, que fez com que participasse pouco.

Carriço – Teve uma fase em que não creio que tenha estado ao seu melhor, mas parece-me regressado a um melhor momento. No Algarve fez um jogo bastante bom.

Pedro Mendes – A “placa giratória” do meio campo. Segurança e equilíbrio são as palavras chave. Fez uma excelente exibição – a que mais gostei – e é, com Maniche, outro médio de eleição que o Sporting tem ao seu dispor. Pena é que se lesione tanto.

Maniche – O meio campo a 3 faz com que seja Pedro Mendes a referência para os apoios em construção e retira-lhe presença nessa fase. Maniche não deverá ser tantas vezes o médio com mais passes e mais intercepções, como foi até aqui. O que é notável é que a sua utilidade não se esgota aí, e tem a capacidade de ser também um médio de maior presença ofensiva, fruto da inteligência e antecipação com que lê todos os lances. Disso e da capacidade de finalização, claro. Marcou e é provável que repita. Ainda assim, devo dizer, não creio que esteja numa grande fase ou que tenha feito um grande jogo. Isto, comparando com o que já fez...

Postiga – Voltou a jogar como ala, mas vindo muito para posições interiores. Torna-se um destaque óbvio pela influência que teve no resultado, e isso justificará até o estatuto de melhor em campo. Ainda assim, continuo a registar que Postiga, ao contrário do que indica a sua elegância e qualidade técnica, não é um jogador muito eficaz em posse. Pelo 2º jogo consecutivo foi, entre todos os que começaram o jogo, aquele que menor % deu às jogadas que por si passaram.

Liedson – Esteve longe da excelência da sua exibição frente ao Porto. Ainda assim, tendo em conta que foi o elemento mais adiantado e menos solicitado, apresenta números muito bons. Liedson, a meu ver, está tudo menos acabado ou velho. O que vejo em Liedson é um momento de alguma desmotivação individual e uma fase em que, como nunca, a equipa deixou de perceber a forma de potenciar algumas das qualidades raras que tem e que, ao longo dos anos, tantos frutos deram.



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Porto vence Setúbal... nos penaltis (Breves)

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- Não quero adiantar muito antes de nova análise, porque não acompanhei o jogo com grande detalhe. Ainda assim, há algumas coisas a assinalar: primeiro, a espantosa intervenção de Diego, logo a abrir o jogo - grande candidata a melhor da época. Aliás, um guarda redes inspirado tem de fazer parte da receita, se um "pequeno" quiser causar surpresa como a que quase conseguiu o Setúbal. Diego esteve à altura, e fica até a ideia de que apenas uma escorregadela o terá impedido de chegar ao penalti de Hulk. Depois, assinalar o carácter que Manuel Fernandes consegue incutir nas suas equipas. O Setúbal é uma equipa lutadora e que leva para cada jogo uma proposta clara de vitória, sentido-se, porém, bem mais confortável quando pode jogar com o espaço. Foi isso que fez. Defendeu até que o resultado o permitisse e, mesmo em desvantagem, nunca deixou de acreditar, lançando-se no seu "plano B". Quase colheu o fruto já no fim, mas, tal como na Luz - e aqui entro na última curiosidade - falhou um penalti que poderia ter alterado o rumo do jogo...

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6.12.10

Benfica - Olhanense: Análise e números

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A pouca exuberância da exibição encarnada é tão indiscutível como a justiça da vitória. Ou seja, se é evidente para todos que furar o bloco algarvio não foi tarefa fácil, também fica bastante claro que foi sempre o Benfica quem teve o domínio do jogo. Aliás, de forma crescente no jogo. Neste contexto, haverá alguns dados quantitativos que deverão surpreender quem viu o jogo. Dados que evidenciam o tal domínio encarnado, mas que, bem vistas as coisas, faziam já parte do “filme” que estava preparado para este jogo.

Notas colectivas
Começando então pelos números: o Benfica conseguiu seu o maior número de passes completados num jogo, nesta liga. Conseguiu também a maior % de sucesso ao nível do passe, aqui com uma distância substancial em relação ao anterior máximo colectivo (76%, frente ao Paços). Tudo isto se torna um pouco mais normal se analisarmos o que o Olhanense havia feito, tanto no Dragão, como em Alvalade. Ou seja, também nesses jogos havia permitido uma enorme quantidade de passes aos adversários (mais de 400), mas havia também limitado a sua capacidade de desequilíbrio no último terço. Aliás, é de assinalar que Porto e Sporting conseguiram menos ocasiões frente à equipa de Olhão do que o Benfica.

Fica fácil de perceber, por estes números, que a proposta de jogo do Olhanense dificilmente causaria problemas à circulação baixa do Benfica – nunca causou. Mas é também fácil perceber que as dificuldades do Benfica no último terço não são apenas consequência de demérito próprio, mas o destino natural de quem defronta uma equipa tão confortável a jogar “em cima” da sua área, como é o caso do Olhanense.

O jogo só não teve uma toada mais monótona, logo desde o inicio, porque na primeira parte o Olhanense permitiu-se dar profundidade a algumas transições, colocando em sentido a defensiva encarnada. Situações que tiveram sempre origem em recuperações baixas, mas que, ou por displicência em posse, ou por desequilíbrio posicional do Benfica, acabaram do outro lado do campo, perto da baliza de Roberto. Algo que o Benfica corrigiu com o tempo, particularmente na segunda parte, controlando melhor o momento de transição do Olhanense e tornando-se mais seguro em construção – aqui, com a contribuição da maior segurança dada por Carlos Martins.

Corrigido esse problema, controlado o Olhanense e encontrado o caminho do golo – desvendado por Moretto – o jogo ficou realmente monótono. O Benfica continuou a tentar, Jesus experimentou algumas variantes ofensivas, mas a toada nunca fugiu da repetição de ataques posicionais perante um bloco baixo mas pouco permeável. Perante este cenário, o segundo golo explica-se pela aplicação do ditado da “água mole em pedra dura”, terminando assim com o jogo e com quase todo o interesse que o mesmo poderia ter.

Notas individuais
Maxi – Chegou tarde e não começou bem. Mas Maxi é um bom lateral, capaz de valer muito mais do que tem valido. Frente ao Olhanense fez, finalmente, um grande jogo. Estatisticamente foi o jogador mais participativo e teve, na segunda parte, um papel importante no controlo do primeiro passe de transição do Olhanense.

Coentrão – Continua a ser um excelente lateral, mas perdeu grande parte da sua confiança no jogo do Dragão. De lá para cá – e já vamos com 3 jogos – não foi protagonista de 1 só desequilíbrio ofensivo. Desta vez, Jesus até tentou abrir-lhe caminho, colocando Amorim muito tempo do seu lado, mas não foi desta que Coentrão voltou a explodir. Tem tempo...

David Luiz – Outro que, como Maxi, fez a sua melhor exibição em termos globais, na liga. Tem sido muito criticado e, de facto, não tem sido uma época condizente com o seu potencial. Estou de acordo até certo ponto, mas há muito exagero nas apreciações que lhe têm sido feitas. Muito, mesmo!

Javi Garcia – Continuo a pensar que não dá as melhores garantias para o lugar. É culto em termos posicionais e forte nas primeiras bolas. Mas não é, nem dominador na sua zona, nem seguro em posse – todos os jogos acumula perdas de bola em zona de construção. Numa equipa que procura tantas vezes verticalizar e que perde, por isso, noção da segurança em zona de construção, não era mal pensado se Jesus procurasse uma solução que oferecesse à equipa mais segurança e presença na construção.

Aimar – Permanece longe do rendimento da época passada e parece-me discutível se deve ser titular, tendo em conta o rendimento que vem apresentando. Fala-se muito nas alas do Benfica, mas parece-me que é no eixo Garcia-Aimar que o Benfica mais tem a perder em relação ao ano passado. Muito mais, aliás!

Gaitan – O mito de que é um jogador de corredor central, desfaz-se em 2 constatações. A primeira é que um jogador de corredor central não pode construir em transporte de bola, como faz Gaitan. As suas investidas em zona central podem desequilibrar, mas têm de ser controladas porque continua a perder algumas bolas de forma proibitiva quando aparece em construção (creio que foi por isso que saiu). A segunda constatação tem a ver com a sua capacidade de cruzamento: é o jogador que, para mim, melhor cruza no futebol português e isso é suficiente para lhe valer uma capacidade de desequilíbrio acima da média.

Ruben Amorim – Diz-se que a equipa ganha equilibro com a sua chegada. Concordo, sim, mas faço uma nota idêntica à que utilizo sempre com Moutinho. Ou seja, Amorim não é um jogador excepcional em nenhum aspecto específico. É, isso sim, um jogador útil em tudo. Tem uma óptima percepção táctica e posicional, quer ofensivamente, quer defensivamente, é seguro em posse e tem boa capacidade de trabalho. Neste momento, ninguém combina tudo isto no meio campo do Benfica.

Cardozo – Duvido que haja algum avançado no mundo que não jogue melhor quando marca golos. Desde que regressou, Cardozo está mais participativo (embora ainda não muito) e, sobretudo, bem mais inspirado e eficaz (não falo de golos, mas de todas as acções).

Paulo Sérgio – O Olhanense tem outros jogadores a observar, mas este mereceu-me especial atenção. Foi muito importante na melhor fase colectiva, aparecendo bem em transição e transportando a equipa para alguns ataques rápidos. Jogou muitas vezes solto e revelou boa capacidade de movimentação, boa intensidade sem bola e um notável critério com ela. Não lhe faço com isto uma avaliação definitiva, mas creio que nesta altura da sua carreira merece uma análise cuidada de clubes maiores...



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5.12.10

Vitória do Sporting e Fluminense campeão (breves)

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- Parece-me interessante ver este jogo tendo como foco a situação de ambos os treinadores. Paulo Sérgio, ganhando, ficou com um pouco mais de folga. A expectativa real, parece-me, exige-lhe apenas a posição que atingiu com a obtenção dos 3 pontos. Enquanto mantiver o Sporting na "pole position" para o 3ºlugar e dentro das outras competições, o treinador não deverá ver o seu posto ser muito contestado. Isto até final da época, porque 11/12 será outra história. As coisas, a este respeito, estão mais aliviadas, mas a dupla deslocação a Setúbal terá igualmente um peso importante. Especialmente a primeira, que é a eliminar.

- Litos, que começou a perder este jogo na segunda parte do jogo de 2 dias que teve com o Leiria, pode ter ficado em piores lençóis. O Portimonense precisa de algo que produza um efeito psicologicamente positivo para poder, sequer, sonhar com a manutenção. Aliás, a vulnerabilidade desta equipa explica boa parte da facilidade que o Sporting teve para resolver, de repente, um jogo que acabara de se complicar. Litos agarra-se ao "Pai Natal", que é como quem diz a um regresso a Portimão e a 1 ou 2 reforços que possam dar nova energia à equipa. Para mim, a única via passa por interromper imediatamente o momento actual, e depositar esperanças nessa renovação emocional. Isto é, trocar de treinador. É um tema que conto abordar num futuro próximo: não tem a ver com competências técnicas ou tácticas, mas com a complexidade do futebol.

- Entretanto, no Brasil, terminou aquele que já apelidei de "melhor campeonato do Mundo". Uma ideia que mantenho. Há um ano o "time de guerreiros" do Fluminense, comandado por Cuca sobrevivia à despromoção na última jornada. Hoje, muitos desses jogadores festejaram o título, batendo Cuca, que terminou a época levando o Cruzeiro ao segundo lugar. É apenas uma das ironias do passado recente de um competição marcada pela supremacia da emoção sobre a razão. Ainda no âmbito dos cânticos mais popularizados no Brasil, "O campeão voltou!" é uma moda recente. Pena que Muricy Ramalho não tenha a sua própria torcida, porque ele é, nos tempos que correm, o maior "campeão" do futebol brasileiro...

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4.12.10

Benfica vence Olhanense (Breves)

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- É tão fácil reconhecer a justiça do resultado, como a importância do erro de Moretto na definição do mesmo. Isto porque, por um lado, o Olhanense nunca deu sinais de poder recuperar o empate e, por outro, o Benfica também não havia feito muito pela vantagem que lhe foi "oferecida", pouco antes do intervalo. Mas esse é, também, o primeiro requisito de quem quer sobreviver a este tipo de jogos. A eficácia. O Olhanense não a teve e, sendo assim, poucas esperanças lhe restavam. Para o Benfica, e tal como fez ver Jesus, esta poderia ser uma vitória importante. Por ser mais uma na liga, e por não ter golos sofridos. O problema é que há feridas demasiado profundas para que este tipo de vitórias representem muito em termos de confiança. Sem ter ainda analisado o jogo com detalhe, referencio a importância que as bolas paradas continuam a ter para o Benfica. São a equipa mais forte nesse plano no futebol português e esse é, hoje em dia, o seu principal "abre latas". Mérito de quem trabalha.

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2.12.10

Vitória portista na neve (Breves)

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- O Porto aproveitou o regresso a Viena (onde também esteve na caminhada para a conquista da Taça Uefa em 2003) para relembrar a conquista de 87. O cenário, porém, terá dado a todos uma recordação diferente, bem mais ligada à vitória em Tóquio, na intercontinental. Do ponto de vista da presente caminhada, sem dúvida, o jogo que mais se poderia aproximar a este era o de Coimbra. Seja como for, foi mais uma resposta tremenda em termos mentais. Primeiro, voltar a referir que a equipa mantém o núcleo duro, num jogo de pesos distintos: desportivamente, pouco. Fisicamente, muito. Vejo pouca gente a fazer este tipo de gestão, como também já abordei. A resposta foi óptima do ponto de vista mental e daí sobrou mais uma vitória que traz energias do ponto de vista mental. A adversidade era evidente e estar a perder, naquele ambiente, e num jogo que contava pouco, poderia precipitar uma reacção menos positiva. Não foi assim, e isso diz muito sobre o carácter que a equipa ganhou nestes meses...

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Entrevista...

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O Pedro Telles, do portal.Zwame.pt, teve a simpatia de me convidar recentemente para participar no seu programa de Podcasts. Ao Pedro, agradeço o interesse e destaque dado ao trabalho que venho fazendo. A quem esteja interessado em ouvir, deixo o link:

http://podcast.zwame.pt/967/podcast/showcasept/showcase_pt-10-filipe-vieira-de-sa/

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1.12.10

Vitória do Sporting frente ao Lille (Breves)

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- A "era Paulo Sérgio" tem a vantagem de ser tudo menos monótona, em termos de estrutura. Agora, temos a fase do 4-3-3, com um "triângulo de ferro" no meio campo. Sou, confesso, um apreciador destes 3 médios, cada um à sua escala, e parece-me claro que com os 3 dispostos desta forma, a capacidade de recuperação da linha média fica muito reforçada. Aliás, na minha opinião, o Sporting não fica a perder com Pedro Mendes e Maniche em relação ao que ofereciam Veloso e Moutinho, por exemplo. Enfim, a capacidade individual e a estrutura, já se sabe, não chegam, e ao Sporting faltará ligar melhor o seu jogo e trabalhar melhor os seus momentos tácticos em termos colectivos. A nota - outra vez - vai para a transição ofensiva, nomeadamente na segunda parte, quando o Lille se dispôs mais à exposição territorial. De resto, foi bom ganhar, foi bom garantir o apuramento e foi bom não sofrer golos. Missão plenamente cumprida, e, se há alguma coisa a rever, o foco deverá de ser sempre na qualidade do jogo e nunca na sua estética.

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