29.11.10

"manita" em Camp Nou (Breves)

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- Nos primeiros - primeirissimos! - minutos até chegou a dar a ideia de que este podia ser um dia bom para o Real. A equipa definiu bem as zonas de pressão, com a importância do posicionamento de Ozil na zona de Xavi, e conseguiu sair da transição, ainda que sem perigo, 2 vezes consecutivas. Ilusão! Depressa o jogo se começou a definir numa trajectória perfeitamente oposta. Primeiro, porque houve um diferencial de intensidade entre a abordagem dos jogadores de ambos os lados. Depois, porque o Barça não facilitou e capitalizou 2 das 3 chegadas ofensivas perigosas nos primeiros 20 minutos. Logo aí, tudo se desnivelou, tanto o resultado, como o estado emocional.

- A ressaca desses 20 minutos fez prever a goleada, mas o Barça, depois, teve um comportamento difícil de entender e que abriu uma derradeira janela de oportunidade ao Real. A sensibilidade dos catalães para com Ronaldo - que se nota a cada vez que o defrontam - provocou uma paragem no jogo desnecessária e que cortou o momento do Barça. O Real teve, logo a seguir, um breve período em que poderia ter reentrado no jogo. Não o conseguiu e o intervalo terminou com qualquer dúvida que o jogo poderia ter.

- Na segunda parte, sim, o Barça materializou o ascendente emocional que conseguira com os 2 golos inaugurais, e o que se viu foi um contraste enorme, e a todos os níveis, entre as 2 equipas. Mourinho ajudou tudo a piorar ao introduzir Lass por Ozil, a equipa perdeu organização, lucidez e confiança. O Barcelona... voou! Com a soberba qualidade que se lhe conhece, com a ajuda da confiança e com um adversário desvairado, foram 5, mas podiam ter sido bem mais.

- Há uma coisa que ressalta de forma muito clara deste clássico. Jogadores como Khedira, Ozil, Di Maria ou Benzema não perceberam a intensidade que tinham de ter num jogo destes. Concentração permanente e agressividade no limite era a única via. O Barcelona não foi só melhor com bola - como invariavelmente é - foi muito melhor também quando não a teve e por isso passou a ferro aquele que era, supostamente, o mais difícil dos adversários.

- Foi como que uma prova de força do campeão e uma lição de humildade para uma equipa que, já sendo boa, tem de perceber que é preciso mais do que isto para atingir outro patamar. Será, já agora, também uma lição para quem acha que os melhores não podem também sair goleados ou que um jogo entre valores idênticos não pode acabar em goleada sem que isso tenha de representar uma negligência profissional dos perdedores. O futebol é um jogo de homens, não de deuses ou super heróis...

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