1.10.10

A (minha) justiça a Nuno André Coelho

ver comentários...
Não é a primeira vez que me refiro a ele, mas porque vejo, de várias partes, uma onde de culpabilização em torno de Nuno André Coelho, julgo justificar-se vincar a minha posição e, já agora, alertar para a realidade da sua exibição frente ao Nacional.

Vinha “chamuscado” do derby e logo se aproveitou um lance em que acho muito difícil ser responsabilizado (parece-me partir de uma posição demasiado atrasada para ter tempo de recuperar) para o “queimar” definitivamente. O que pouca gente terá visto no jogo frente ao Nacional foi a excepcionalidade da exibição de Nuno André Coelho.


O Nacional chegou a Alvalade com a intenção de explorar o futebol directo, recorrendo a Orlando Sá, primeiro, e a Anselmo, depois. Ora, dá para dizer que Nuno André Coelho, sozinho, chegou para “secar” esta estratégia dos insulares. É preciso uma análise minuciosa para encontrar um lance perdido pelo central nos 90 minutos, e é preciso percorrer muitos jogos para encontrar um jogador que, como Coelho frente ao Nacional, tenha conseguido 37 intercepções e 57 passes completados. Posso dizer, aliás, que neste campeonato, e entre os centrais dos 3 grandes, não houve ninguém que tivesse conseguido tal grau de influencia. Carriço, por exemplo, neste jogo ganhou cerca de metade das bolas do seu companheiro de sector.

Para colocar os "pontos nos ís", Nuno André Coelho é um central que precisa de crescer em alguns aspectos. Ainda erra muitas vezes quando não tem necessidade e precisa de aperfeiçoar alguns detalhes posicionais – algo que só fará com outra qualidade de organização defensiva. Neste jogo específico, aliás, houve lances que poderia ter resolvido melhor, ainda que tenham sido ilhas num oceano muito mais vasto de acções positivas.

Mas NAC é também um central de potencial excepcional, com uma combinação de características, físicas, técnicas e mentais raras. É, para mim, o central português com maior margem de evolução. Neste momento, funciona como uma espécie de “bombeiro” de uma defesa que quer fazer coisas que não sabe, quer pela sua capacidade aérea, quer pela sua capacidade de recuperação. O Sporting – e isto também já o disse e não é isso que está em causa – tem 4 centrais de qualidade muito elevada, mas nenhum deles será solução dos problemas colectivos que a equipa há muito revela no sector mais recuado. Não sei qual o destino de NAC, e não sei se encontrará, a tempo, o enquadramento certo para a tal ascensão que está ao seu alcance – num defesa, o enquadramento colectivo é mais importante que em jogadores mais ofensivos – mas sei que se está a cometer um grande erro em subvalorizar o valor deste jogador.



Ler tudo»

AddThis