3.8.10

Benfica: uma explicação redutora

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A pergunta que acompanha a sazonalidade, desta vez, não levanta grandes discussões. Se normalmente se debate quem parte melhor para a temporada, desta vez o consenso é uma regra quase geral: o Benfica. Sobre a pré época dos encarnados escreverei em breve e com mais detalhe, mas, para já, gostaria de me debruçar sobre outra pergunta: o que marca a diferença no futebol do Benfica?

A resposta, como sempre, não é simples. Vou, no entanto, ceder à natureza humana e, permitam-me, ser redutor. Mesmo com a noção deste erro de análise, vou centrar-me apenas num ponto: o pressing.

Sempre que alguém escreve ou analisa uma equipa com um futebol dominador, a regra geral é invadir-nos de poesia. Poesia futebolística. A técnica e a inteligência dos jogadores, tudo com bola, sempre com bola. Obviamente é importante, mas – lá está a natureza humana – profundamente redutor. Bem mais, no meu entender, do que a redução que eu próprio estou a fazer.

Se não vejamos, o Sporting, por exemplo, conseguiu na pré época uma posse de bola com índices muito superiores aos do Benfica. Mais tempo, muito mais passes e muito mais % de certeza na entrega. Reforço o “muito”. Isso implica que o seu futebol seja melhor? Obviamente que não.

Mais do que ter a bola, é preciso tê-la nas zonas certas e nos momentos certos. Para se explicar um futebol dominador, para mim, deve-se começar por explicar o que a equipa faz sem bola e o que faz para a ganhar. Se a recuperação é feita no meio campo adversário e com o adversário em desequilíbrio, não é preciso muita inteligência, nem sequer técnica para criar sucessivas oportunidades de golo.
Digam-me onde e como recuperam a bola, e eu digo-vos o quão dominadora é a vossa equipa.

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