14.5.10

1994: Romário espreme a laranja

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Em 94 o mundo era dele. Romário, pois claro. Depois de conquistar o futebol europeu com as suas exibições na época de estreia pelo Barcelona, tornou-se na principal figura do campeonato do mundo desse ano. Um troféu que teve, para o Brasil, o condão especial de terminar com um jejum de 5 edições sem títulos, nem sequer finais. Esse é o primeiro facto que explica a enorme popularidade de Romário no Brasil. O outro tem a ver com aquilo que se passou logo a seguir à conquista de 94.

E assim foi, Romário venceu a Copa, regressou ao Brasil e gostou tanto do que lá encontrou que decidiu não sair. Um passo atrás, dir-se-ia, na carreira do jogador que no contexto europeu simplesmente se eclipsou depois do ponto mais alto da sua carreira. Um passo atrás na Europa, mas um enorme passo para a sua popularidade no Brasil. Os golos, aparentemente, custavam-lhe muito pouco e Romário partilhou essa facilidade com 3 dos 4 grandes clubes do Rio de Janeiro. Simplesmente, virou um fenómeno de popularidade como muito poucos jogadores conseguiram no Brasil. Por isso a sua presença na Selecção foi sempre tão discutida, mesmo em anos de avançada veterania.

Quanto ao Mundial, é verdade que a História consagrou Romário, mas bem vistas as coisas, poderiam ter sido outros. Desde logo, Baggio, protagonista de um verdadeiro “one man show” que carregou a Itália até à final. Baggio e Romário eram, aliás, os mais reputados jogadores naquele Verão e se Romário saiu por cima, muito se deverá à famosa série de grandes penalidades que definiu a final. Mas, para além destes dois, havia ainda Stoichkov, a super-estrela da previsível revelação búlgara e, já agora, companheiro de Romário no "dream team" de Cruyff.

Recordar que a fama de Romário na Selecção começou, em jeito de presságio, um pouco antes desta fase final. O Brasil jogava o jogo decisivo no Maracanã frente ao Uruguai. A relação do “baixinho” com Parreira não era a melhor mas o treinador decidiu confiar no indisciplinado genial. Romário terá feito a sua melhor exibição pelo Brasil, marcou os 2 golos da vitória e deixou Parreira “obrigado” a leva-lo para o Estados Unidos. O resto toda a gente sabe.

Falta, finalmente, falar do jogo. Quartos de final entre Brasil e Holanda, um jogo fechado na primeira parte e que explodiu na segunda. Foi aí, quando os holandeses se alongaram que apareceu Romário. Marcou o primeiro golo e foi também o protagonista invisível do segundo. É que foi graças a ele que a defesa holandesa "bloqueou" na expectativa do fora de jogo. Hoje, ainda muita gente credita a Romário a principal responsabilidade desse golo. Depois do 2-0 deu-se uma improvável recuperação holandesa que seria inutilizada pelo livre de Branco a 9 minutos do fim.

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