4.12.09

Sporting - Heerenveen: Teste útil e... dramático!

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Podia não ter o mesmo impacto emotivo e mediático, mas na sombra do derbi escondia-se um desafio não menos interessante para a avaliação do estado de coisas neste “remake” leonino. E assim foi. Um teste importante que continuou a mostrar cortes claros com o passado, que revelou bons indicadores mas que sublinhou também alguns pontos a ser revistos, especialmente em jogos com estas características. Se da primeira parte Carvalhal levará alguns tópicos para reflexão, tem mais do que motivos para ficar satisfeito com o que viu nos últimos 30 minutos, o período que culminou no importante golo de Grimi.

Fica claro que o Sporting é agora uma equipa de futebol muito mais elaborado, muito mais apoiado. E isso foi bem conseguido – muito melhor do que no passado – mas apenas até ao último terço de campo. Faltou ao Sporting, e em especial na primeira parte, capacidade de desequilíbrio no último terço e essa foi a principal lacuna da equipa quando em posse da bola. Depois, e ainda no primeiro tempo, de notar também alguma falta de agressividade táctica. O Sporting tinha de ter conseguido pressionar melhor e, sobretudo, mais alto. Este é um aspecto que claramente tem de ser trabalhado. As zonas de pressão que se viram frente ao Benfica não podem ser as mesmas perante adversários dispostos a fazer uma posse meramente especulativa como foi o caso do Heerenveen.

Na segunda parte, e em particular na última meia hora, tudo foi diferente. Muito boa capacidade do Sporting para empurrar o Heerenveen para a sua área. Aqui tem de se destacar claramente a melhoria da reacção à perda de bola, muito mais forte do que na primeira parte. Mas a principal nota vai para a atitude da equipa com bola. Privilegiou sempre o jogo em apoio, procurou sempre soluções racionais e nunca caiu na tentação de um jogo mais directo, mesmo com o tempo a passar, mesmo perante uma defesa tão cerrada, e mesmo perante aquele... relvado. A prova disso mesmo é a forma notável como foi construído o lance do golo.

Dizer, finalmente, que o Heerenveen terá sido o adversário ideal para um teste sério. Com qualidade individual ao nível de um candidato à Europa na nossa liga e com uma postura táctica perfeitamente dentro daquilo que os ‘grandes’ encontram no campeonato, os holandeses foram bem melhores do que na primeira jornada. Em destaque a segurança em posse, não facilitando atrás e mostrando qualidade à frente, e o permanente equilíbrio táctico. Jogar em transição foi um privilégio que garantiu só para si e isso dificultou muito a tarefa ao Sporting que nunca teve oportunidade para atacar com espaços. De negativo, apenas o encolhimento na segunda parte, que embora tenha sido condicionado, podia ter sido mais contrariado.
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