14.10.09

Sub 21: Formação sem "princípios"

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A revolução deu-se mas o filme repete-se. Pelos ecrans dos portugueses entra mais uma medíocre prestação dos sub 21. A segunda da semana. Desta vez, aliás, o recurso à calculadora é tão precoce que valerá a pena pensar se em vez de ir buscar a dita não valerá antes a pena atirar desde já a toalha. Talvez fosse melhor assumir, finalmente, que Portugal não é mais uma potência da formação. Talvez fosse melhor pensar em novas formas de o voltar a ser. A utilidade da revolução encetada por Queiroz continua para mim a ser um belo quebra cabeças, mas o que tenho para sugerir tem mais a ver com uma revolução de mentalidade ao nível do perfil de jogo nacional. E não estou a falar da oca temática em torno de sistemas tácticos.

4-3-3 ou 4-4-2? 4-4-2 ou 4-3-3? A discussão repete-se, e repete-se ao ponto de se falar destas coisas como se um modelo se esgotasse num sistema. Não diria que é indiferente, será uma base de uma forma de jogar, mas não vai para além disso. E esse é o ponto em que estamos. Portugal tem um sistema, jogadores que encaixam nesse sistema, mas que não vai para além disso. Falham quando é preciso dar-lhe dinâmica e qualidade. Se há talento individual, não há talento colectivo.

O grande exemplo de excelência ao nível da formação, actualmente, não está em qualquer Selecção, mas sim num clube. O Barcelona, pois claro. E, lá está, o motivo não se esgota na repetição do 4-3-3. Tem a ver, isso sim, com a formação individual orientada para um contexto de jogo colectivo. Por isso os jogadores que saem da sua “cantera” têm sempre um perfil tão uniforme e, por isso também, têm tanta facilidade em entrar na equipa sénior, por sinal, só, a melhor do mundo. Não é difícil perceber, por exemplo, a diferença entre este modelo de formação e os que por cá temos. Temos sido capazes de produzir talentos individuais, sim, mas talentos individuais apenas. Falta depois, a cada um deles, encontrar um enquadramento colectivo onde, realmente, possa ser potenciado.

A sugestão é, pois, que Portugal olhe um pouco para este exemplo. Que vá para além da banalidade do sistema. Que assuma um modelo para a formação. Que passe a produzir, em vez de talentos individuais, talentos colectivos.
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