30.10.09

Dominguez: e se o futebol fosse mesmo um espectáculo?

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Há poucas coisas tão objectivas como a memória. Nela não ficam todos, apenas aqueles que têm o dom de o merecer. Seja por que motivo for. No caso dos jogadores de futebol, seguramente, os excepcionais ficarão sempre gravados na elite das nossas recordações. Mas não são os melhores, por ventura, os mais interessantes. Há outros, que não tendo sido excepcionais, conseguiram essa proeza talvez ainda mais refinada de impressionar por um aspecto particular. Algo que não lhes vale o sucesso mas vale esse meritório prémio de ficar na memória de quem os vê. É o caso, seguramente, de José Dominguez...

Formado no Benfica, e recrutado no Birmingham, chegou ao Sporting como um jogador da moda. Impressionava pelo drible praticamente imparável, tal facilidade com que mudava de direcção com a bola colada ao pé. Para quem não o conhecia era o cabo dos trabalhos, mas o passar do tempo confirmou que, afinal, o espectáculo do drible era tudo o que Dominguez tinha para dar. Aos seus raides seguiam-se, normalmente, cruzamentos ou remates inconsequentes. Se o futebol fosse, como muitas vezes erradamente se diz, um espectáculo, Dominguez nunca seria dispensado por nenhum espectador, tal o entretenimento que gerava. Mas não é, e como tal nunca Dominguez conseguiu verdadeiramente convencer alguma platéia, tornou-se num saltimbanco, pleno de espectáculo, mas com pouca objectividade.

Bem... Nem sempre era assim...
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29.10.09

Quarta Feira "gorda"

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- Muitos e bons golos na Serie A. Destaque para Cigarini (Napoles), Palladino (Genova), Bojinov e Paloschi (Parma) e Marcolini (Chievo). Já agora, também, o milagre de Dida.
- Arsenal 2-1 Liverpool, 3 golos, qual deles o melhor?
- Shakhtar 2-0 Dinamo Kiev, uma final antecipada na Taça da Ucrania
- Estoril 2-0 Olhanense, atenção à qualidade do "Samba team" do Prof.Neca...
- Sugimoto, o nome não sugere nada? Vejam o golo!

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28.10.09

Guimarães - Sporting: Vida difícil...

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Começo pelo fim e pela leitura daquele que é, por esta altura, o previsível epicentro dos debates em torno da situação leonina. Paulo Bento, e não é a primeira vez que o destaco, voltou a demonstrar uma lucidez rara na hora do balanço após do jogo. A acompanhar essa leitura, no entanto, esteve também um tom de frustração e, sobretudo, impotência. Se é verdade que alguns problemas recorrentes voltaram a ser evidenciados na primeira parte – nomeadamente ao nível da organização ofensiva – também é um facto que o extremo contraste entre a resposta antes e depois do descanso não se explica apenas pela substituição operada. A atitude e postura iniciais dos jogadores não foram as exigíveis e isso foi seguramente o que mais afastou o Sporting de um final feliz em Guimarães.

Sobre o jogo, e em traços simples, referir que foi de facto um jogo de contrastes. Estranhos contrastes. Na primeira parte, um Vitória pressionante e dinâmico com bola, a aproveitar uma entrada horrível do Sporting. Com erros e más opções individuais assustadores, sem ideias colectivas na construção e com uma baixa resposta, quer ao nível da reactividade, quer da agressividade, mantendo-se sempre muito longa no campo e distante dos adversários quando estes tinham a bola. Na segunda, não um oposto literal, mas um maior domínio do Sporting, mais dinâmico e assertivo com bola e mais reactivo no momento da perda.

Sporting
Paulo Bento permanece com o problema da organização ofensiva por resolver, não se vislumbrando grandes melhorias ao nível da mobilidade e planeamento colectivo para a posse. Para além deste problema colectivo, o Sporting conta ainda com algumas insuficiências individuais gritantes. Não querendo centrar as conclusões neste jogo em particular mas numa sequência, saliento a ala esquerda, com Grimi sem mínimos (com e sem bola) para ser opção e com Vukcevic a permanecer, jogo após jogo, um elemento de utilidade praticamente nula. Dois casos cujo rendimento, claramente, sugere revisão.

Mas o Sporting está mergulhado num outro problema que tem a ver com a frustração da sua situação no campeonato. Não é pelo pontapé de Rui Miguel, mas o campeonato para o Sporting é apenas uma utopia. A fasquia é ditada, ao contrário do que muitas vezes se vende, pelo nível da concorrência e a verdade é que o Benfica se apresenta com um nível inatingível para este Sporting. É, pois um beco sem saída. É importante que a frustração não se torne um peso insuportável e para isso é preciso encontrar outras saídas para além deste beco. Obviamente, refiro-me às competições que restam...

Vitória
Sobre o Vitória, não concordo muito com a ideia de Paulo Sérgio de centrar o desnível de rendimentos na sua própria incapacidade para manter a intensidade. Ainda assim, parece-me que há motivos para olhar o futuro com mais optimismo com o novo treinador. Fez um bom trabalho em Paços de Ferreira, com um modelo bastante ofensivo para o nível pacense. Em Guimarães terá outras condições e outra qualidade. Aliás, isso fica bem claro pela qualidade das opções que trouxe do banco para o jogo...

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E esta, hein!!

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Este já ninguém lhe tira...

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27.10.09

Benfica: Os alas e a agilidade táctica

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Ainda nem a meio chegamos e só agora – tardiamente – chega à liderança. Mas este Benfica é, em tão curto espaço de tempo, já histórico. É fortíssimo tacticamente, em todos os momentos do jogo, tem um talento enorme, assumiu uma cultura de intensidade invulgar e, agora, respira uma confiança que torna a bola mais redonda em cada lance. Demolidor. Pode-se falar, e já se falou, de muita coisa, porque quase tudo é elogioso. Hoje, porém, escolhi a importância dos alas – em particular Di Maria – na agilidade táctica da equipa. São eles que encolhem ou alargam a equipa, que lhe dão profundidade ou equilíbrio. A importância da sua reactividade é, por isso, fundamental para se responder mais rapidamente a cada um dos momentos.

Primeiro lance – Maxi dá-lhe a bola na “fogueira” e ele, ainda assim, sai dela sem se queimar. Aimar está, de facto num momento fantástico, e é a sua confiança e talento que, inegavelmente estão na origem do primeiro lance. Mas esqueçamos – se é possível – Aimar por um momento, não é dele que quero falar. No meio, Di Maria, embora um ala, não dá largura à equipa. Aproxima-se da jogada, oferece apoio, dá força à zona onde está a bola, e colabora para que ela encontre outros caminhos mais livres para progredir. Mas a profundidade não é esquecida. O movimento complementar vem do lateral, que aproveita o espaço. Tudo isto só funciona se for feito de forma automática e com grande velocidade. Daí a importância da capacidade de dar profundidade nos laterais deste modelo.

Segundo lance – Outra vez Aimar. Antecipa-se na leitura do lance e, mais uma vez, é o elemento fulcral no desequilíbrio. Mas, de novo, o que quero focar é o papel do ala, Di Maria. Perante uma jogada dividida, o seu posicionamento é intermédio. Tanto pode resultar que tenha de vir fechar ao meio, à frente da linha defensiva, como poderá “explodir” para dar profundidade em transição – o que sucedeu. A área de acção é enorme e, por isso, é fundamental o aspecto tempo, quer na reacção, quer no deslocamento. É isso que acontece, Di Maria é rápido a perceber e velocíssimo na acção, tirando partido do desequilíbrio posicional madeirense.
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Showboat!

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26.10.09

A "teia" que durou 60 minutos...

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E, de repente, o Dragão viu-se bloqueado, sem espaço, sem soluções. Entre mérito de uns e demérito de outros, que há sempre, é muita a responsabilidade da Académica. Villas Boas estreou-se com uma “teia” que prendeu a organização portista. Não é fácil, e porque não o é, durou apenas 60 minutos, o tempo que os jogadores demoraram a ceder ao desgaste e a perder intensidade. Fica o registo e a expectativa para ver igual brilhantismo noutro tipo de desafios.

Pessoalmente prefiro ver equipas que pressionam em todo o campo, que condicionam o tempo e não apenas o espaço. Não foi essa a estratégia e talvez fosse mesmo utópico exigir tanto. Folgaram os centrais, Rolando e Bruno Alves, “prendeu-se” Fernando e juntaram-se dois princípios fundamentais para que tudo o resto. Se juntar linhas e diminuir espaços é algo mais básico, mais raro é ver a forma reactiva e agressiva com que os jogadores responderam a cada pequena evolução no jogo. Numa palavra, intensidade. Mas intensidade não é fácil de manter e, por isso, a briosa cedeu. Como ao mau momento não correspondeu a ineficácia contrária, tudo se complicou.

Mérito, e muito, para o Porto. Não esteve inspirado, mas, tal como frente ao Apoel, manteve uma atitude fantástica. E de novo a intensidade. Quando a Académica abrandou, o Porto acelerou e ganhou a decisiva vantagem, desbloqueando por completo o jogo. Por falar em méritos portistas, e para acabar, de destacar a resposta da equipa sem bola. Enquanto acumulava frustrações a atacar era importante que, pelo menos, o Porto não permitisse que a Académica tivesse bola. Fê-lo sempre, e bem, e isso foi fundamental.
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1 dia... 7 derbies!!

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Golos, muitos. Penaltis, marcados e falhados. Expulsões, várias. Estádios, mais do que cheios, loucos. Nomes? Gallardo, Palermo e Ortega. Alex e Guiza. Van Persie e Diamanti. André, Hernanes e Rogério Ceni. Adriano e Bruno. D'Alessandro. Ariel...
É por isto que o futebol é mais do que um jogo.








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23.10.09

Aimar: o outro lado do 10 moderno

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O que têm em comum o segundo e terceiro golos do Benfica-Everton? Finalização de Cardozo? Claro. Mas um pouco antes, mais atrás, na origem da jogada... Parece que está apenas a fazer cócegas ao grande cabeludo, Fellaini, mas a sua acção é muito mais importante do que isso. É a mais essencial de todo o lance e, mesmo, a mais decisiva de um jogo que, até aqui, estava bem equilibrado. Este é o outro lado do número 10 moderno, que, atrevo-me eu dizer, não é menos importante do que qualquer um dos recortes técnicos que enchem as manchetes.

- vídeo segundo golo
- vídeo terceiro golo

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Menteshashvili...

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22.10.09

Porto - Apoel: O respeito tem recompensa...

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Apoel. O nome sugere tudo menos dificuldades. Para os mais simplistas nestas coisas, o nome e a sua modéstia histórica implicariam mesmo um goleada obrigatória. Nem era, nem foi o caso. Os cipriotas forçaram, pela sua atitude e organização, um outro destino ao jogo, chegando mesmo ao ponto de colocar o Dragão em sobressalto. As condições estavam reunidas para que a surpresa se tornasse provável e se isso não aconteceu, tal apenas se deve à atitude portista e ao seu respeito pelo adversário e pela competição. Os frutos não foram imediatos, mas foram merecidos...

Porquê que o Porto sentiu dificuldades na madrugada do jogo? A resposta, como sempre num jogo complexo como é o futebol, não tem uma única origem. Começa no mérito do Apoel, muito pressionante, reactivo e agressivo sobre a posse portista, não dando tempo para pensar e executar. Como complemento para a boa resposta cipriota temos um Porto, que mantendo níveis de intensidade altos desde o inicio, não esteve inspirado na gestão da sua posse. Aqui, nota para os 2 elementos do meio campo, Meireles e Mariano, como fundamentais para esta situação. Mariano, o mais evidente, pelas perdas de bola que acumulou, sucumbido à pressão, primeiro do adversário, e depois do próprio público. Meireles, porque não esteve tão dentro do jogo como se lhe deve exigir, não ajudando, em particular, nas movimentações sobre as alas.

Pois bem, se o jogo estava difícil de se resolver em posse e organização ofensiva, restava provocar o erro do adversário. Essa, percebeu-se desde cedo, seria a grande arma portista. Ou seja, o efeito do seu pressing. O Apoel nunca conseguiu soltar-se dos constrangimentos que o Porto causou à sua posse, nunca conseguiu jogar e, por isso, foi sempre o Porto quem dominou. Sempre. O golo foi apenas um acaso. Com erro de Bruno Alves, mas um acaso para aquilo que o jogo mostrava. Com 0-1 nada se alterou e, como era previsível foi de uma perda de bola que o empate surgiu. Sobre os erros em fase defensiva do Apoel, vitais na definição do jogo, importa dizer 2 coisas. A primeira é que são erros forçados, com mérito, portanto, para a atitude do Porto. A segunda é que, claramente, os cipriotas não estavam devidamente avisados para os perigos que iriam correr nessa situação, arriscaram várias vezes de forma despropositada e isso custou-lhes caro.

O empate marcou uma viragem emotiva no jogo. A intensidade, alta desde o inicio, manteve-se, mas o Porto passou a ganhar mais duelos e a agressividade cipriota a ter menos resultados. Viram-se mais desequilíbrios até ao intervalo e depois dele. Com o penalti do 2-1 pelo meio, o domínio do Porto acentuou-se. Porquê? Muito mais do que a alteração táctica de Jesualdo ao intervalo, trocando as posições de Rodriguez e Mariano, a resposta reside no momento do próprio jogo. Em desvantagem o Apoel tentou alongar-se no campo e com isso permitiu que o Porto jogasse em transição e com espaço, algo que não havia sucedido no primeiro tempo. Mesmo com um abrandamento do ritmo, o jogo tinha todas as condições para resultar num 3-1. Bastava uma qualquer transição na fase em que o Apoel se tentasse adiantar. A expulsão de Mariano terá custado um golo na vitória portista, mas nunca a própria vitória. É que a diferença entre as equipas não se resumia a 1 jogador.

Finalmente, e sem querer entrar em grandes destaques individuais, importa, claro, deixar uma palavra para Hulk. Não pelos golos, mas pela sua capacidade de explosão. É simplesmente fora de série.
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21.10.09

Organização ofensiva (II), os bons exemplos

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Ainda a organização ofensiva. Agora para uma visão bem mais positiva do que aquela que ontem apresentei. Porto e Benfica deste ano, ou mesmo um outro Sporting do mesmo Paulo Bento podem servir para este propósito. O exercício é simples. Pegar nas bem sucedidas jogadas deste vídeo e descobrir as diferenças com aquelas que constam no outro, um pouco mais abaixo. O que as distingue? O que as leva a desfechos tão diferentes?

Fazer campo grande. É um principio básico de quem ataca, que pretende obrigar o adversário a distribuir-se na máxima área de terreno possível. O objectivo é também evidente, ter mais espaço para jogar. O problema do que vem fazendo o Sporting tem a ver com uma espécie de obediência cega a este principio. Os avançados encostam nos centrais contrários, os alas permanecem bem abertos, o campo alarga-se, mas... não sobra ninguém para jogar no espaço criado. A distância entre jogadores é grande demais, a sua postura é estática e um passe vertical que seja, torna-se um desafio hercúleo para quem tem a bola. Tudo porque falta uma condição, mais importante ainda do que o tal princípio básico... Mobilidade.

Mas vamos aos bons exemplos. Primeiro o Benfica de Jesus. Os seus golos e principais desequilíbrios resultam da força dos momentos de transição e da eficácia nas bolas paradas, mas a qualidade em organização é também muito grande. A bola entra quase sempre nas alas e aproveita o apoio de 2 jogadores fundamentais para o sucesso deste processo: Aimar e Saviola. O Porto terá sido a equipa que mais tem desequilibrado em organização. As rotinas são diferentes, porque a disposição base (sistema) dos jogadores também o é. Mas também as alas são o destino primário e também aí há movimentos de aproximação de jogadores que se complementam e combinam. Normalmente, o extremo baixa, arrasta o lateral, e o espaço é aproveitado, ou pelo lateral, ou pelo médio desse lado.

Mas o caso seguramente mais interessante na óptica leonina é mesmo a sua própria versão 06/07. Nessa altura, o Sporting contava com 2 médios interiores que, ao contrário do que acontece hoje, não permaneciam abertos, mas aproximavam-se para dar soluções de passe mais curtas. Esta é a principal diferença. Depois há ainda o papel que desempenhava, na altura com grande fulgor, Romagnoli, sendo um elemento de desequilíbrio numérico nas alas.

Paulo Bento afirmou que não é pior treinador hoje do que ontem. Talvez seja verdade em vários aspectos, mas neste, em particular, talvez fosse bom recuperar o que era feito há alguns anos. E é tão simples, basta pegar em alguns vídeos e comparar...

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A troca de pés do "velho" Petkovic

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20.10.09

Organização ofensiva, o pesadelo de Paulo Bento!

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Organização ofensiva. O futebol tem mais momentos, mas este em particular tem sido o pesadelo do futebol do Sporting. Provavelmente não será aquele que mais pontos terá custado à equipa mas é seguramente aquele que mais assobios justificou. Talvez não fosse preciso ver mais um jogo para ter a certeza do que quer que seja nesta matéria, mas o jogo com o Penafiel foi um óptimo exercício de observação. Jogada após jogada, minuto após minuto, o Sporting partia com a bola dominada perante um bloco defensivo baixo e denso. O resultado, de tão mau, não podia ser mais clarificador. É por isto que tantos assobios vêm das bancadas e é por isto também que, invariavelmente, se diz que o Sporting joga melhor perante adversários mais fortes...

Começando pelos factos. Em 50 minutos, até ao primeiro golo, o Sporting teve 29 iniciativas deste tipo, e em apenas 3 conseguiu, sem interceptações, fazer a bola chegar jogável às imediações da área contrária. Não é cruzar, nem sequer rematar. Só com a bola jogável. Cerca de 10% de sucesso. A conclusão é óbvia e indica que algo vai muito mal neste tipo de situações. Aliás, perante este registo mais valeria não perder muito tempo e jogar de forma directa e deliberada, poupando tempo e podendo pressionar em zona mais alta. Foi assim, aliás, que o golo chegou e é essa também a esperança leonina neste tipo de jogos de domínio concedido. Chegar ao golo através de recuperações altas. Está claro, no entanto, que esta seria uma estratégia obviamente insuficiente para as exigências do clube e da equipa, e embora às vezes pareça, não isso que o Sporting pretende.
 

Os motivos para esta situação são vários, mas nenhum tem a ver com sistemas tácticos, ou com outros sofismas que tantas vezes se repetem. Também a falta de qualidade individual, embora exista em muitos momentos (como o caso de Angulo no vídeo), não é o essencial. A questão está na falta – ou aparente falta – de movimentos sistematizados que criem soluções de passe. É que este tipo de situações são de tal forma repetitivas que se justifica a sistematização de acções concretas, conhecidas por todos os jogadores. Quase como se fossem lances de bola parada. Não dará para todos os jogos, mas dará, seguramente, para muitos, aquels em que os adversários se revelam demasiado passivos e permitem paciência para a entrada do primeiro passe.

Aquilo que se vê é uma indicação base para o posicionamento de cada jogador, mas não a sistematização de movimentos coordenados, parecendo a dinâmica estar dependente do improviso. Por isso Vukcevic fica escondido e raramente é solicitado a não ser em profundidade. Por isso não há trocas posicionais entre os alas e os jogadores interiores. Por isso, quando – como aconteceu com Saleiro – o parceiro de Liedson não o acompanha na tentativa constante de criar linhas de passe, o futebol do Sporting parece bloquear.
 

Este é, claramente, o calcanhar de Aquiles do trabalho de Paulo Bento. Pode não ser fácil chegar à excelência, mas não me parece nada complicado melhorar o escandaloso 3/29 deste Sporting...
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Super Taarabt!

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19.10.09

Melhor 11 do Mundial sub 20

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Terminado o Mundial de Sub 20 é hora de fazer o balanço. Já aqui me referi às inúmeras ausências que fizeram deste um torneio de muitas promessas mas poucas certezas. A qualidade existiu mas de forma muito diversificada e, por isso, é fácil fazer vários destaques, dependendo do ponto de vista. Aqui deixo um onze possível para melhor da competição, salvaguardando que é baseado apenas no que pude ver (e não acompanhei de forma muito detalhada) e que não é uma escolha dos que terão mais futuro, mas daqueles que mais se destacaram...

Esteban Alvarado – Possivelmente este será o ponto alto da sua carreira. Isto porque não será fácil a sua ascensão tendo em conta de onde parte e a concorrência que há. No entanto, mereceu a distinção de melhor guarda redes do torneio pelo número de intervenções e pela qualidade de muitas delas.

Samuel Inkoom – Lateral muito ofensivo e explosivo fisicamente, conseguiu muitos desequilíbrios e roturas e, por isso, a sua preponderância.

Diogo – Ao contrário de Inkoom é um lateral que se destaca pela qualidade técnica, gostando de aparecer em espaços interiores onde aparenta sentir-se bem apesar da menor abundância de espaços.

Rafael Toloi – Foi um dos melhores do torneio e será, sem dúvida, um dos mais promissores da sua geração. Fortíssimo no ar e com excelente leitura na antecipação é já uma certeza do Brasileirão e confirmou essas qualidades nesta competição.

Dalton – Ao lado de Toloi formou a melhor e mais eficaz dupla de centrais da competição. Forte física e tecnicamente tem, também, boas hipóteses de fazer uma boa carreira.

Vladimir Koman
– Foi o timoneiro de uma selecção fortíssima do ponto de vista técnico. Faz o papel de organizador de jogo, dando sempre mais inteligência ao jogo e, depois, foi só o segundo melhor marcador da prova. Falhou a meia final e talvez isso tenha sido decisivo para impedir um maior sucesso húngaro.

Giuliano – De revelação no último ‘Sudamericano’ passou a patrão da ‘Canarinha’ neste mundial. Uma ascensão que reflecte o momento emergente de Giuliano no panorama futebolístico do seu país. O resto já se sabe... Muita qualidade técnica, capacidade criativa e de desequilíbrio. Foi o “Bola de Bronze” da prova.

Roland Varga – Talvez seja estranho destacar um jogador que não foi titular da sua equipa. A verdade é que Varga me impressionou particularmente. Encostado à esquerda, revelou sempre a elegância que o caracteriza. Tecnicamente dotado, mas diferente da maioria dos jogadores que jogam pela ala, destacando-se sempre pela lucidez com que decidiu cada lance.

Alex Teixeira – Um desequilibrador nato. Drible, explosão, velocidade. Tudo características que o caracterizam e que ficaram bem vincadas neste mundial, ao ponto de ter sido eleito o segundo melhor jogador da competição. Como muitos na sua idade, terá agora de ganhar objectividade e enquadramento táctico para poder singrar nos mais exigentes palcos.

Kermit Erasmus – Por pouco o seu futebol não deixou o Gana fora das meias finais. Um avançado móvel e muito forte tecnicamente, capaz de desestabilizar as defensivas contrárias. Um nome que provavelmente acabará por aparecer de forma mais clara nos próximos tempos.

Dominic Adiyiah – A figura da prova. Melhor marcador e melhor jogador. À imagem da sua selecção é um jogador explosivo, muito potente fisicamente e com grande capacidade de finalização. Características que lhe valeram a glória enquanto sub 20 mas que não são ainda suficientes para fazer dele uma estrela ao mais alto nível...

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Goossens!

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16.10.09

A recaída de Queiroz...

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O apuramento ainda está por confirmar, a qualidade colectiva ainda precisa de crescer, mas tínhamos pelo menos isso... Pelo menos Queiroz parecia estar a distanciar-se do desnorte que marcou a sua entrada na Selecção e, em particular, da sua surpreendente sensibilidade aos temas relacionados com o passado recente da equipa nacional. Pois bem, eis que o seleccionador resolve aproveitar o momento para nos retirar essa ponta de ilusão, através de uma entrevista difícil de classificar. Uma palavra, no entanto, não deixa de me vir à cabeça sobre o estado de Queiroz: Insegurança!

Para não me alongar demasiado, vamos por partes:

1) “Realizado”...
Realizado?! Aliviados estamos todos, mas é pela fuga ao cenário de uma embaraçosa eliminação. “Realizado” nem depois do playoff se justificaria, nesta altura só pode ser lapso.

2) “Rio... leito... margens... “
Prefiro não comentar...

3) “Está-se a referir a 88, 89, 90, 91?”
Não sou especialista em matéria psiquiátrica, mas diria que Queiroz tem mesmo um trauma com o passado de Scolari na Selecção. Mal se apercebe que o tema vai ser introduzido, pára e muda o discurso para um tom mais agressivo. Será assim tão difícil reconhecer o sucesso e os méritos que Scolari teve na sua passagem por cá?! Será que isso põe em causa alguma coisa que Queiroz havia feito?! Não seria mais útil – e não me canso de repetir isto – Queiroz tentar perceber e aprender com alguns dos méritos de Scolari em vez de insistir nesta negação ridícula?! Tudo isto é, acima de tudo, pouco inteligente...

4) “Dizia aos meus amigos... temos um problema”
Continuação do ponto anterior. O passado, desta vez Queiroz não se defende, mas ataca. Faz do passado um inimigo, um obstáculo. Ele não existe, mas Queiroz insiste em enfrentá-lo. Podia ser um aliado, mas Queiroz está determinado em fazer dele o seu moinho de vento.

5) “Todos os dias, trabalhar para ser número 1”

A entrevista, se tivesse apenas esta parte, seria boa. É pena que tudo o que disse antes denote uma divergência total em relação a esse objectivo. “Ser número 1”. Será difícil com tanta energia desperdiçada ou mal aplicada...

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15.10.09

Sub 20: O impressionante caso brasileiro

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Na sua recta final, o Mundial sub 20 prepara-se para oferecer uma grande final como despedida. Brasil e Gana foram seguramente das Selecções mais empolgantes de uma competição que terá revelado algumas promessas muito interessantes, mas que ficou também diminuída pelas várias ausências. E foram mesmo muitas. Agora vem o mais curioso. É que a Selecção que mais ausências teve é aquela que, ao mesmo tempo, melhor equipa demonstrou ter. O Brasil, claro está. É que é possível fazer-se um onze melhor do que qualquer outro na prova só com ausências brasileiras. Uma prova impressionante e inequívoca da dimensão impar do futebol canarinho no contexto mundial...

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A caminho de África: alguns dos últimos passos...

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14.10.09

Sub 21: Formação sem "princípios"

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A revolução deu-se mas o filme repete-se. Pelos ecrans dos portugueses entra mais uma medíocre prestação dos sub 21. A segunda da semana. Desta vez, aliás, o recurso à calculadora é tão precoce que valerá a pena pensar se em vez de ir buscar a dita não valerá antes a pena atirar desde já a toalha. Talvez fosse melhor assumir, finalmente, que Portugal não é mais uma potência da formação. Talvez fosse melhor pensar em novas formas de o voltar a ser. A utilidade da revolução encetada por Queiroz continua para mim a ser um belo quebra cabeças, mas o que tenho para sugerir tem mais a ver com uma revolução de mentalidade ao nível do perfil de jogo nacional. E não estou a falar da oca temática em torno de sistemas tácticos.

4-3-3 ou 4-4-2? 4-4-2 ou 4-3-3? A discussão repete-se, e repete-se ao ponto de se falar destas coisas como se um modelo se esgotasse num sistema. Não diria que é indiferente, será uma base de uma forma de jogar, mas não vai para além disso. E esse é o ponto em que estamos. Portugal tem um sistema, jogadores que encaixam nesse sistema, mas que não vai para além disso. Falham quando é preciso dar-lhe dinâmica e qualidade. Se há talento individual, não há talento colectivo.

O grande exemplo de excelência ao nível da formação, actualmente, não está em qualquer Selecção, mas sim num clube. O Barcelona, pois claro. E, lá está, o motivo não se esgota na repetição do 4-3-3. Tem a ver, isso sim, com a formação individual orientada para um contexto de jogo colectivo. Por isso os jogadores que saem da sua “cantera” têm sempre um perfil tão uniforme e, por isso também, têm tanta facilidade em entrar na equipa sénior, por sinal, só, a melhor do mundo. Não é difícil perceber, por exemplo, a diferença entre este modelo de formação e os que por cá temos. Temos sido capazes de produzir talentos individuais, sim, mas talentos individuais apenas. Falta depois, a cada um deles, encontrar um enquadramento colectivo onde, realmente, possa ser potenciado.

A sugestão é, pois, que Portugal olhe um pouco para este exemplo. Que vá para além da banalidade do sistema. Que assuma um modelo para a formação. Que passe a produzir, em vez de talentos individuais, talentos colectivos.
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"Golaço" de canto? É possível!

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12.10.09

Portugal: Sorrir... de alívio!

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Não fosse a felicidade um sentimento que surge pela relatividade do momento, e a Luz não rejubilaria tanto no final deste angustiante capítulo da equipa nacional. Mas é. E como é, torna-se evitável juntar um sorriso ao mais justificado suspiro. Malta não conta, é apenas calendário e por isso vale a pena colocar os olhos no que ficou para trás na hora de antecipar o futuro, o Playoff. É que se a Selecção escapou à justa deste susto, pode ter a certeza de que o que vem a seguir não tem um grau de dificuldade inferior. Num tempo em que se falou tanto das probabilidades, convém esclarecer que a hipótese de Portugal ser eliminado em 2 jogos é bem maior do que ter falhado o apuramento directo num grupo como o que teve. E falhou.

O desafio
Há, na actualidade, um dado comum no futebol de Selecções, mais do que de clubes. A dificuldade que sentem as Selecções mais fortes perante blocos defensivos mais baixos e fechados. É normal. Não há tempo e sem tempo é mais difícil haver rotina, restando como hipótese o improviso. Improviso... diz alguma coisa quando nos lembramos de um jogo da Selecção? Deve dizer porque é aquilo que mais abunda. Se falar de iniciativas individuais forçadas e condenadas ao insucesso, talvez seja mais fácil. É isso que acontece quando se escoam as linhas de passe e não há plano colectivo para a posse, e é isso que tantas vezes se observa nos jogos da Selecção.
Melhorar a qualidade, muito mais do que debater o passado, fazer paralelismos estapafúrdios com o tempo de Scolari ou de tentar vender um azar divino como justificação. Melhor a qualidade é o que deve preocupar Queiroz. Introduziu, e bem na minha opinião, um novo sistema, mas mantém as oscilações. Mais valia não mudar o 4-3-3 e sistematizá-lo do que dançar entre os dois sistemas. Se Queiroz fixasse um sistema e tentasse desenvolver um modelo na base da sistematização, utilizando a menor rotatividade possível nos eleitos, talvez fosse mais fácil chegar à tal meta qualitativa. Assim, e pelo menos para já, estamos condenados ao improviso.

O Playoff
Já o repeti durante toda a qualificação. Houve quem tentasse ver na Suécia ou Dinamarca selecções fortes, de nível mundial. Nem de perto o são. Entre as Selecções que nos podem calhar em sorte é provável que qualquer delas possa ser adversário mais forte. Isto não faz de Portugal menos favorito, mas é bom que se tenha noção que se o potencial que temos é enorme, a nossa realidade só muito raramente lá tem andado perto...
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Locura!

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9.10.09

61%: o número que nos resta!

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As contas. De novo as contas. Já havia deixado aqui um exercício semelhante antes do jogo de Budapeste que dava a Portugal 42% de hipóteses de se manter na rota da África do Sul após o fecho deste grupo. Agora, e apesar de se manter dependente de terceiros, as hipóteses são positivas. Fazendo uma projecção das probabilidades teóricas dos resultados de cada um dos jogos em disputa, constata-se que, antes da jornada decisiva, há 62% de Portugal participar chegar pelo menos ao Playoff. 62%. É o número a que nos resta agarrar...

Um exercício igualmente curioso poderá passar por entender quais as hipóteses uma vez definido aquele que é, em teoria, o jogo mais imprevisível desta recta final. O duelo nórdico entre Dinamarca e Suécia jogar-se-á antes da recepção lusa à Hungria e, por isso, faz sentido contextualizar em que situação entrará Portugal para esse jogo. Os resultados são claros. Descontando a hipótese residual da diferença de golos favorecer a Suécia em caso de empate, há golpe radical que acontece nas hipóteses lusas, mesmo antes da Selecção entrar em campo. Se a Suécia vencer, as hipóteses baixam para 29%. Caso contrário, e seja qual for o resultado, as hipóteses de Portugal manter pelo menos o 2º lugar sobem para uns optimistas 76%. Esperemos que assim seja...
Há ainda a questão do 1º lugar, mas andar fazer contas sobre essa questão será pouco mais do que mero masoquismo...



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Se quisesse... não conseguia!

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8.10.09

A cultura do lenço branco

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Fossem os treinadores uma espécie e cada campeonato um ecossistema e facilmente se poderia recorrer a Darwin para explicar os despedimentos que, ano após ano, se repetem nas mesmas alturas. E é sempre igual. Uma bizarra versão da “Selecção Natural” afecta invariavelmente aqueles que, num grupo de equipas com expectativas semelhantes, pior se encontrem. No caso português, em particular, é certo que pelo menos 3 a 4 treinadores terão o lugar em risco ao longo de cada época. Sejam eles quem forem. E é aqui que encerra verdadeiramente o problema: “Sejam eles quem forem”

O alvo conveniente
Não é difícil para quem acompanha o fenómeno futebolístico perceber a forma como os adeptos não convivem bem com os treinadores. Bastará verificar a raridade com que se elogia um treinador, em contraste com a catadupa de criticas que, semana após semana, se lê, vê e ouve. Pessoalmente tenho uma explicação. São poucos os adeptos que não se têm a si próprios como grandes entendidos da especialidade. Este facto aliado à crença clubista de que as suas cores têm, por bondade divina, um potencial inesgotável, faz com que o treinador seja um alvo conveniente. É que a tese da sua incompetência salvaguarda as 2 hipóteses iniciais, ou seja, mantém-se a sabedoria do adepto bem como o potencial divino das suas cores. O problema era, só, o treinador. Como o insucesso é algo inevitável para 3 ou 4 equipas, teremos sempre 3 ou 4 vitimas deste processo... “Sejam eles quem forem” 


Reacção ou estabilidade?
Neste ciclo há uma pergunta que, em alguma altura, fará parte do processo. “Deve, ou não, o treinador ser despedido?” Aqui, normalmente, surgem as divisões. Uns pedem reacção, outros estabilidade. O erro está na origem, na pergunta. Falta-lhe a consequência, saber o que vem a seguir. Ou seja, um pode ser uma boa decisão substituir um bom treinador se a seguir vier um melhor e não será tão audaz tomar a mesma decisão se não se tem alternativa melhor, mesmo para um treinador medíocre.
Este é o grande dilema da classe dirigente e aquilo que realmente define o sucesso das equipas. Saber avaliar a qualidade, quer dentro, quer fora...
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Os antecessores de Berbatov

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7.10.09

Análise vídeo: lances da jornada

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Sem dúvida vistoso o segundo golo encarnado na Mata Real. Na origem da inspiração de Carlos Martins, ou melhor do espaço de que ele beneficia, está, no entanto, uma jogada que conta com o mérito do Benfica, mas também com uma má movimentação defensiva do Paços. E esse é precisamente o ponto que quer focar...

Hoje, muitas equipas optam por não adiantar os elementos mais ofensivos para pressionar. Preferem esperar e não correr riscos de desorganização dentro do bloco defensivo. É uma atitude que me desagrada e com a qual não me revejo. Isto porque cede total ao adversário total autonomia no tempo e destino do primeiro passe. É certo que muitas equipas não têm a inteligência para aproveitar esta benesse, mas mesmo assim não me parece a postura ideal. Ainda assim, vendo o exemplo deste golo, fica fácil perceber o porquê de tanta fobia em adiantar unidades para pressionar.
Concordando com a atitude do Paços, obviamente importa escalpelizar o erro que é cometido. O ponto essencial tem a ver com a cultura táctica dos jogadores e com a preocupação que deveria ter havido em restabelecer equilíbrios posicionais, mesmo quando a jogada parece estar destinar-se para outro local. Ou seja, trata-se de um comportamento essencialmente preventivo. E, note-se, qualidade posicional tem muito a ver com estes movimentos longe da zona da bola mas que, depois, se tornam fundamentais. No caso, o jogador que está sobre a direita pacense deveria, mal a bola muda de flanco, ter baixado para a zona central, entre linhas, de forma a dar maior presença a essa zona e mais compacidade a um bloco defensivo que agora tinha a referência (bola) do outro lado do campo. Não aconteceu e Martins fez questão de deixar isso bem claro para todos...

Golos portistas – Qual a semelhança entre os 2 golos que encaminharam a vitória portista no Algarve? Ambos de cabeça, é verdade, mas o grande ponto comum está no facto de ambos resultarem de cruzamento, não directamente, mas após lances de bola parada. E esta é uma situação muito própria e que parece ter sido propositadamente explorada no segundo caso (fica a questão se a jogada estava preparada?).
O problema tem a ver com o que acontece após os lances de bola parada e com a organização defensiva que, embora numerosa, está apenas preparada para um cruzamento directo e de uma zona específica do campo. Quando isso não acontece, as marcações desfazem-se e pode acontecer, como aconteceu, que existam gritantes falhas de marcação.

Paulo César – Uma nota para o primeiro golo do Braga. Não é sobre a permanente mobilidade Mossoró, mas sim da forma como Paulo César aborda a zona de finalização. E fá-lo de uma foram contrária ao que seria suposto, permanecendo à entrada da área e não atacando a zona mais próxima da baliza. É uma opção inteligente já que os defensores perdem a referência homem para por apenas os olhos na baliza e que pode apenas ser contrariada por uma posicionamento de um jogador na cabeça de área, o que muitas vezes não acontece. Fica a nota, porque no Braga este parece ser um movimento rotinado, tendo acontecido já por diversas vezes e com diversos protagonistas...

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Uma promessa chamada Gana

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6.10.09

Paços - Benfica: Sem pressing, vale a inspiração

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Ponto a ponto se vai desvendando a Liga 09/10. Ou melhor, vitória a vitória, porque ponto a ponto ninguém lá chega. Se a Mata Real já é, à partida, um dos palcos mais complicados da liga, as condicionantes faziam desta uma deslocação particularmente arriscada para o Benfica. Pode não parecer pela facilidade com que ficou resolvido, mas a verdade é que o jogo confirmou todas estas dificuldades que se previam para o Benfica. Só em Guimarães sentiu tantas dificuldades e, tal como nessa altura, valeu-lhe mais a eficácia do que o brilhantismo exibicional. No fim, tudo somado, pouco importa. A vitória era o essencial, até porque um campeão não se faz só de exibições floreadas. 

Há um jogador que define bem o que foi o Benfica na Mata Real. Carlos Martins. Tinha o espinhoso papel de substituir Aimar e todos o apontam como o herói da partida. Foi-o, de facto, se pegarmos apenas nos momentos em que o Benfica tinha a bola nos seus pés. Acontece que a importância de “El Mago”, e apesar do talento que se lhe reconhece, não se esgota na sua capacidade criativa. Sem bola, Aimar é também essencial, pela forma como pressiona e liga os sectores, tornando o Benfica numa equipa mais forte em todos os momentos do jogo e não apenas quando tem a bola. Carlos Martins não é assim. Aliás, ninguém é no plantel do Benfica que sentirá mais dificuldades sempre que não tiver Aimar.

Outras vezes temos assistido a exibições absolutamente dominadoras da parte do Benfica, juntando à mais valia individual, um comportamento colectivo também amplamente superior aos adversários. Desta vez não foi assim. Resolveu o jogo bem cedo, mas também desde bem cedo se perceberam as dificuldades que teve para impor a autoridade habitual. Menos reactiva a posicionar-se no campo, menos agressiva na disputa dos lances, teve sempre dificuldades em fazer do pressing alto uma arma. O Paços dividiu o jogo, criou ocasiões mas isso não era suficiente. Era preciso ser também eficaz junto das balizas, onde o jogo se define. Como isso não aconteceu, aquilo que podia ter sido uma grande exibição terminou numa luta inglória contra um prejuízo praticamente impossível de recuperar. Não aconteceu, mas ficou pelo menos claro que não será fácil alguém voltar a ganhar na capital do móvel...
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Volta ao mundo: Riquelme e outros golos do fim de semana...

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5.10.09

Sporting - Belenenses: Definitivamente, em crise!

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Afinal, o Hertha era apenas o aperitivo. A intranquilidade agudizou a reconhecida incapacidade e, 3 dias volvidos, eis que Alvalade entra num verdadeiro clima de crise. O jogo deixou sinais claros sobre vários aspectos do futebol verde e branco mas a sua mais importante consequência é outra. Para o Sporting e à 7ªjornada, o campeonato não é mais do que uma miragem. E se isso é, em parte, explicado por uma concorrência forte, é também um motivo mais do que suficiente para uma reflexão séria ao nível técnico. Porque a culpa própria é muita.

Se olharmos para exibição leonina de forma separada, entre o comportamento com e sem bola, encontramos um impressionante contraste qualitativo. Sem bola, diria, o Sporting criou todas as condições para conseguir uma vitória mais do que fácil. Aproveitando o facilitismo do Belenenses (que neste registo não ganhará mais pontos em qualquer jogo frente a um “grande”), pressionou e garantiu um domínio absoluto do jogo. Com bola, por contraponto, uma gritante incapacidade para aproveitar todas as facilidades que o jogo lhe oferecia.
Este contraste revela, aliás, muito dos méritos e defeitos de Paulo Bento e da sua liderança técnica. Por um lado, o Sporting é uma equipa bem organizada, capaz de ser forte e organizado nos seus momentos defensivos. Quer em transição, quer em organização (apesar dos erros individuais que têm penalizado este aspecto nesta temporada). Por outro, ofensivamente o Sporting parece perpetuar os seus problemas que se arrastam desde há muito. As rotinas colectivas, particularmente em organização, não revelam grandes melhorias qualitativas e se isso poderia ser atenuado com uma tentativa de tirar o melhor das peças existentes, tal também não sucede. Pegando no exemplo do Belenenses, a insistência na colocação de Vukcevic à esquerda, a re-utilização de Angulo de inicio depois do sub rendimento revelado frente à Olhanense e, finalmente, voltar a relegar Caicedo para o banco quando tinha feito uma exibição positiva (dentro do que a equipa lhe ofereceu) frente ao Hertha. São opções que não abonam a favor da leitura que Paulo Bento faz da situação e que, na minha opinião, condicionaram muito as hipóteses de vitória da equipa.
É fácil pedir atitude e entrega e é verdade que quando a inspiração aparece tudo parece mais fácil, mas os problemas vão bem para além desses aspectos. Para Paulo Bento só há uma solução realmente útil. Parar, analisar e fazer uma reflexão profunda sobre os problemas da equipa, particularmente no capítulo ofensivo, partindo depois para a sua correcção no terreno. Se isso não for feito em aspectos que até agora permaneceram imutáveis com o passar do tempo, o Sporting pode melhor circunstancialmente – e certamente o fará – mas nunca dará o salto qualitativo que a situação exige.
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Volta ao mundo - 13 jogos do fim de semana

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2.10.09

AEK - Benfica: Uma queda que não tem que ser um trambolhão

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Eis que aconteceu! Não é a primeira derrota, mas é a primeira que surge num jogo em que, claramente, o resultado não era indiferente. É um momento confuso para quem vê as coisas de uma perspectiva mais resultadista, sendo susceptível de levantar questões sobre se estará aqui um ponto de inflexão no futebol encarnado. Não está. Euforias e estádios cheios à parte, o futebol do Benfica tem uma qualidade adquirida, que não é apenas individual mas também colectiva. Em Atenas – logo em Atenas! – houve um Benfica abaixo do que pode fazer, mas isso não implica que não possa rapidamente recuperar o seu nível. Euforias à parte, importa repetir.

O AEK estava obviamente motivado, provavelmente bem alertado para o momento do Benfica. Isso não impediu, porém, que o Benfica fosse mais forte. E foi-o, não só no inicio, mas de uma forma geral. O problema é que essa superioridade não foi suficiente para se manter à margem de um deslize. Não teve a autoridade habitual e, em certos momentos, isso implicou mesmo a perda do tal domínio que o modelo encarnado tanto procura.

A problemática que resultou na exibição abaixo do par, terá tido origem num misto de pouca atitude e falta de inspiração. Em termos práticos há 2 momentos do jogo em que a quebra se sentiu. Primeiro, e mais importante, na transição defensiva. Aquele que será, provavelmente, o mais importante pilar do jogo encarnado não esteve como devia. A reacção à perda de bola não foi tão rápida e agressiva e isso permitiu que o AEK fosse progressivamente alongando o campo e, por consequência, alongando a equipa encarnada, que passou a jogar de forma menos compacta. O outro momento é, obviamente, o da organização ofensiva. Jesus queixou-se do estado do terreno e esse terá sido, de facto, um problema para quem precisa de jogar com tanta certeza como o Benfica. Mas não foi só por aí. Para além dos erros técnicos eventualmente catalisados pelo tal problema ao nível do solo, houve também uma menor capacidade para protagonizar jogadas de envolvimento dentro do bloco grego. Aqui, e contrastando com o também influente Saviola, importa referir Aimar como elemento mais inspirado e desequilibrador.
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Sporting - Hertha: Vitória e assobios

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Vitória com assobios. Algo que aparentemente não faz sentido, mas que no caso do Sporting e, em particular na Europa, é tudo menos original. De facto foi um jogo pouco inspirado da parte do Sporting, sem rasgo nem nervo, aparentando pouca motivação para fazer mais. Os motivos que encontro são vários, mas o que julgo ser mais importante dizer é que, ao contrário de outros jogos, este não me pareceu particularmente preocupante em relação ao Sporting.

Sintetizando, houve, a meu ver, 4 motivos para o frouxo futebol leonino. Erros individuais, incapacidade do pressing, o efeito de uma vantagem conseguida cedo e, finalmente, pouca capacidade no último terço.

Começando pelo primeiro, os erros individuais. Importa sublinhar o efeito do arrastamento de Miguel Veloso para a esquerda, com Adrien bastante inseguro ao nível da posse a trazer uma perda evidente de qualidade da mesma. Depois há que reforçar casos como Moutinho, Liedson, Vukcevic e Abel, bastante erráticos para aquilo que é costume. A este problema de ordem individual e que se agigantou com o aproximar dos minutos finais, há que acrescentar a saída de Matias Fernandez, um dos mais assertivos jogadores do Sporting neste aspecto.

O segundo motivo, a incapacidade do pressing. Foi isto que fez com que o Hertha tivesse mais tempo de posse de bola do que seria desejável e que impediu o Sporting de ter o domínio do jogo. Há em parte demérito do Sporting por alguma falta de agressividade em certos lances, mas há também mérito do Hertha e em especial de Raphael (o melhor em campo, a milhas dos outros) que saiu várias vezes de zonas de pressão bem criadas pelo Sporting. Apesar disto, e é bom que se diga, a posse do Hertha foi sempre relativamente bem controlada pelo Sporting que apenas permitiu meias distâncias. Pode não parecer, mas é um dado importante tendo em conta a insegurança que a equipa vem sentindo neste plano.

O terceiro motivo, o efeito de um golo cedo. Na verdade há um conjunto de factores que poderá ter contribuído para a pouca intensidade que os jogadores colocaram na partida. Primeiro essa ausência de pressão com o golo de Adrien, depois o facto do ambiente também não ser propriamente intenso e, finalmente, a própria motivação que o jogo e o adversário nunca trouxeram.

Finalmente, o mais importante de todos os motivos, porque é o mais crónico. A falta de capacidade no último terço. Na verdade este problema pode extender-se a todo o processo ofensivo. O Sporting precisa objectivamente de ter soluções mais sistematizadas para fazer a bola entrar no bloco contrário e, muito importante, fazê-lo em concordância com o potencial dos seus jogadores. Matías Fernandez já foi um caso bastante abordado, mas julgo que, embora ainda longe do óptimo, a sua integração tem sido crescente. O caso mais flagrante, porém, é Vukcevic. É um jogador que não traz nada em termos de organização ofensiva neste momento, agarrando-se demasiado à linha, não criando jogadas de envolvência e terminando repetidamente em situações de aperto junto da bandeirola de canto. Paulo Bento tem de encontrar outra solução para este jogador que é forte sobretudo em situações onde possa “ter baliza”. Ou na frente, ou, talvez, na direita. Finalmente, e porque nem tudo é mau, Caicedo este bem melhor do que nas outras aparições, dando indícios de que, afinal, pode ser uma solução útil.
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1.10.09

Porto - Atl.Madrid: Tacticamente superior

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Deve ser enigmático para quem de fora acompanha os constantes feitos portistas frente a equipas que, ano após ano, têm mais recursos. De facto, seria algo para ser explicado nos domínios do sobrenatural não tivesse o futebol uma pequena componente denominada “táctica”. Não porque a “táctica” seja um segredo nacional, mas porque entre Atlético e Porto há um grande diferencial entre a qualidade dos comportamentos colectivos. Por isso o Porto dominou e por isso desde cedo se aproximou de uma vitória que lhe acabou por sorrir. Sem discussão, diga-se.

Não era preciso ver mais de 10 minutos do jogo para perceber naquilo em que se iria tornar. Quando uma equipa pressiona e a outra espera, quando uma equipa se move em conjunto e outra se desmembra com facilidade, só há um cenário provável. O domínio da primeira sobre a segunda, ou, neste caso concreto, do Porto sobre o Atlético. E assim foi.

Face a este contexto, pode dizer-se, demorou muito que o Porto conseguisse materializar a sua superioridade. Jesualdo falou dos 4 centrais do Atlético e das dificuldades que os “colchoneros” criaram na zona mais recuada. Não é por ter 4 jogadores com essas características, mas sim pelo aglomerado de jogadores que o Atlético reservava para a frente da sua área. O Porto dominava mas tinha dificuldade em ultrapassar essa barreira.

E aqui entram os pontos que impediram o Porto de ter ainda uma partida mais confortável. Os mesmo, no fundo, que o impedem de ser neste momento mais forte. Primeiro, a dependência das acções de Hulk para criar desequilíbrios, com a equipa a ter dificuldade para encontrar outras soluções no último terço, sejam elas colectivas ou individuais. Tudo isto, claro, se tornava mais problemático quando Hulk saía da direita, tornando-se num jogador de rendimento absolutamente contrastante do outro lado do campo. Depois, a incapacidade do pressing em ser mais forte e autoritário durante mais tempo. Aqui, há que descontar a relevante atenuante da qualidade individual dos jogadores do Atlético que, mesmo sem grande ordem, lá conseguiram por vezes soltar-se.

Estes aspectos não puseram em causa o controlo do jogo, mas determinaram um adiamento da sua decisão que podia, com alguma facilidade, e apesar de tudo, ter-se arrastado para um ingrato 0-0.

Abençoado falhanço
Excelente passe de Meireles e fantástico improviso de Falcao. Mais curiosa, no entanto, é a acção de Hulk. Da bicicleta puxa um remate que sai bem. Com o pior pé. E quando a bola lhe ressalta para o esquerdo, mais habilitado, ele... falha. Faria sentido se fosse visto ao espelho. Assim não faz, mas o falhanço foi de facto abençoado.

Atlético: Uma pena...
Faz confusão como é que tanto potencial individual é tão banalmente aplicado. Esta equipa do Atlético tem potencial para discutir qualquer jogo com qualquer equipa e para ser um perigoso “outsider” na Champions. Mas não é. Não é porque não sabe pressionar, porque se limita a esperar pelo adversário e porque quando tem de atacar, seja em transição, seja em organização, esbarra sempre numa imediata dependência do improviso individual. Não é no último terço, é logo no primeiro passe. Outra coisa que espanta é a evolução desta equipa desde a pré época. Fez uma primeira parte bastante boa na Luz, mas de lá para cá parece ter regredido.
Diria, para ser ousado, que em vez de vir gastar milhões para levar jogadores, e por muito menos, o Atlético levaria de cá um treinador e teria, realmente, uma equipa.

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Dzagoev e outros golos...

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Se calhar já era tempo de alguém o levar para o campeonato ao seu nível...



Falcao e Tihinen, em circunstâncias diferentes, finalizações semelhantes...




Hugo, o que era para vir para o Sporting, decidiu a virada do São Paulo... à bomba! O jogo só teve... 5 expulsões!


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