18.6.09

Pela verdade desportiva... mas sem "novas tecnologias"!

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Para quem, como eu, acompanha com regularidade os canais temáticos de notícias, o assunto das “novas tecnologias” já tem o mesmo efeito daqueles agoniantes anuncios publicitários que apelam quase irresistivelmente a uma mudança de canal. Para que fique claro, sou favorável à introdução de todos os meios que auxiliem a decidir melhor e não concordo minimamente com os argumentos de que os erros devem fazer parte do jogo. É verdade que fazem, mas no que respeita à arbitragem, quanto menos, melhor. A questão é que toda a gente já percebeu que a FIFA, a médio prazo, não irá mais longe do que a bola com o ‘chip’, sendo absurdo estarmos a ser permanentemente bombardeados com o assunto como se isso fosse influenciar seja o que for.
Sobre o assunto da arbitragem, deixo 3 ideias para discussão. Não são muito maturadas, mas em “estado bruto” parecem-me o caminho certo e mais prático para realmente poder melhorar o jogo. O único aspecto que penso que não “atacam” é o do fora de jogo. Aqui ficam...


Apenas tempo útil – O tema pode ser introduzido com uma pergunta. Se o futebol fosse inventado hoje, como seria contabilizado o tempo? Não tenho dúvida que não teríamos 90 minutos corridos, mas sim um tempo útil com paragens do cronómetro. Tecnicamente, não há discussão possível. Faz-se em praticamente todos os desportos e a um nível bem mais amador do que as distritais do futebol e bastaria criar uma mesa, com cronómetro e um responsável, como acontece em tantos outros desportos. Esta medida simples acabaria, só, com todas as formas de anti-jogo ilícitas mas praticadas jogo após jogo. No futsal há anti-jogo? Claro que não!

Revisão do critério para o penalti – Uma vez disseram-me: e se não houvesse penalti? Se as faltas dentro da grande área fossem apenas faltas? Nunca tinha pensado nisso antes, mas de facto acho que a alteração seria mais benéfica do que prejudicial. Ainda assim, acho a medida demasiado radical, mas é um facto que grande parte das discussões de arbitragem residem em torno de faltas hipoteticamente cometidas em zonas laterais ou sem grande probabilidade de terem sido decisivas para impedir um golo. A questão é que 1 golo pode definir um jogo ou mesmo uma época e o penalti é demasiado importante, condicionando também o comportamento dos jogadores dentro da área, tornando-o pouco desportivo e demasiado em função do árbitro e das suas decisões. Nem me vou dar ao trabalho de concretizar a ideia, basta dizer que creio que seria totalmente benéfico rever o critério que actualmente existe para a marcação de grandes penalidades.

Árbitros jogadores – É uma questão de formação. O que mais me choca na arbitragem não são as decisões dos árbitros, mas os comentários daqueles que os foram no passado. Chocam-me porque revelam uma total ignorância sobre o que sentem os jogadores. Ora, o que define um bom árbitro não é saber as regras, isso qualquer pode saber, mas sim a interpretação das acções e, em particular, dos comportamentos dos jogadores. Quando ouço alguns comentários e penso na experiência que tive como jogador (ainda que a um nível longe de profissional), tenho a certeza de que nunca jogaram realmente o jogo e que não fazem ideia do que pensam ou sentem os jogadores quando em competição. A minha proposta passa por exigir que os árbitros em formação tenham sido praticantes durante um tempo mínimo, não sendo obviamente relevante o nível da competitivo, desde que ele exista.


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