13.5.09

O que significa abdicar de Quique...

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Estou à vontade para criticar Quique nesta hora porque as criticas que lhe tenho a fazer são as mesmas que fui identificando desde a pré temporada. Ou seja, Quique é um treinador de perfil tão claro como previsível. Tem um modelo de jogo rígido e precisa dos jogadores certos para o fazer render no máximo das suas potencialidades. Se o aspecto táctico é um ponto fraco evidente, no que respeita a outras áreas, Quique e a sua equipa técnica são muito competentes. Acreditam no treino e são rigorosos, metódicos e competentes na forma como encaram o trabalho diário e não é por acaso ou simpatia que vemos alguns jogadores dizerem que aprenderam muito com o treinador. É um perfil que se pode encontrar em vários treinadores espanhóis da actualidade e é essa diversificação desta filosofia que torna tão difícil aceitar que alguém se tenha equivocado na hora de escolher o treinador.


A responsabilidade de Quique
Ora, não é da responsabilidade de Quique se quem o escolheu não sabia o que estava a escolher. A única coisa de que se pode acusar Quique, hoje, é de ser exactamente o mesmo que era quando aterrou na Portela. Nem mais, nem menos. Quique Flores não é hoje responsabilizado por não ter qualidade, antes sim por não ter ganho. Ou alguém acha que se questionaria a sua competência se Porto e Sporting tivessem repetido o registo pontual de 04/05? É aqui que começa o problema crónico do Benfica...

A estratégia: qualidade ou resultadismo?
Quem escolhe pela qualidade e sabe o que escolhe não muda após um ano. É verdade que os resultados foram negativos, sobretudo tendo em conta os investimentos feitos, mas se a aposta fosse séria, hoje o trabalho de Quique Flores teria de ser visto como estando a meio do seu desenvolvimento, até pelas próprias características do perfil do treinador. Não concordei com o perfil do treinador escolhido, como escrevi na altura da sua escolha, mas a saída de Quique representa a continuidade da estratégia que espera, eu diria cegamente, por acertar em alguém que ganhe. É, digamos, a mesma estratégia que fez Mourinho ou Jesualdo saírem da Luz pela porta pequena e é mesma estratégia que não garante que um treinador, por muito bom que seja, possa desenvolver um trabalho de continuidade dentro do Benfica.

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