Poucas equipas serão tão organizadas defensivamente como o Sporting, mas nos Barreiros, as dificuldades sentidas pelos defensores verde e brancos foram enormes. Há algum demérito pontual de quem defendia, mas há, sobretudo, uma grande qualidade ofensiva madeirense. A qualidade técnica dos jogadores é um ponto fundamental, mas praticamente todos as ocasiões são construídas através de lances bem trabalhados do ponto de vista colectivo. Nos lances que apresento há uma característica comum, que é o retirar da bola da zona de pressão, procurando zonas menos povoadas e causando dificuldades para que o Sporting se reorganize convenientemente . Este não é um comportamento espontâneo, assim como não é um acaso o facto de 2 lances resultarem de mudanças de flanco a partir de lançamentos laterais. No lance do golo, por exemplo, é muito elogiado o pontapé, mas o facto é que ele surge em zona frontal e sem oposição, havendo, na minha perspectiva, muito mais mérito na forma como é trabalhada a jogada.
Outros lances ofensivos do Marítimo:
Sporting (51’)
Marítimo – Sporting (70’)
Marítimo – Sporting (86’)
Marítimo – Sporting (Golo I Liedson) – É, em final de época, mais um exemplo, do efeito que tem a pressão leonina e, em particular, da capacidade da dupla Liedson-Derlei neste aspecto. É óbvio que há um erro individual na origem do lance, mas este é um erro que é potenciado pela acção dos avançados leoninos e a prova disso é a freqüência com que este tipo de situações surjem frente a estes jogadores.
Marítimo – Sporting (Golo II Liedson) – É um destaque previsível para quem vem lendo o que escrevo. A importância do primeiro toque. Pela segunda semana consecutiva, Liedson consegue um golo após um recepção orientada e o destaque é tão óbvio como obrigatório.
Marítimo - Sporting (Jogada Djaló-Liedson)– 2 aspectos fundamentais neste desequilíbrio. O primeiro é acção de Liedson, “baixando” para criar superioridade na criação do lance. Depois, a capacidade de explosão de Djaló. Uma característica que, por diversas razões, não apareceu com freqüência este ano mas que deve de ser potenciada no futuro.
Trofense – Porto (Golo Lisandro) – Será o golo mais bem trabalhado da semana. Primeiro, a dinâmica na ala esquerda, com Mariano (de novo) em destaque. Depois, a forma como a bola progride lateralmente em apoio, à procura do espaço de penetração. Encontra-o em Lisandro que, como se não chegasse a jogada, aidna finaliza com um chapéu soberbo. Ao nível do melhor que se vê nos melhores campeonatos.
Braga – Benfica (Golo Cardozo) – O golo que abriu a vitória encarnada merece-me 2 reparos à defesa do Braga. O passe de Katsouranis é obviamente meritório, mas o ponto mais importante é a relevância da pressão para quem defende com uma linha defensiva alta. Ao “largar” Katsouranis, o Braga permite que este leia e pense o lance, vendo e solicitando o espaço. Depois, há o erro de Eduardo. Diria, com algum exagero, que é um erro táctico do guarda redes. Quem defende numa equipa com uma linha defensiva alta, tem de estar permanentemente concentrado para este tipo de passes. Claramente, não o foi o caso de Eduardo.
Braga – Benfica (Jogada Renteria) – Um exemplo do que é o ataque do Braga. Circulação pelas zonas laterais, onde surgem vários apoios ao extremo, de forma a que sejam criadas as condições para servir a zona central onde aparecem invariavelmente 2 e 3 jogadores a finalizar. A situação de finalização é excelente, a execução fraca. Um filme várias vezes visto nesta época...
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