4.5.09

Nacional – Benfica: O que é Nacional....

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Primeiro, convém dizer que este não foi um desfeito inevitável. Entre as várias fases de um jogo animado, o Benfica poderia ter tido outra eficácia e arrancado, também, outro desfecho. Esta foi, no entanto, uma partida interessante do ponto de vista táctico, com filosofias perfeitamente diferentes de ambos os treinadores. De um lado, a zona e o 4-4-2 quase imutável de Quique. Do outro, a referência homem, e o encaixe táctico ao adversário de Manuel Machado. Não significando que um seja melhor do que o outro, levou a melhor o Nacional e por várias razões...

Ajuste táctico de Machado – A estratégia do Nacional foi evidente. Dispor os jogadores de forma a poder aplicar a sua zona mista (marcações individuais nos adversários que caiam na zona), anulando o adversário e, depois, criando condições para sair em transição. O jogo correu exactamente segundo esta intenção, primeiro porque o Benfica não percebeu como contrariá-la ofensivamente, depois porque em transição a qualidade e inteligência dos jogadores do Nacional foi devastadora para as debilidades que o Benfica apresenta. Por partes...

Como devia ter atacado o Benfica – Perante o encaixe táctico do Nacional, era fundamental haver maior dinâmica e mobilidade. Em particular o papel dos laterais e dos médios centro eram vitais para confundir as marcações do adversário. O Benfica foi quase sempre muito estático e com poucos movimentos imprevisíveis e isso acabou por facilitar e muito a tarefa do Nacional que, apesar de dar algum espaço, teve até conseguir a sua vantagem o controlo do adversário. Apenas quando se viu a perder, o Benfica se tornou mais difícil de controlar, mas aí à custa do impulso e do risco e não da racionalidade e inteligência.

Como não podia ter defendido o Benfica – O 4-4-2 encarnado está habituado a pressionar defesas a 4, caindo sobre as laterais. O Nacional apresentou 3 defesas e um pivot e o pressing nunca se encontrou. Depois, em transição o Nacional chamou um figo ao problema do espaço entre linhas do Benfica. A sua saída em apoios verticais, utilizando as alas só numa segunda fase foi correctíssima e inúmeras vezes surpreendeu o meio campo encarnado.

...é bom! – Já o disse, esta equipa do Nacional é perfeitamente comparável à do Braga em termos de valia individual. Nené é um caso evidente e nem é preciso falar muito. Depois destaco Maicon, um caso que me parece ter enorme potencial e, finalmente, Ruben Micael. O baixinho fez um jogo fabuloso, revelando toda a sua inteligência na antecipação dos espaços. Foi, muito para além do golo que marcou, a grande fonte de desequilíbrios no meio campo encarnado. Uma característica que lembra muito Lucho Gonzalez e que define a grande qualidade deste jogador.

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