4.5.09

Academica – Sporting: leão bloqueado

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Começava a parecer possível o feito extraordinário de uma caminhada 100% vitoriosa numa ponta final com tantas adversidades. Em Coimbra, porém, o Sporting encontrou um adversário colectivamente inspirado, num dia em que manifestamente do seu lado não houve capacidade para dar melhor resposta. É verdade que nunca foi ameaçado de pior, mas o empate, para o caso, não serve de qualquer consolo. E assim foi...

Incapaz de dominar – A entrada do Sporting até não foi má, mas depressa se perceberam as dificuldades para se superiorizar à Académica. Tacticamente, o Sporting teve um adversário difícil para as suas características, que joga em losango e sem referência de marcação na zona central, criando uma igualdade numérica no meio campo e obrigando os centrais a sair da sua zona. Sem superioridade táctica, restava ao Sporting ser melhor nos duelos e nos comportamentos colectivos, para conseguir dominar. Isso não aconteceu. Primeiro porque individualmente não houve inspiração suficiente, mas também porque colectivamente houve momentos algo desligados e, sobretudo, porque raramente houve agressividade e reactividade para vencer duelos decisivos no miolo, em particular nas bolas aéreas onde recorrentemente foi a Académica que saiu a jogar. Esta foi a toada da primeira parte, com destaque ainda para a boa capacidade de circulação da Académica (uma das melhores da Liga) e para ausência de dinamismo do flanco direito leonino, provavelmente ressentindo-se da perda do energético Pedro Silva.


As mexidas de Bento – Face à incapacidade e desinspiração do primeiro tempo, o Sporting apareceu melhor na segunda parte. Apesar das melhorias, Paulo Bento terá sentido necessidade de arriscar dada a importância da vitória. É aqui que surge a parte mais interessante no capítulo táctico do jogo. Paulo Bento terá pensado em desfazer o encaixe do meio campo e tentar dar mais profundidade nas alas. Depois de introduzir o “flop” Izmailov, o treinador abriu uma frente de 4 com Djaló no lugar de Pereirinha. A verdade é que o Sporting perdeu a partir daí força no meio campo, desligando mais os sectores e perdendo capacidade na zona central. Nunca se saberá o que daria o jogo, mas creio ter feito mais sentido manter o losango, introduzindo peças mais ofensivas em vez de mexer com a estrutura.
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