26.1.09

Belenenses - Benfica - Tinha tudo para ter golos...

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Nulo falso – Foi um jogo interessante. Não por ter sido de uma qualidade excelente, mas porque foi essencialmente muito disputado, num campo pesado, com a intensidade emocional resultante da importância do jogo e, também, com alguma propensão para o erro. Esta última característica, aliás, deveria ter dado ao jogo outra expressão no marcador, não fora o desacerto de ambas as partes na hora da finalização. O jogo passou por diversas fases, o Benfica esteve melhor mais tempo, mas a verdade é que não se estranharia qualquer desfecho num jogo de resultado sempre incerto, apesar do nulo.

Belenenses – Já tinha falado da característica lutadora deste Belenenses de Pacheco. A equipa tem depois um acréscimo de qualidade e experiência que trazem Zé Pedro (excelente jogo), Silas e Wender e também uma cada vez maior dimensão física. De resto, não é, nem foi, um Belenenses particularmente brilhante. Com as vulnerabilidades de quem dá demasiada importância às referências individuais e pouco inteligente do ponto de vista estratégico, o Belém permitiu que o Benfica conduzisse o jogo para o perfil que mais lhe convinha, tendo escapado por alguma ineficácia contrária. A verdade, porém, é que do outro lado do campo conseguiu também ser sempre ameaçador, aproveitando bem os erros contrários para protagonizar perigosas transições. É este último ponto que justifica, na minha opinião, a divisão de pontos.

Benfica – Fora de casa o Benfica parece mais confortável. A razão é simples. Tendo Suazo como referência ofensiva e Aimar como unidade de ligação, o Benfica tira partido do maior aventureirismo adversário para se resguardar mais no campo, reduzir o espaço entre linhas em que é tão vulnerável defensivamente e, depois, tirar partido da profundidade e de Suazo com transições rápidas e verticais. Uma versão que faça apelo a uma circulação a tirar partido da largura da equipa em campo e da busca por um domínio territorial parece hoje ser apenas opção quando não há outra alternativa. Pode parecer um contra-senso para uma equipa que quer lutar pelo título numa liga tão desequilibrada como a nossa, mas não se pode estranhar que Quique não se sinta confiante em apresentar uma postura que revelou tantos problemas em lidar com os riscos que lhe estão inerentes.
A verdade é que, mesmo nunca estando totalmente seguro atrás, esta estratégia que explora a profundidade foi quase sempre permitida pelo Belenenses e o Benfica tirou partido desse aspecto e de alguns erros alheios para criar oportunidades mais do que suficientes para concretizar pelo menos 1 golo. Aqui Aimar e Suazo estiveram particularmente desinspirados. De resto, os últimos 20 minutos terão sido mesmo os piores do Benfica. O motivo prende-se precisamente com o facto da equipa se ter adiantado no terreno, voltando a expor-se territorialmente e deixando de poder fazer apelo à profundidade. O resultado foi um período sofrível, que forçou a expulsão de Miguel Vitor e que poderia muito facilmente ter custado o empate. Quique queixou-se de Reyes e do papel dos suplentes. Sobre os treinos terá toda a legitimidade para criticas. quanto aos jogos, parece-me exagerado ser tão duro com quem entra a meio de um jogo e com tanta responsabilidade.

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