22.12.08

Sporting - Académica: menos 2 pontos para 2009

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Nulo – Do nulo de Alvalade resultam, do ponto de vista do Sporting, essencialmente duas explicações. A primeira, mais simples e mais relevante, tem a ver com o desacerto na finalização num número de jogadas que deveria ser suficiente para fazer pelo menos 1 golo. O segundo, menos importante para o jogo mas mais interessante para efeitos de análise, é o tempo que o Sporting demorou a impor-se verdadeiramente no jogo.
Sobre este último ponto, Paulo Bento fez, como lhe é hábito, uma análise correcta no final do jogo. Primeiro o Sporting teve falta de fluidez e entrosamento colectivo com bola, juntando-lhe algumas más decisões individuais. Depois, sem ela, a equipa permitiu muito espaço entre sectores, o que dificultou a abordagem a algumas segundas bolas quando a Académica tentou evitar o pressing do Sporting com solicitações mais directas e, também, alguma permissividade perante a posse de bola estudante.
No final, e isso é o que mais importa, ficam 2 pontos perdidos contra um adversário cuja modéstia exigia a vitória, sobretudo para quem tem terreno para recuperar e ainda uma reflexão que não justifica necessariamente o empate mas que podia ter muito bem evitado o tempo que o Sporting demorou a encontrar-se. Mais à frente...

Académica – Continua a parecer uma equipa muito frágil. Aliás, só isso explica que com tanto tempo a incomodar o Sporting em tantos aspectos, não tenha sido capaz de ser mais ameaçadora para a baliza de Patrício. Mas a Académica foi uma equipa muito mais positiva que nos passados encontros com os outros grandes. Uma diferença radical (nomeadamente em relação ao que havia feito contra o Benfica) esteve na postura perante a primeira fase de construção do Sporting, subindo algumas unidades que conseguiram durante muito tempo impedir que o primeiro passe fosse feito de forma mais confortável e causando diversos erros nesta fase do jogo. Ainda assim, claro, quando o Sporting acelerou, a Académica deixou evidente a sua vulnerabilidade.

Rotatividade – Retomando então a reflexão de que falei no primeiro ponto. Fazendo um exercício de memória até às melhores fases da era Paulo Bento vamos dar às segundas voltas de 05/06 e 06/07, onde o Sporting foi altamente regular e competente no campeonato. Nessas fases encontramos também um ponto comum, não só a estas equipas, mas a muitas outras que tiveram sucesso: a presença de um onze muito estável e com alterações muito ligeiras a cada jogo. O que sucede hoje no Sporting, no entanto, é uma grande preocupação em gerir as expectativas do grupo dando oportunidades a todos, resultando esta filosofia numa mudança constante do onze e, em particular, de muitas funções na sua zona nuclear. Isto, parece-me, é prejudicial para o crescimento do futebol da equipa, sendo uma explicação possível para o tempo que o Sporting demorou a encontrar-se no jogo. Há, aqui, que dizer que o papel de Paulo Bento não é fácil, sobretudo pelo individualismo que parece existir na visão de muitos dos jogadores. Eu diria, no entanto, que em ciclos de apenas 1 jogo semanal, o treinador deve previligiar a gestão da qualidade colectiva e não tanto a gestão dos egos do plantel.

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