29.11.08

O duplo amarelo ou... amarelo duplo!

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28.11.08

Olimpiacos - Benfica: Pesadelo!

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Pesadelo! – Primeiro ponto: uma derrocada deste género entre equipas tão semelhantes só pode acontecer num dia em que os astros estejam anormalmente alinhados. Foi isso que aconteceu no primeiro tempo ao Benfica, que errou mais, foi pior, mas só pode sair com um 4-1 para o intervalo porque houve, também, uma enorme diferença no aproveitamento das oportunidades criadas.
Benfica e Olimpiacos são equipas quase gémeas. Ambas têm treinadores espanhóis, ambas utilizam um 4-4-2 clássico algo rígido, ambas têm na qualidade individual dos seus jogadores da frente a sua grande virtude e ambas têm dificuldades colectivas para controlar os espaços defensivos. Neste último aspecto, eu diria, o Olimpiacos ainda terá uma dificuldade mais gritante pois desequilibra-se mais em posse de bola e tem laterais que comprometem muito pelo seu fraco posicionamento defensivo. A pergunta evidente é, então, para além do tal (relevante) aspecto da eficácia, onde esteve a diferença entre as equipas?
A resposta pode ser encontrada, na minha opinião, nos lances decisivos do jogo, em particular, nos golos que o Benfica sofreu. Aí vamos encontrar, por um lado, a excelente exibição dos jogadores da frente do Olimpiacos, Galletti, Diogo e Belluschi, e, por outro, a incapacidade que os jogadores do Benfica tiveram para, individualmente, contornar os problemas colectivos que há muito são identificáveis no modelo de Quique. Aqui volto a falar da tal dificuldade que a última linha defensiva tem em posicionar-se perante a subida do meio campo para pressionar. Ou sobem para encurtar o espaço entre linhas e ficam vulneráveis nas costas, como aconteceu no primeiro golo, ou permanecem mais baixos e expõem o espaço entre linhas, como aconteceu nos lances do segundo e terceiro golos.
Juntando a referida eficácia para punir estes problemas colectivos que foram sendo cometidos, construiu-se rapidamente a derrota. Com a quebra emocional, a goleada veio por acréscimo.

Um problema individual!? – Depois de uma derrota destas vêm imensos dedos a apontar em diversas direcções, acusando os jogadores do Benfica de responsabilidades individuais em cada um dos golos. É evidente que essa análise individual pode ser feita, assim como é para mim claro que Katsouranis teria dado outra inteligência à cobertura do espaço à frente dos centrais, completamente ignorado por Binya e Yebda (já referi anteriormente que é o único jogador que ajuda a colmatar essa lacuna do modelo). O problema, no entanto, é que ao falar-se de insuficiências individuais está-se a desvirtuar aquela que é, realmente, a génese da questão. O problema é colectivo e vem-se arrastando com o tempo. Os bons jogadores são apenas a forma mais fácil de o esconder.
Uma nota final para os centrais. Sei que vão ser os réus principais da opinião pública. A minha opinião é que eles são mais vitimas que réus, tal é o espaço que lhes é pedido para cobrir.

Taça Uefa – Só por milagre o Benfica vai continuar na Europa este ano – o que é mais incrível é como é que é possível ter ainda hipóteses, tal tem sido o descalabro nesta prova. Tive oportunidade de ver os adversários do Benfica, na maioria dos casos, mais do que 1 vez. Olimpiacos e Galatasaray são equipas com excelentes individualidades (ao nível do Benfica) mas algo (no caso do Galatasaray, muito) vulneráveis colectivamente, o Metalist é claramente a mais modesta das equipas e o Hertha aquela que mais gostei de ver colectivamente, não tendo os mesmos argumentos individuais das 2 primeiras. Era um grupo perfeitamente ao alcance do Benfica...
Golos: (1-0; 2-0; 3-0; 3-1; 4-1; 5-1)

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Ronaldinho e Colsa

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27.11.08

Sporting - Barcelona: Loucura e... mais do mesmo

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Bizarro – A primeira coisa que fica desta partida é a sua atipicidade, exacerbada por alguns momentos de improvável loucura no jogo (sobretudo aqueles 8 minutos com 4 golos!). Explicar 7 golos neste jogo só é possível por essa característica invulgar, já que, pelas oportunidades criadas, nem o Barcelona justificava 5 golos, nem o Sporting 2.
Referido o exagero na volumetria do resultado, o que mais importa abordar é a confirmação inequívoca da superioridade do Barcelona e da impotência do Sporting, já perfeitamente claras no jogo de Barcelona. Volto ao mesmo referido nessa partida. Para perceber o sucedido não se pode olhar apenas ao que o Sporting não conseguiu fazer, é preciso ter em conta a invulgar qualidade do Barcelona. Ao contrário do que aconteceu em Barcelona, o Sporting tentou não ficar remetido à sua zona defensiva, tentou pressionar mais alto, mas, mesmo se a agressividade não foi a ideal, mesmo se a posse de bola cometeu mais erros do que o desejável, todas as dificuldades só aconteceram pela enorme capacidade do Barcelona para fazer das zonas de pressão adversárias uma vantagem ofensiva, tal a facilidade com que delas sai, e pela forma como, depois, o pressing catalão conseguia inviabilizar a progressão do Sporting. Aqui, não quero deixar de referir um aspecto na forma de pressionar do Sporting. O facto de não subir a sua última linha defensiva abre espaços entre sectores quando o Sporting se adianta para pressionar. A ocupação de espaços do meio campo leonino é normalmente muito boa e faz com que este não seja um problema de maior contra grande parte das equipas. Contra o Barça, porém, não é possível alongar tanto o campo defensivo e, provavelmente, o melhor mesmo seria definir zonas de pressão mais curtas. Outra nota importante na má exibição do primeiro tempo foi o efeito emocional dos golos. O Sporting “caiu” rapidamente – não foram precisos muitos avisos – e por um erro de abordagem individual, mas a sua confiança caiu claramente a partir daí, tendo muito mais dificuldades em afirmar-se no jogo após o primeiro golo.
Nem tudo foi mau no jogo para o Sporting. A segunda parte trouxe uma novidade táctica, com Djaló a tentar limitar a liberdade ofensiva de Daniel Alves, alargando o losango (poderá ser solução, especialmente para jogos perante adversários mais fechados), e outra na atitude. Guardiola referiu-o e é verdade. Foi notável a forma como o Sporting não desistiu do jogo e continuou a tentar e a pressionar, mesmo com 0-3. Se aquela felicidade de marcar 2 golos não tivesse sido sucedida pelo desastroso alivio de Caneira, é bem possível que o jogo tivesse conhecido um desfecho deveras surpreendente. Fica, apesar de tudo, a fantástica atitude que se manteve, de novo, após o 2-5 e já apenas com 10.

Inevitável – Olhando para as características do Barcelona fico com a ideia de que perante este adversário muito dificilmente o Sporting não passará por enormes dificuldades. O problema não é, só, a qualidade do adversário, mas o seu perfil. O Sporting tenta sempre impor-se pela posse e no caso do Barcelona isso é muito difícil. Isto porque o Barça é invulgarmente forte tecnicamente e não é vulnerável ao pressing e, porque, por outro lado, sobe muito a sua última linha defensiva dificultando muito o primeiro passe em apoio. A solução seria fazer um jogo que tentasse mais (e melhor) a profundidade, tirando partido da defesa alta do Barça e que, por outro lado, fosse mais curto defensivamente. Em nada isto concorre para a ideia de jogo do Sporting e, por isso, tantas dificuldades.
A boa notícia, claro, é que o Barça não pode calhar nos oitavos e o Sporting ficará a desejar encontrar um adversário com que o seu meio campo possa rivalizar do ponto de vista técnico, o que não é dificil.

Erros – Depois da Naval falei aqui da esquizofrenia defensiva do Sporting. Não há maior evidência do que este jogo. O Sporting, apesar das dificuldades em se impor, foi sempre organizado mas acabou por cometer erros primários que levaram à goleada. No primeiro golo, Carriço (não deve ser, naturalmente crucificado), quis ficar com a bola e acabou por trocar um canto por um golo. O segundo golo é marcado na própria baliza por Polga após uma falha de marcação que acaba com um desvio de costas de Gudjohnsen. O terceiro e quarto golos nem vale a pena comentar, enquanto que no quinto, Grimi é quem desvia a bola de Patrício, dando origem ao lance da grande penalidade.
Repito a ideia. A qualidade da organização defensiva permite pensar que o sucesso pode construir-se a partir da consistência defensiva mas, para isso, é preciso corrigir esta tendência para o erro individual.

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Fez lembrar um outro francês...

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26.11.08

Fenerbahce - Porto: Missão cumprida!

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Estratégia – Jesualdo fez questão de salientar no final do jogo a importância do cumprimento do plano que o Porto tinha para a partida. De facto, diria que esta foi muito mais uma vitória alicerçada no sucesso de uma estratégia que o Porto delineou para este jogo do que, propriamente, pela excelência da exibição. Esta minha afirmação surge essencialmente pelo facto do Porto ter-se mantido sempre mais posicional do que pressionante, sendo no entanto esta postura perfeitamente suficiente para dominar completamente o jogo, tal a tendência errática do futebol turco.
A ideia de Jesualdo passou pela preocupação em retirar espaços ofensivos a uma equipa que se desequilibra muito em posse por adiantar muitas unidades em cada acção ofensiva. Aqui destaque para a missão de Rodriguez que tinha a responsabilidade anormal neste Porto de fazer um acompanhamento individual às subidas do lateral contrário. Foi por esta preocupação defensiva que vimos sempre um Porto não tão alto como é hábito. A segunda parte do plano era aproveitar os erros que os turcos cometessem em posse para lançar as transições. O Fenerbahce, neste aspecto, ajudou e, por isso, a estratégia funcionou.

No final fica uma vitória muito importante que, honestamente, poderia ter sido bem mais expressiva e que acabou, até, por se complicar com o acidente de Kazim Kazim. É verdade... Lucho não jogou!

A diferença – Reforço o que havia dito na primeira jornada. A diferença destas equipas está na organização e trabalho colectivo. É por isso que esta vitória (e qualificação) são sobretudo um feito de Jesualdo. O Porto jogou contra equipas que individualmente não lhe são inferiores e só se conseguiu superiorizar pela diferença que tem a nível de organização colectiva. Repito o que venho dizendo desde o inicio: se o Porto se mantiver fiel às suas ideias e ao seu modelo acabará por confirmar a sua competência ao longo da época.
Sobre o Fenerbahce, verifica-se que o tempo em nada tem feito evoluir a equipa de Aragonês. Muitas vezes fala-se da importância do tempo para se fazer crescer as equipas. É correcto, com o tempo as coisas só tendem a melhorar. O problema é que o tempo só serve para levar as equipas até ao nível de qualidade das suas ideias e quando estas, por principio, têm falhas, não é o tempo que as vai corrigir.

4-4-2?! – Nem de propósito. Tinha falado há dias da dificuldade generalizada que existe em perceber as diversas variantes do modelo de Jesualdo. Pois bem, neste jogo passamos grande parte do jogo a ouvir falar do 4-4-2 e de 4 médios. Com excepção dos tais ajustamentos estratégicos (postura mais baixa e posicional e acompanhamento individual de Rodriguez ao lateral), o Porto apresentou-se na primeira parte naquela que identifiquei como sendo a “variante 1” do 4-3-3 e, na segunda, (até aos 80 minutos) na “variante 3”, com Lisandro a jogar no espaço entre linhas. Faria, na minha perspectiva, até mais sentido falar-se em 5 médios (se entendermos que os extremos são médios) do que que em 4, isto porque Rodriguez jogou sempre na mesma linha de Lisandro.
Já agora, aproveito para comentar outra coisa que se ouviu, não pela primeira vez. A ideia de que uma equipa precisa de jogar com 4 médios para ter sucesso na Europa. É daquelas afirmações absolutistas que são em si mesmo um contra senso num jogo que é, como todos reconhecem, tão relativo. E, para o caso, é tão fácil arranjar contra exemplos...

Cenário repetido – Lembro-me do que aconteceu há 2 anos. O Arsenal veio ao Dragão na última jornada, com as duas equipas já apuradas e com um empate a ser suficiente para que os ingleses garantissem o primeiro lugar. Na altura os “Gunners” tudo fizeram para que se cumprisse um pacto de não agressão e a verdade é que o Porto permitiu que o jogo decorresse num ritmo baixo durante grande parte dos 90 minutos. O resultado foi um nulo e um Chelsea-Porto nos oitavos, previsivelmente condicionando maiores aspirações do Porto em chegar mais longe na prova. Não creio que o Porto de hoje tenha a mesma qualidade e capacidade daquele de 06/07, mas é bom que a memória sirva de exemplo para que não se desvalorize a importância do primeiro lugar e, sobretudo, para que não se permita que os ingleses voltem a levar a melhor com uma eventual tentativa de conduzir o jogo a um ritmo mais baixo e conveniente.

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Benzema!

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25.11.08

O bom aproveitamento da passividade

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O filme da primeira parte
De Coimbra não sobraram grandes jogadas que tivessem a baliza como destino final. Sobraram, no entanto, vários exemplos de como a posse de bola deve ser conduzida, com grande mobilidade dos jogadores e utilizando toda a largura do campo. Ao Benfica terá faltado, como retrata a primeira jogada do vídeo (14 passes em 1 minuto de posse de bola), uma melhor definição na abordagem ao derradeiro quarto de campo, mas isso acabou por não ser, afinal, um grande problema.
Para que se perceba a superioridade e conforto encarnado em grande parte do jogo é preciso, no entanto, salientar um aspecto essencial. A atitude demasiado expectante da Académica. Repetidamente o bloco ‘estudante’ foi demasiado posicional, pouco agressivo e, sobretudo, pouco pressionante. Um pormenor que, em particular, condenou em grande medida as possibilidades de sucesso defensivo da Académica foi o tempo e espaço que concedeu à primeira fase de construção do Benfica. Repetidamente Luisão e Sidnei escolheram sem qualquer problema quando e por onde cada jogada deveria começar. Felizmente, consegui encontrar no jogo uma excepção a esta regra comportamental, que confirma também a utilidade que poderia ter uma atitude mais perturbadora para a primeira fase de construção encarnada.

O golo
O Benfica conseguiu reforçar-se com elementos que têm o condão de desequilibrar qualquer partida. Entre todos esses nomes que já tantas capas de jornais fizeram não consta Ruben Amorim, mas, para mim, o ex-Belenenses tem uma importância bem superior a muitos das mais sonantes aquisições encarnadas. A sua regularidade e inteligência fazem dele um jogador muito útil e, frente à Académica, provou-o mais uma vez.
No golo que abriu caminho à vitória, Amorim começou por decidir bem e rápido, abrindo em Nuno Gomes, antes de completar o movimento com a diagonal que lhe permitiu finalizar. Muito destacada foi a acção de Nuno Gomes. Sem lhe retirar qualquer mérito numa abordagem que o define como jogador, não posso deixar de considerar que na jogada há, em primeiro lugar, uma atitude muito comprometedora de uma defesa que, tal como em todo o jogo, foi pouco pressionante e pouco agressiva.


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O fim de semana...

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-- Inglaterra --
- No fim de semana dos nulos, destaque para 2 jogos. O 3-0 do City ao Arsenal, com 'chapelada' de Robinho, e o 2-2 entre Portsmouth e Hull com um golão de Glen Johnson.
-- Espanha --
- Fim de semana atípico, com vitória sofrida do Real Madrid (com a ajuda de Beto), empate do Barça e derrota (0-3) do Villareal.
- Nota ainda para a assistência de Simão e para o tiro de Monzon na vitória do Betis.
-- Itália --
- Mais um fim de semana sofrido mas positivo para Mourinho com a vitória no clássico frente à Juventus.
- Autêntico concurso de livres. Cozza, Lavezzi e Ronaldinho.
- Totti regressou.
-- França --
- O Lyon perdeu em Paris com um golo solitário do velho conhecido Giuly.
-- Alemanha --
- Dois jogos em destaque. A vitória do Hamburgo (2-1) sobre o Bremen, com grande golo de Olic e mais um episódio do sonho Hoffenheim, agora em Colónia onde venceu 3-1 apesar do golo de Petit.
- O Bayern começou mal mas arrancou para a vitória com a perfeição de Ribery.
-- Outros --
- No Brasil, o São Paulo está próximo do 'tri', num jogo que ajudou a afundar o Vasco.
- Não é a primeira vez que chamo atenção... Keirrison marcou 4!
- Na Argentina, contraste entre a vitória do Boca (jogo com grandes golos) e o regresso às derrotas do River.
- O Olympiacos venceu o modesto Iraklis (0-3), com grandes golos.
- Show de Danny em Moscovo.
- No grande jogo na Holando, o AZ derrotou (2-0) o Ajax.
- Grande golo de 'Maza' Rodriguez (PSV) e um capricho de Madsen (Brondby)

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24.11.08

Académica - Benfica: Resolvido, facilmente

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Perfeito! – Se, antes do jogo, perguntassem a Quique qual seria um desenvolvimento perfeito da partida, penso que a sua resposta não estaria muito longe do que realmente se passou em Coimbra. O treinador arriscou algumas alterações e o regresso a um modelo que já não era utilizado desde a partida com o Galatasaray. A verdade é que se deu bem e o Benfica conseguiu resolver com relativa facilidade um jogo em se revelou sempre superior.
Mesmo sem conseguir oportunidades de golo que justificassem a vantagem, não consigo dizer que o Benfica não a merecesse. Isto porque o contraste entre a interpretação das estratégias foi sempre evidente, com o Benfica a ter sempre o domínio do jogo, conseguindo muito boas fases de circulação de bola em que tirou partido da largura oferecida pelo 4-4-2. Outro aspecto positivo no jogo encarnado foi a mobilidade (e qualidade) dos seus jogadores da frente. Mas, se o Benfica teve fases positivas, muito há que dizer daquilo que não foi feito pela Académica. A forma passiva e demasiado expectante do seu bloco defensivo permitiu sempre que o primeiro passe fosse feito sem qualquer pressão o que condicionou quase por completo as hipóteses de conseguir potenciar o erro no jogo encarnado. Essa passividade ficou, depois, bem mais notória no lance do golo onde foi dado demasiado tempo e espaço para que Nuno Gomes fizesse a assistência.

Académica – Dificilmente a Briosa poderia esperar por uma melhor oportunidade para vencer o Benfica. Aquilo que aconteceu, no entanto, foi a repetição de um cenário de outros jogos recentes em que a Académica acabou por perder o jogo de uma forma demasiado fácil. A Académica, parece-me, percebeu mal a forma como deveria parar o futebol encarnado, dando todo o tempo para que o primeiro passe fosse feito. A Académica acumula 6 jogos sem ganhar para o campeonato e 3 derrotas consecutivas, incluindo a eliminação para a Taça. Tendo em conta que com este jogo se inicia um ciclo complicado, não é de excluir a hipótese de vermos os estudantes em zonas mais complicadas do que actual. Há, claramente, várias coisas a rever para os lados de Coimbra.

Situação – O global da época não tem sido brilhante mas no campeonato – a prova mais importante – o Benfica conseguiu atingir uma situação confortável. Quique e o Benfica têm agora um importante desafio para inverter uma situação negativa na Taça Uefa. Esse será o objectivo imediato de uma equipa que ainda não provou ser capaz de se exibir de forma continuamente consistente sob um modelo de jogo, apesar de toda a qualidade individual que se reconhece ao plantel.

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Naval - Sporting: Resistir

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Estranho – Se frente ao Leixões o Sporting havia perdido, mais do que 3 pontos, muito do seu fulgor anímico, 1 semana volvida e conseguiu arrancar da Figueira da Foz uma vitória que, pelas incidências do jogo, pareceu valer mais do que os simples 3 pontos conquistados.
De facto, o Sporting teve de sofrer muito num jogo atípico, onde começou por chegar à vantagem sem que o tivesse propriamente merecido, mas onde a segurança do seu futebol, a partir desse momento, em nada justificava tanto sofrimento para garantir uma vantagem que, até, podia ter sido ampliada logo no primeiro tempo. Podem-se queixar os sportinguistas, mais uma vez, de um momento de descontrolo emocional de um jogador que, pela idade e experiência que tem, deveria ser o último a protagonizá-lo.
Na exibição do Sporting, destaque para alguma dificuldade ofensiva no primeiro tempo que resulta, fundamentalmente, de 2 factores. Primeiro, a postura da Naval, bem organizada e concentrada em reduzir os espaços no seu meio terreno. Segundo pela própria equipa apresentada por Paulo Bento, com dificuldade em contar com o apoio dos laterais e perdendo mobilidade com a presença de Postiga na posição 10. De resto, defensivamente o Sporting controlou sempre as transições da Naval, sempre canalizadas para as alas, mas terminando invariavelmente em cruzamentos condenados ao insucesso. A excepção foi aquele que deu origem à grande penalidade. Afinal, a única real oportunidade de empate nos 90 minutos.

Naval – Curioso o que sucedeu à Naval. A estratégia de Ulisses passava por fazer do relógio um aliado, colocando um bloco denso e agressivo sobre o seu próprio meio campo, retirando espaço de ataque ao Sporting. Em transição a bola era conduzida invariavelmente para as alas, colocando também em sentido os laterais contrários. Esta estratégia deveria ter como efeito um retardamento do golo leonino, potenciando a ansiedade nos jogadores contrários que, com o tempo, teriam tendência a errar mais. Acontece que o futebol é mesmo imprevisível e a Naval, depois de ter concedido um golo inaceitável na sequência de um canto a seu favor, acabou por ter de inverter totalmente a postura conservadora que trouxe para o jogo. Pode dizer-se que, no final, a Naval provou do próprio veneno, com o tempo a servir de catalizador para a ansiedade e pouco esclarecimento dos seus jogadores.

0-1! – Em 8 deslocações esta temporada o Sporting teve 5 resultados idênticos. Não é por acaso. Abordar os motivos desta repetição de resultados faz-me recuar até ao que havia dito após o jogo de Vila do Conde. O que de lá para cá se passou acabou por colocar o Sporting numa situação francamente menos favorável, fora da Taça e sob pressão no campeonato onde se sente que o fardo da diferença pontual se poderá tornar demasiado pesado em caso de mais perdas. A conclusão é simples. Se o Sporting poderá alicerçar a sua época na segurança defensiva, também é claro que, para o fazer, terá de deixar, rapidamente, de passar por momentos de alguma esquizofrenia defensiva, intervalando a segurança defensiva com erros totalmente evitáveis em certos jogos.

Patrício – Se há uma semana referi a sua responsabilidade no golo que ditou a derrota caseira com o Leixões, agora devo fazer justiça e salientar a importância da sua exibição. Claramente tem vindo a crescer este ano, mas não me desvio da ideia inicial. Para um candidato ao título todos os pormenores são “pormaiores”.


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21.11.08

O(s) sistema(s) de Jesualdo

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Durante esta conturbada fase do futebol portista, Jesualdo experimentou vários figurinos, mexendo sobretudo com jogadores mas também com algumas variantes do sistema que actualmente utiliza, o 4-3-3. Um dos aspectos que me tem espantado é a diversidade de interpretações que são feitas em relação às mexidas feitas por Jesualdo, falando-se em 4-4-2 ou mesmo em 4-1-4-1. A denominação dos sistemas não é o mais relevante desde que, claro, isso não signifique um erro de interpretação com o que está a tentar ser feito pelo treinador.

Pois bem, na minha interpretação, o Porto de Jesualdo, jogo com o Leixões à parte, tem um modelo que está implementado sobre uma estrutura (sempre) em 4-3-3 e que, desde a chegada do treinador ao clube, teve apenas 3 variantes que resultam de pequenos ajustes no comportamento de alguns jogadores da frente.

Variante 1 – Este é o figurino que Jesualdo apresentou nas suas primeiras temporadas e, tendo deixado de ser tão utilizado em 07/08. A grande virtude desta variante era tirar partido da abertura ofensiva que era oferecida em permanência pelo extremo encostado à linha (na altura Quaresma) a quem eram oferecidas muitas situações para poder desequilibrar no 1x1. Do outro lado existia um extremo de características contrastantes (papel invariavelmente interpretado por Lisandro) que oferece maior imprevisibilidade ofensiva pelas suas movimentações de aproximação a um ponta de lança fixo (Postiga, Adriano ou Farias desempenharam este papel). Outro aspecto importante é o papel relativamente simétrico dos médios, com Lucho e Meireles a terem funções idênticas.
Esta época esta variante foi apresentada, por exemplo, na primeira parte do jogo para a Taça em Alvalade com Hulk a servir de 9.

Variante 2 – Esta é a variante que Jesualdo adoptou em 07/08 e aquela que, na minha opinião, melhores resultados apresentou, potenciando em particular 2 jogadores, Lucho e Lisandro (Quaresma foi o jogador que mais perdeu com esta variante). A diferença reside essencialmente na mobilidade que é dada a todos os jogadores da frente. Começando por Lisandro (passa a ser o 9) que abandona frequentemente a sua posição, retirando referências de marcação na zona central contrária para que aí depois apareçam, ou um dos extremos, ou, mais frequentemente, Lucho. Lucho tem também uma função mais livre nesta variante, tendo permissão para procurar espaços livres que surjam pelas deambulações dos 3 da frente. Neste figurino torna-se importante haver maior cultura posicional dos extremos que têm uma missão mais móvel. Por isso assistimos, no ano passado, a uma subida de rendimento de Tarik ou Mariano e a uma quebra de Quaresma, um jogador claramente mais dado à linha. Outra nota importante é o pressing que se torna mais eficaz neste figurino, sobretudo devido à maior influencia que Lisandro tem nessa tarefa.

Variante 3 – Esta é aquela que é apelidada de 4-4-2, falando-se muitas vezes em losango. Parece-me discutível (e pouco relevante a discussão em si) se um dos extremos passa a ser médio ou não, mas acho completamente abusivo falar-se em losango. De resto esta variante é aquela que, desde 06/07, Jesualdo reserva para os grandes jogos, dando uma missão mais defensiva a um dos extremos e libertando o outro de qualquer tarefa defensiva, ao mesmo tempo que liberta também um dos médios interiores para jogar no espaço entre linhas, sem a responsabilidade de bascular defensivamente, compensado pela tal missão mais defensiva do ala. Este ano tem sido Tomas Costa a desempenhar (e bem) o tal papel de extremo mais defensivo, mas no passado também Lucho ou Marek Cech já o fizeram. Quanto ao médio centro mais ofensivo, Lucho é aquele que hoje desempenha normalmente essa função, mas também Anderson já fez esse papel (nomeadamente frente ao Arsenal em 2006).
O objectivo desta variante é, claramente, dar maior consistência ao meio campo ao mesmo tempo que se criam condições para explorar eventuais adiantamentos dos laterais adversários, pela colocação do tal extremo livre de tarefas defensivas.

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Karllstrom

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20.11.08

Brasil - Portugal: Experiências, equívocos e... humilhação!

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Muito mau! – Nos jogos particulares, diz-se, o resultado não é importante. É verdade, claro, desde que não se leve 6! Esse é o primeiro e incontornável facto deste jogo. 6-2 é um enorme embaraço, seja contra quem for, onde for. A viagem ao Brasil foi um pesadelo de duas partes distintas e que importa separar para efeitos de análise. A primeira marcada pelas experiências e os equívocos tácticos de Portugal, com erros individuais e, acima de tudo, uma postura muito pouco inteligente da Selecção. A segunda, que é aquela que mais contribuiu para o descalabro e menos para o que se deve tirar do jogo, foi marcada por uma atitude displicente dos jogadores, em ritmo de treino, sem agressividade e concentração na forma como lidaram com a posse de bola brasileira. O Brasil nem precisou de muitas oportunidades porque, simplesmente, cada vez que acelerava, a bola acabava nas redes de Quim. Muito mau!

Equívocos e falta de inteligência – Com a segunda parte a ser mais parecida com um treino de conjunto do que com um jogo em competição, é melhor olhar para o que aconteceu nos primeiros 45 minutos. Aí Queiroz resolveu experimentar um ataque com mais mobilidade, tendo Danny como referência na zona central. O seu maior equivoco residiu, no entanto, na composição do meio campo e na utilização da dupla Maniche-Tiago. Este erro tornou-se mais claro pela forma pouco inteligente como Portugal geriu a partida, assumindo a posse de bola e permitindo que o Brasil actuasse em transição, beneficiando do enorme espaço nas costas do meio campo. As maiores vitimas foram os centrais, obrigados a sair da sua zona demasiadas vezes sem que houvesse, por outro lado, uma compensação a esses deslocamentos. A tudo isto juntaram-se diversos erros de abordagem individual (a começar pelo primeiro golo com Bosingwa e Pepe a oferecerem uma bola proibida a Robinho).

Queiroz – As coisas não estão a ficar nada fáceis para o treinador que, claramente, já não consegue esconder o embaraço e impotência perante o que se vai sucedendo. A verdade é que Portugal entrou numa espiral de maus resultados perigosa e da qual poderá ser muito difícil sair. Francamente parece-me que Queiroz tem de encontrar rapidamente um modelo e um lote de jogadores em quem confia. Se permanecer nesta rotatividade de jogadores e estratégias, com o nível de confiança baixo que existe, muito dificilmente conseguirá inverter a tendência em que Portugal mergulhou. Devo confessar que também começo a ter dificuldade em falar sobre isto, tal o volume de frustrações que vimos experimentando na era-Queiroz (desta vez até num jogo de que não se esperava muito).

Golos (0-1; 1-1; 2-1; 3-1; 4-1; 4-2; 5-2; 6-2)


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19.11.08

O desperdício de Rochemback

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Imagino que devo ser das poucas pessoas com a esta opinião mas, para mim, utilizar Rochemback na posição 6 é um desperdício.
Como antecipei, o seu regresso ao Sporting implicava um desafio táctico para Paulo Bento. As suas características obrigariam a um ajuste na habitual dinâmica do meio campo porque, apesar de poder desempenhar qualquer delas, Rochemback não encaixava rigorosamente em nenhuma posição do losango. Não era um mau problema, mas era um problema.
A primeira opção foi aproveitar a ausência de Veloso para criar uma dinâmica interessante entre Moutinho e Rochemback, com este a jogar como interior mas com permutas posicionais com o capitão leonino. A coisa resultou de forma muito interessante, eu diria, mas houve 2 aspectos que impediram a sua continuidade. O primeiro foi o regresso de Veloso, um jogador diferente de Moutinho e com o qual seria difícil manter a mesma dinâmica. O segundo foi o aparecimento das primeiras derrotas (particularmente na Luz) nas quais Rochemback apareceu como principal réu da critica.

Jogar a 6 porquê?
Hoje está generalizada a ideia de que a posição de Rochemback é a 6. Uma ideia que, como tantas outras, foi passando baseada em pressupostos que considero, no minimo, muito discutíveis. Vamos a eles:

Posição base? Rochemback na sua primeira passagem pelo Sporting raramente jogou a 6. No primeiro ano foi interior no losango de Fernando Santos que tinha Custódio como pivot defensivo. Com Peseiro jogava numa posição mais central mas sempre com liberdade criativa tendo, ora Custódio, ora Moutinho como apoio na zona central.
Dificuldades na transição defensiva? – Este é o argumento com que discordo mais. Diz-se que Rochemback tem dificuldades na transição defensiva e a única justificação que vejo para que essa ideia se tenha generalizado é o facto de ser um jogador objectivamente lento. O problema é que a velocidade não é, nem de perto, a condição fundamental para que se seja competente na transição defensiva (sobretudo para um médio). Rochemback tem, para além da capacidade técnica, um excelente sentido posicional e isso faz com que seja um jogador muito lucido a restabelecer equilibrios defensivos, raramente comprometendo o posicionamento colectivo. A lentidão, neste caso, pode ser um handicap para a dinâmica ofensiva mas nunca para a defensiva.

Desperdício
Se, pelo que referi antes, entendo que Rochemback não está limitado à posição 6, por outro lado, parece-me que as suas qualidades ficam desaproveitadas se jogar aí. Isto porque o brasileiro é um jogador extremamente perigoso nas imediações da área contrária, quer pela sua reconhecida capacidade de remate, quer pela capacidade que tem no último passe. Mantê-lo posicional é privar a equipa de uma fonte de desequilibrios.


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Duas notas...

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- Creio que não teve intenção de magoar, mas Nuno Gomes colocou o dedo na ferida. O caso dos jogadores do Estrela da Amadora só acontece por quem manda na liga são, só, os clubes e, por isso, só, os seus, tantas vezes questionáveis, dirigentes. Um clube com salários em atraso pode inscrever-se nas competições da Liga porque os clubes nunca fariam uma regra que os possa vir a prejudicar. Esta é apenas uma das consequências de serem os clubes e os seus dirigentes a mandar, exclusivamente, no futebol. Mas não tem, nem deve, ser assim, e é a quem o permite que se devem atribuir as culpas.

- Portugal surpreendeu, creio que até a si próprio. Não é uma geração de talentos invulgares mas pode ser uma geração associada a uma mudança importante. Como aqui escrevi após a eliminação do Europeu de sub21, parece-me uma excelente ideia mudar a formação para o 4-4-2 e este jogo pode ser um indicio que é mesmo isso que irá acontecer. É absurdo estabelecer-se uma relação directa de causa-efeito entre o sistema e o resultado deste jogo, mas não deixa de ser uma boa forma de começar...



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18.11.08

Lucho, a pressão e o risco de Sidnei...

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Lucho... outra vez!
Mesmo num momento abaixo do que já mostrou, Lucho permanece um espectáculo. O que distingue Lucho não são dribles magitrais, não são passes vistosos ou remates portentosos. O que o distingue é a inteligência com que aborda cada momento do jogo e isso é suficiente para que continue, para mim, a ser de longe o melhor jogador a actuar em Portugal.
Frente ao Guimarães, o mais claro desequilíbrio teve a sua assinatura. Rapidíssimo a entender a oportunidade de transição e com um timing perfeito para o passe para Rodriguez – que não facilitou a tarefa ao arrastar os defesas para a zona da bola. O Guimarães deveria ter feito melhor com tamanha superioridade numérica, mas do erro nasce o desequilíbrio e muitas vezes não basta haver erro, é preciso quem o saiba aproveitar.

Pressão inglória
Penso ser a terceira vez que, esta época, trago um lance em que a pressão colectiva do Sporting causa um erro potencialmente fatal ao adversário. Mais uma vez realce para a atitude sincronizada e agressiva dos 2 avançados e, mais uma vez, nota para o facto da existência de um erro individual do adversário não retirar qualquer mérito à pressão que é feita. A pressão serve mesmo para isso, potenciar erros.
Este aspecto da qualidade da pressão nem sempre é devidamente valorizada pela generalidade dos adeptos e comentadores mas é, na minha opinião, um aspecto absolutamente decisivo sobretudo para os grandes. No caso do Sporting o problema é que a pressão alta não consegue ter efeitos contínuos como, por exemplo, no caso do Porto, surgindo mais isoladamente.

Risco ou audácia?
Curioso o lance do golo do Benfica. O que se assiste é um momento de loucura táctica de Sidnei. Com o adversário organizado defensivamente e a sua equipa balanceada ofensivamente, Sidnei resolve, simplesmente, abandonar o seu papel de central, deixando a equipa perigosamente desequilibrada no lance, com os laterais abertos e Luisão como única unidade atrás dos 2 avançados do Estrela.
Um risco que, afinal, colheu os seus frutos. Quem sou eu para contrariar as sentenças do destino
?


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Destaques do fim de semana

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-- Portugal --
- Grandes golos não são, infelizmente, um hábito por cá. Fica o de Paulo Sousa.

-- Inglaterra --
- Mais um grande momento para Cristiano Ronaldo, numa goleada (5-0) que contou com um grande golo de Danny Welbeck.
- A sensação veio de mais um deslize do Arsenal (0-2) agora frente ao Aston Villa.
- Vale a pena ver os golos de Bosingwa e Ryon Taylor (Wigan).

-- Espanha --
- O Real perdeu em Valladolid (1-0)
- Valência foi protagonista do choque da jornada. 2-3 em Mestalla frente ao Sporting Gijon.
- Grande livre de Duda

-- Itália --
- A deslocação era difícil mas Ibrahimovic resolveu a coisa em Palermo (0-2). E de que forma!
- O grande jogo, claro, Roma 1-0 Lazio. Um derby tipico.
- Grande trabalho de Manfredini (Atalanta)

-- França --
- Mais uma demonstração de força do Lyon, vencendo o Bordéus por 2-1.
- Sensação no Velodrome com a reviravolta do Lorient, batendo o Marselha (2-3).
- Canto directo de Coutadeur (Valenciennes)

-- Alemanha --
- O Bayern não aguentou a vantagem em Monchengladbach (2-2), num jogo que foi o maior clássico germânico dos anos 70.
- Tiro de Hugo Almeida, bicicleta de Petric (Hamburgo) , livre de Carlos Eduardo (Hoffenheim), o espectacular frango de Fromlowitz (Bochum)

-- Brasil --
- Continua o sensacional Brasileirão cada vez mais perto do fim. Destaque para 2 goleadas por 5-2 que ditaram o atrasar de 2 candidatos. O Flamengo bateu o Palmeiras no Maracana (hat-trick de Ibson!!) e o Cruzeiro foi goleado frente ao Nautico.

-- Argentina --
- River ganhou pela primeira vez, combinando a satisfação com a derrota caseira do Boca (2-3 na recepção ao Velez)
- O que fez Migliore (Colon)!!

-- Outros --
- Goleada do Ajax (4-1) no clássico frente ao PSV
- Na Ucrania, o Shakhtar venceu o Dinamo Kiev por 1-0

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17.11.08

Benfica - Estrela: o efeito do losango

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Efeito losango – É curiosa a transformação que se deu no tipo de exibição com a mudança de sistema. Frente ao Estrela e ao contrário de praticamente todos os jogos em 4-4-2 clássico, o Benfica conseguiu controlar o jogo defensivamente, não passando por sucessivos desequilíbrios defensivos. O reverso da medalha foi, claro, a escassa produtividade ofensiva quando comparada com o que se vira no passado.
O resultado foi um jogo sem grande interesse, particularmente na segunda parte onde o Benfica conseguiu colocar-se na posição que pretendia (graças a uma extravagância posicional de Sidnei), diminuindo o seu interesse em ser arrojado ofensivamente e congelando definitivamente um adversário que, salvo a tensão natural trazida pelo carácter tangencial da vantagem, não conseguiu colocar em causa o triunfo encarnado.
Em formação... outra vez! – “equipa em formação” tem sido a frase invariavelmente (e na minha opinião, exageradamente) associada ao Benfica de Quique Flores. Pois bem, ao optar pelo losango Quique não opta apenas por uma variante estrutural, antes sim por um modelo que em certos aspectos se distancia enormemente daquele desenvolvido sobre o 4-4-2 clássico. Reforço algumas ideias que já havia defendido após o encontro com o Aves. Falta muito trabalho para que o Benfica seja forte jogando neste modelo, destacando-se a ausência de rotinas colectivas que tirem partido da mobilidade dos jogadores e a exagerada dependência dos laterais para oferecer dar capacidade ofensiva das alas – aqui pode levantar-se uma outra questão que tem a ver com saber até que ponto um modelo que exige tanto dos laterais se adequa a uma equipa com Maxi e Jorge Ribeiro? A ideia de se ter dois sistemas alternativos é conceptualmente agradável mas no caso do Benfica parece-me que nem num caso nem no outro existe uma grande qualidade colectiva. O facto da equipa oscilar entre um e outro não ajuda a resolver esta questão...

Estrela – Uma das questões que se me levanta sobre este jogo é qual o real valor deste Estrela? A equipa manteve-se organizada e solidária defensivamente chegando para quase todas as investidas encarnadas. Já ofensivamente as coisas não foram tão positivas, destacando-se uma segunda parte com pouca energia, algo que poderá resultar por efeitos do que se tem passado para os lados da Reboleira. De todo modo, claro, importa contextualizar o que foi feito com a situação dos jogadores e nesse aspecto torna-se cruel apontar seja o que for...

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Sporting - Leixões: É tão fácil perder...

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Perder é fácil – O jogo sensação da jornada acaba por ser uma estranha demonstração de como é possível perder um jogo sem que se jogue particularmente mal. Para tal, e é isso que o caso demonstra, basta juntar a uma pequena dose de inspiração alguns erros individuais no tempo certo. Foi assim que o Leixões conseguiu as suas 2 ocasiões em torno do minuto 60 que acabaram por lhe dar a vantagem necessária para inundar Alvalade de uma insegurança capaz de condicionar o resto da performance caseira.
A verdade é que o Sporting chegou a ter momentos positivos com todos os ingredientes necessários para extrair do jogo os 3 pontos. Domínio do jogo, controlo das transições do adversário e algumas ocasiões soberanas. Tudo isto à base de uma exibição voluntariosa mas com pouca inspiração de muitas individualidades, de um futebol ofensivo por vezes demasiado dependente de Romagnoli na primeira parte e de alguma dificuldade em levar a bola durante mais tempo à área adversária. Não vinha sendo brilhante mas suficiente para que, pelo menos, não se pensasse em tamanhos dissabores. O Sporting não esteve mal colectivamente, mas alguns detalhes individuais foram-lhe totalmente fatais.

Leixões – Até onde irá este Leixões?! A designação de “equipa sensação” aplica-se em pleno a esta formação. É que o Leixões, apesar de respirar confiança (como não!), apesar de saber o quer de cada jogo e apesar de ter algumas individualidades capazes de desequilibrar, está longe de ter a qualidade que justifique esta posição. Aliás, é verdadeiramente sensacional a forma como a equipa conseguiu arrancar vitórias no Dragão e em Alvalade em 2 jogos em que, como nunca, os adversários foram tão rigorosamente punidos pelos erros individuais que cometeram. Esta onda vitoriosa e os méritos que atrás apontei deverão ser suficientes para entrar na luta europeia mas, tal como no rescaldo do jogo do Dragão, não me peçam para dizer coisas que não são verdade...

Pormenores ou "pormaiores" – Por tudo o que disse, percebe-se a importância que atribuo ao lance do golo. É uma vantagem que não se justificava, nem pelo que o jogo revelara até então, nem pelo lance em si. Aqui tenho de falar de dois erros, mas de um em particular. Izmailov abordou mal o lance, mas o remate era perfeitamente defensável.
No futebol os "pormaiores" definem a competência e os pormenores a excelência. Há uma excepção, o guarda redes. Para o guarda redes não há pormenores, só "pormaiores". Paulo Bento teve uma opção arriscada (como aqui comentei na altura) em apostar em Patrício. A coisa até estava a correr bem mas basta um erro para a avaliação se inverter. O Sporting até pode ganhar um guarda redes (que tem melhorado a olhos vistos), mas que preço pagará na época de 08/09?

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Porto - Guimarães: O regresso do Dragão

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Estado Natural – Diria que a recepção ao Guimarães ditou o regresso portista à sua condição natural. Alguns momentos individuais impedem que o nível seja já o melhor (creio que nunca poderá ser o da época passada, o que não significa que não seja suficiente), mas o Porto voltou a ser dominador e deveria ter resolvido o jogo mais cedo, sobretudo após uma primeira parte em que fez o suficiente para sair a ganhar.
Jesualdo reforçou no final a ideia em que o próprio vem insistindo. A necessidade de acreditar no processo actual por este ser o melhor para equipa. É uma ideia que venho defendendo desde o inicio da época mas da qual o próprio Jesualdo se afasta por vezes. Foi o que fez com o 4-4-2 frente ao Leixões e foi o que fez ao trocar Tarik por Farias ao intervalo, não mostrando confiança no que estava a ser feito e cometendo a injustiça de desvalorizar a utilidade que o marroquino traz às movimentações colectivas, tantas vezes interpretadas de forma demasiado individualizada por alguns dos novos jogadores portistas. A opção retirou qualidade ao Porto na segunda parte e a coisa ameaçou entrar na fase nervosa. Seria injusto e Lisandro lá se encarregou de facilitar as coisas.

Guimarães – Não foi o Guimarães de equívocos tácticos e opções kamikaze que perdeu com o Benfica, mas esta equipa não tem nada a ver com aquela que se chegou a ver no ano passado. Mal defensivamente, com um pressing pouco agressivo e intenso, incapaz de perturbar a saída de bola do Porto e demasiado preso a referências individuais que condicionavam por vezes o equilíbrio posicional adequado. Ofensivamente foi vulgar, sem capacidade, nem para ser perigoso na profundidade, nem para ser inteligente na valorização da posse de bola. Passou um jogo inteiro sem sequer assustar. O preço de um plantel mal montado está a pagar-se e temo que esta possa ser uma época bem mais desapontante caso os aspectos colectivos não melhorem substancialmente.

O intervalo de Kiev – Não sei o que vai ser desta época, mas é possível que esse seja um momento estranhamente marcante para o Porto. Digo estranhamente porque o Porto não melhorou particularmente em termos qualitativos mas a verdade é que a sorte que tanto lhe faltara até aí, acabou por servir de mote à recuperação. A reviravolta nesses 45 minutos em Kiev e a eliminatória de Alvalade foram conseguidos com uma boa dose de felicidade, tendo em conta o rendimento da equipa, mas pode bem ter sido esse o catalisador da recuperação portista. As vitórias trarão confiança e se o Porto mantiver a fidelidade ao modelo que no passado tanto lhe deu poderá bem, então pode bem olhar para o futuro com justificado optimismo.

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14.11.08

Os dias dificeis de Mourinho

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Não foi só em Portugal que houve rescaldos quentes do fim de semana. Em Itália, Mourinho continua um inicio de época difícil, conseguindo melhores resultados do que exibições e apresentando algumas variantes tácticas que se constituem como uma novidade na sua carreira. Mas, para Mourinho, se os jogos têm sido maratonas de sofrimento para chegar aos 3 pontos, não menos complicada tem sido a relação com os media e, porque não, mesmo com os adeptos.

No último fim de semana, o golo de Cruz salvou a equipa de um empate caseiro no último minuto mas esse momento esteve longe de se constituir como o final de uma tarde difícil. Reproduzindo uma imagem já antes vista, o treinador festejou de dedo na boca, mandando calar não se sabe quem, mas desconfia-se que... todos! Seguiram-se longas entrevistas sucessivas em que teve de explicar o dedo, o resultado, a exibição, as opções tácticas, o mau momento de Quaresma, as comparações com Mancini, a relação com imprensa, os assobios do público e, para que não faltasse nada, as diferenças e semelhanças culturais entre Itália, Inglaterra e Portugal.

Sem querer entrar no detalhe de tudo o que se disse (deixo os links para os longos minutos de declarações), não posso deixar de destacar duas afirmações de Mourinho. A primeira é que, em Itália como em Portugal, há um treinador de bancada em cada adepto e jornalista, com a vantagem de que estes nunca falham. A segunda, bem mais divertida, vai para a indicação de Costinha como suposto destinatário do tal dedo que mandava calar alguém!

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...e ainda se diz que é ao futebol que falta nível!

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13.11.08

Paulo Bento e o inimigo externo

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Em matéria de política internacional é um clássico, mas o assunto pode ser facilmente generalizado para qualquer tipo de assunto que envolva intra e inter relações grupais. A teoria diz que os grupos que não têm um inimigo externo comum tendem a encontrar divergências e divisões internas e, pelo contrário, aqueles que o têm bem identificado são mais unidos e solidários, desvalorizando quaisquer diferenças internas que possam existir. Algumas visões defendem mesmo que a criação de um inimigo externo foi (e é) estratégia decisiva e maquiavelicamente usada por vários líderes políticos para unir em torno de si o apoio dos respectivos povos, fazendo com que estes esqueçam os problemas e divergências internas. No caso específico, o futebol não é excepção e, no passado, podem identificar-se vários exemplos onde um inimigo externo serviu para unir equipa e adeptos em torno de um objectivo comum.

Tudo isto vem a propósito das últimas declarações de Paulo Bento na conferência de imprensa que se seguiu ao clássico da Taça. Não tenho qualquer tipo de dúvida que as afirmações que geraram a polémica surgiram espontaneamente e não vejo qualquer hipótese de se tratar de uma estratégia previamente pensada pelo treinador. A verdade, porém, é que a reacção por elas desencadeada teve o condão de dividir os adeptos, fundamentalmente em dois grupos. Sportinguistas e os outros. Ou seja, a pequena “guerra” desencadeada por Paulo Bento acabou por identificar também o tal inimigo externo, comum à generalidade do universo leonino.

O efeito foi imediato. Se a ressaca de uma eliminação leonina tinha tudo para reavivar divisões internas e, em particular, a contestação (na minha opinião bastante despropositada, como já referi) à figura do treinador, a verdade é que os adeptos aparecem agora mais unidos motivados por uma nova causa comum e esquecendo as divergências anteriores. É ainda incerto até que ponto o tema vai permanecer na agenda mediática mas se o Sporting tiver a felicidade que este seja apenas o inicio de mais uma duradoura novela tão típica no futebol português, então as declarações de Paulo Bento poderão mesmo ter contribuído para a inversão de um ambiente interno (refiro-me aos adeptos) que até aqui vinha sendo anormalmente desfavorável. Se a equipa ajudar, mantendo a evolução que vem denotando, então este revés na temporada pode, até, vir a tornar-se um episódio positivo para a estabilidade de uma época com desafios de muito maior importância.

(Não resisto a deixar um vídeo de uma conferencia de imprensa célebre e semelhante neste aspecto particular, apesar das diferenças situacionais)

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Top 5!

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12.11.08

Benfica: Ensaio sobre o losango

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Como se a diferença de valores não chegasse, o golo madrugador retirou ao confronto entre Benfica e Aves praticamente o que restava do seu interesse competitivo. Para a partida, no entanto, Quique reservou uma nuance táctica que devolveu ao jogo uma curiosidade inesperada. Depois de 4 meses a tentar sistematizar um modelo que tinha no 4-4-2 clássico um esqueleto imutável, Quique surpreendeu e aproveitou a bebesse do sorteio para testar um novo figurino, com um meio campo em losango.

Desde a pré época que venho falando dos problemas do modelo de jogo encarnado e, de lá para cá, não se notaram correcções substanciais em muitos dos problemas, nomeadamente no que respeita às dificuldades defensivas. O principal problema está na incapacidade que a equipa tem em reduzir o espaço entre sectores, criando poucas linhas defensivas. Não sou partidário de que esta seja uma consequência inevitável do 4-4-2 clássico, mas não tenho dúvidas de que o sistema ajuda a potenciar o problema e que, neste caso, Quique não tem encontrado forma de o contornar. Neste aspecto, claramente, uma estrutura em losango poderá facilitar a correcção deste problema em particular. A qualidade de jogo, porém, vai bem para além da singularidade de um problema e desengane-se quem pense que a simples alteração do sistema é suficiente para uma melhoria colectiva substancial.

Do que se viu, a interpretação do losango tem ainda muitas limitações – o que se compreende, como é óbvio. Entre o que se viu destacaria sobretudo a dificuldade da equipa criar dinâmicas sobre as alas, estando demasiado dependente da subida dos laterais porque, quer Aimar, quer os médios interiores (sobretudo Yebda) mantêm a tendência para permanecer na zona central, forçando a equipa a atacar preferencialmente pelo centro. Mas estas questões estão longe de se constituir como um problema, tendo em conta que foi o primeiro jogo neste sistema e a verdadeira interrogação que me fica é se esta será mesmo uma solução para trabalhar.

Sem saber o que passará pela cabeça de Quique no que respeita às suas intenções sobre a matéria deixo a opinião de que me parece muito pouco provável que uma equipa consiga interpretar com qualidade dois modelos baseados em sistemas tão diferentes. Igualmente improváveis serão também as hipóteses de que o 4-4-2 clássico deixe, assim de repente, de ser a aposta principal depois do treinador ter montado uma equipa a pensar nessa estrutura. Palavra a Quique...


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Quando pensava que já tinha visto tudo...

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Tudo começa aos 3 minutos do resumo...

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11.11.08

Destaques do fim de semana

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-- Inglaterra --
- O jogo da semana foi a vitória do Arsenal sobre o Man Utd (2-1)
- Entre os golos da jornada destaque para a pancada de Belhadj (Portsmouth)

-- Espanha --
- Jornada de goleadas. Mais sofrida a do Real (4-3 ao Malaga), mais folgada a do Barcelona (6-0 ao Valladolid)
- Destaque para os golos de Joaquin e Rossi

-- Itália --
- A vida não está fácil para Mourinho, resgatado pelo golo de Cruz no último minuto frente à Udinese. Acabou por ser uma jornada positiva com empates de Milan e Roma.
- Grande livre de Zarate

-- Alemanha --
- No grande jogo da jornada, o Bayern arracou uma vitória (2-1) no terreno do Schalke. Nota ainda para o triunfo do Hamburgo frente ao Dortmund (2-1) e para a empolgante partida entre Karlsruhe e Leverkusen (3-3)

-- França --
- Destaque para a importante vitória do Lyon (1-0) no Monaco

-- Brasil --
- Com o empolgante Brasileirão no fim, o São Paulo venceu a Portuguesa fora (3-2), mantendo a liderança à frente do Grémio, que ganhou 1-0 ao Palmeiras e do Cruzeiro, também vencedor por 1 golo na recepção ao Fluminense que volta a colocar o Flu sob a ameaça da descida.

-- Argentina --
- O River continua com muitas dificuldades. Empate a 3 com o Huracan.
- Grande livre de Riquelme e excelente jogada do Estudiantes no golo de Boselli

-- Outros --
- Grandes jogos na Turquia e Grécia. O Fenerbahce goleou o carrasco do Benfica, o Galatasaray por 4-1. Menos golos no clássico entre Panathinaikos e Olimpiacos, que terminou a zero.
- Grandes golos de Fernandinho na Ucrania, Luis Suarez pelo Ajax, Colman pelo Trabzonspor e Gryb na Polónia

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10.11.08

Sporting - Porto: Até ao último pontapé!

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Bom! – Este terá sido seguramente o melhor clássico dos 4 que já se realizaram este ano. E afirmo-o por vários factores. Pela emoção que o envolveu, pela incerteza que se arrastou até ao último penalti e, também, por alguns momentos de boa qualidade de jogo. Quanto ao desfecho, lamento em primeiro lugar a perda de um grande numa fase tão precoce da competição (seguramente que a TVI e os patrocinadores também...), e não posso de salientar alguma dose de ingratidão – injustiça talvez seja demasiado forte – na eliminação do Sporting. Os leões revelaram, no global, estarem num melhor momento que o Porto, exercendo algumas fases de evidente superioridade e conseguindo também as melhores oportunidades. O Sporting poderá lamentar-se, desta vez, de alguma inocência pela forma como acabou por deitar fora a vantagem que tinha feito por merecer.

Sporting – Foi evidente para todos a boa primeira parte do Sporting. Entre Sporting e Porto há responsabilidades repartidas para o sucedido. Da parte do Sporting destaco 2 aspectos para o que se verificou nesse período. O primeiro tem a ver com o momento de confiança dos jogadores leoninos que motivou maior certeza no passe e uma menor tendência para o erro (aspecto que contrasta com o jogo para o campeonato onde o Sporting foi decisivamente penalizado pela sucessão de erros que cometeu no primeiro tempo). O segundo com o efeito de Romagnoli no segundo momento ofensivo, criando sucessivas dificuldades à defesa do Porto com as suas deambulações alternadas nas alas. Com isto o Sporting conseguiu, primeiro, “saltar” com grande facilidade o pressing do Porto e, segundo, desequilibrar no último terço de campo.
Se o Sporting conseguiu a vantagem pode, como referi antes, lamentar-se pela forma como a perdeu. É verdade que a entrada do Porto na segunda parte foi determinada, causando o período de maior dificuldade para o Sporting no jogo, mas não se pode dizer que o Sporting tivesse perdido o controlo do jogo, acabando por ceder um golo de uma forma algo primária para uma equipa que tem na concentração e organização 2 premissas fundamentais do modelo de jogo. O Porto é fortíssimo a sair de lances de bola parada defensivos, marcou assim em Kiev e na primeira parte havia ameaçado algumas vezes neste tipo de saídas rápidas. Em vantagem, sobretudo, aconselhava-se muito maior prudência. Assim, o Sporting transformou em poucos minutos uma vantagem numa situação verdadeiramente complicada no jogo, com a expulsão de Caneira a acontecer pouco depois. Este foi o período que penalizou verdadeiramente uma exibição que voltaria a ter pontos francamente positivos, primeiro na forma organizada como reagiu à inferioridade numérica e, depois, no domínio que voltou a exercer desde a expulsão de Pedro Emanuel até à segunda parte do prolongamento. Nota ainda para a não utilização da terceira substituição por parte de Paulo Bento. Havia 2 jogadores que claramente poderiam ter sido “refrescados”, Rochemback e Abel. Paulo Bento optou, creio eu, por fazer uma gestão a pensar nos penaltis onde acabou por não ser feliz.
No global foi uma exibição melhor do que o desfecho da eliminatória para o Sporting, que confirma o crescimento do futebol do Sporting mas que abre nova incógnita para o futuro. É que o futebol seguro do Sporting necessita de confiança para crescer ofensivamente. Se as vitórias trazem essa confiança – como se viu – falta saber como reagirá perante o revés psicológico sofrido pela derrota nos penaltis.

Porto – Mais um resultado francamente positivo para uma equipa à procura de regressar ao seu melhor. Da exibição do Porto ficam algumas conclusões. A primeira – e mais importante – é que há uma grande vontade e atitude por parte de todos em voltar ao caminho das vitórias (como ficou claro pela forma determinada como a equipa reagiu no segundo tempo). A segunda é que o futebol do Porto ainda não está ao nível que pode atingir – embora aqui importe realçar o bom jogo e momento do adversário, o que valoriza muito o que foi conseguido. A terceira, finalmente, é que em Jesualdo ainda não há uma ideia exacta sobre qual a versão do modelo em que deve apostar.
Jesualdo apostou numa estratégia próxima daquela que o Porto apresentava em 06/07. Ou seja, com Lisandro a extremo, contrastando com a posição permanentemente aberta de Mariano (a fazer de Quaresma). Com este figurino a equipa deveria potenciar situações de 1x1 de Mariano com o lateral adversário (Abel) através de uma circulação que levava a bola desde a direita à esquerda. Isso até foi interpretado por algumas vezes, mas o problema do Porto foi outro. A presença de Hulk no meio retirou ao Porto grande parte da sua capacidade para ser perturbador na primeira fase do pressing e facilitou a tarefa à primeira fase de construcção do Sporting que, repetidamente, fez chegar a bola às imediações da área. Este foi o aspecto que mais penalizou a primeira parte portista, já que ofensivamente o Porto conseguiu algumas transições bem protagonizadas, aproveitando o balanceamento ofensivo do Sporting.
No segundo tempo Jesualdo reviu a estratégia, repondo algo muito próximo do que havia apresentado de inicio em Alvalade no jogo de campeonato. O Porto teve também outra atitude, mais pressionante e agressiva, e conseguiu tirar partido da explosão de Hulk no primeiro quarto de hora (agora sobre a ala), acabando por chegar ao empate e beneficiando dos efeitos emocionais desse golo. Por paradoxal que pareça, o bom momento portista terminou quando parecia ter ganho nova força. Na expulsão de Caneira. Talvez por mérito do Sporting, talvez por algum conformismo portista, a verdade é que em cerca de 15 minutos em vantagem numérica o Porto não conseguiu ser verdadeiramente dominador, permitindo que o Sporting gerisse o jogo e a bola até nova expulsão (desnecessária) e consentindo, de novo, o domínio do jogo a partir desse momento.
Sobre o Porto reafirmo a qualidade do modelo e a importância de recuperar os níveis de confiança da equipa e de alguns jogadores chave. Para isso será, também, importante que o treinador tenha uma ideia mais clara em quem (e onde) quer apostar.

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Está imparável!

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8.11.08

Jogadas da Champions

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Sapunaru esqueceu-se...
O golo do Dínamo, que deu, na altura, ao jogo um sabor de injustiça após uma boa entrada portista resulta de um posicionamento deficiente na zona mais recuada portista. Rolando começa por sair da sua zona para disputar um lance aéreo com Milevsky, mantendo-se adiantado em relação à linha mais recuada. Neste tipo de situações são os laterais que têm responsabilidade de se juntar ao central que sobra para fechar a zona central. Foi o que fez, inicialmente, Sapunaru.
O problema surge depois. Se é verdade que Rolando perde o controlo da zona (e de Milevky), o erro maior é de Sapunaru que, incompreensivelmente abriu o seu posicionamento sobre a direita. A perda de controlo desse espaço e de Milevsky acaba por deixar Bruno Alves entre dois jogadores, mal a bola é passada verticalmente. A combinação e definição são obviamente excelentes não dando tempo para que o erro fosse corrigido, mas tal só foi possível pelo lapso posicional que se verificou momentaneamente.

As opções de Hulk
Num curto espaço de tempo, duas transições semelhantes, dois destinos diferentes. O deslumbramento ucraniano levou a uma postura kamikaze no final do jogo e o Porto tirou frutos, explorando o espaço em transição. Primeiro em mais uma prova que a utilidade de Lucho não se resumo aos momentos com bola – inteligentíssimo a pressionar no momento certo e a lançar Hulk em transição. Com a defesa do Dínamo em recuperação, Hulk tinha várias opções mas, como noutros casos, optou pela que menos se aconselharia, forçando um despique individual pelo centro e afunilando a jogada, em vez de a abrir rapidamente em Lisandro. O resultado foi, obviamente, a perda de bola.
2 minutos depois tudo começa num alivio que cai nos pés de Lisandro. De novo a defesa do Dínamo em recuperação do espaço que deixou de controlar, de novo a bola é colocada em Hulk. Agora, no entanto, a opção foi outra. 1 toque, bola no espaço para Lisandro e... golo de Lucho!

De novo o pressing
Depois do Rio Ave, o Sporting esteve perto de matar o jogo em mais um roubo de bola frente ao Shakhtar. Mais uma vez, há o demérito de um jogador adversário mas, mais uma vez também, tal só sucede porque o pressing do Sporting potenciou a situação.
O mérito do pressing começa num alívio do Shakhtar. A segunda bola não é ganha, mas nem por isso totalmente perdida. Uma pressão imediata retira possibilidade a Willian de progredir e obriga a um passe para o seu guarda redes, permitindo ao Sporting subir de novo as suas linhas e iniciar o pressing mais à frente. Foi isso que aconteceu. Fernandinho – talvez pela urgência provoca pelo tempo e resultado – procurou a todo custo um passe em progressão, mas a linha de passe não surgiu porque o Sporting cortou todas. O jogador hesitou, perdeu o tempo de decisão e também a bola, roubada por Izmailov. Do lance só não surgiu o segundo golo porque a definição de Moutinho não foi a mais adequada para a superioridade numérica existente.

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Um tal de Moreira...

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7.11.08

Frustrações Uefeiras...

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Braga – Começo por aquele que deveria ser o destaque de toda a jornada da Taça Uefa. Para ser sincero estava à espera que o Braga pudesse surpreender em San Siro, trazendo até de lá um resultado positivo – que não aconteceu. O que eu não esperava, no entanto, era uma exibição tão dominadora como aquela que se assistiu, sobretudo, na segunda parte. Para se perceber e contextualizar o que o Braga conseguiu fazer em Milão é preciso perceber 2 coisas. A primeira é que o Braga é uma equipa com bons jogadores e muito bem orientada, capaz de fazer isto a qualquer equipa que não esteja preparada para a sua qualidade. É aqui que entra o segundo ponto. Obviamente que, dado o desequilíbrio de forças entre as duas partes, a superioridade do Braga no jogo só foi possível pela postura menos competitiva e concentrada do Milan que, por azar bracarense, não terminou com um resultado-choque.
Fundamental para o insucesso do Braga foi um aspecto que vem penalizando a equipa em alguns jogos: a finalização. Académica, Guimarães e, agora, Milan foram jogos em que se esbanjaram demasiadas oportunidades e onde 1 nome sobressai: Renteria. É impressionante o que falha o Colombiano!

Benfica – Mais uma vez vitima da guerra entre Zon e Meo (sabiam que como forma de retaliação a Zon vai emitir em exclusivo o Olimpiacos-Benfica, significando que os clientes Meo não vão poder ver o próximo jogo europeu Benfica? Ou seja, quem quiser ver em sua casa todos os jogos do Benfica na Taça Uefa terá agora de ter Zon e Meo ao mesmo tempo. Fantástico!) fui, como grande parte das pessoas, privado de ver mais um jogo europeu do Benfica nas melhores condições. Lamento esta situação e reforço o que já referi noutra altura. É uma situação ridícula (cada vez mais!) que prejudica o adepto de futebol em geral e o do Benfica em particular...
Sobre o jogo não vou fazer, obviamente, grandes considerações (se conseguir ver a partida, deixarei mais tarde algumas notas), mas há alguns aspectos de que posso falar. O primeiro tem a ver com alguma surpresa por esta derrota. Este Galatasaray não é, como referi ontem, uma equipa particularmente forte e estava perfeitamente ao alcance do Benfica. Ou pelo menos devia estar. O problema é que, tal como venho referindo, o Benfica tem a sua mais valia nas individualidades, mantendo alguns problemas de fundo no seu modelo de jogo. Aqui tenho de direccionar algumas criticas ao discurso de Quique. É que o treinador espanhol persiste na repetição da ideia de uma equipa longe do seu melhor, apontando o dedo aos erros individuais (decisões) dos jogadores. O que é problemático neste discurso é que nele não encontramos qualquer referência aos problemas colectivos que a equipa tem, percebendo-se assim que existe da parte do treinador uma maior focalização na correcção de comportamentos individuais e não nos problemas colectivos que vêm sendo manifestados desde a pré temporada. O que posso esperar de uma equipa com este perfil é uma grande dependência da inspiração individual dos seus principais jogadores, ou seja, uma grande incerteza e oscilação na qualidade de exibições e resultados.

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Ro & Ro!

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6.11.08

Dínamo - Porto: Afinal ainda sabem como se faz!

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Sorte ou azar? – Se todos os momentos são bons para se ganhar, este é-o particularmente pelo facto da vitória ter relançado o Porto numa competição onde tem currículo e responsabilidade. Foi um triunfo difícil de classificar pela oscilação de fortunas que as 2 equipas experimentaram durante a partida. Diria que o Porto começou a perder quando menos merecia – o golo resulta de um erro posicional de Sapunaru – e acabou por carimbar a vitória numa segunda parte em que o seu futebol teve mais alma mas menos cabeça. De todo o modo, esta é também uma vitória contra uma boa equipa e que, por isso, merece especial mérito.

Reviravolta emocional – Após um período em que o Porto demonstrou que há qualidade por trás da crise de resultados, o golo de Milevsky parecia ser o inicio de um novo pesadelo. Isto porque o Dínamo é uma equipa que se organiza bem no seu meio campo, cedendo a iniciativa de jogo ao adversário mas dando muito pouco espaço para jogar. Estando em vantagem, previa-se uma tarefa hercúlea para os portistas, ideia reforçada por um evidente acréscimo de ansiedade após o primeiro golo.
A segunda parte mudou todo este cariz de jogo, mas, curiosamente, creio até ter sido um período de menor qualidade dos portistas. O que aconteceu foi que o jogo mais com a alma e menos com a cabeça retirou alguma qualidade ao jogo portista mas, estranhamente, afectou também a postura do Dínamo que passou a permitir um jogo mais veloz, com mais espaços e transições e, mais importante que tudo, com menos controlo. A bem da verdade foi o Dínamo quem usufruiu das melhores ocasiões no segundo tempo – em 2 lances criados pela classe de Milevsky – mas foi o Porto quem foi mais feliz, acabando por tirar proveito de uma postura imprudente do Dínamo no final do jogo. É que, para uma equipa a quem o empate servia, o que aconteceu no último minuto terá sido a consequência de uma postura, no mínimo, pouco inteligente. Se a sorte protege os audazes, quem é que o azar punirá?

Hulk e Pelé – Entre as opções iniciais de Jesualdo destaco, pela positiva, a inclusão de Tarik e a manutenção de o modelo (isto nem deveria ser mencionável, tão óbvia que me parece a opção). Por outro lado, a opção por Pedro Emanuel terá sido francamente imprudente, beneficiando o Porto do desaproveitamento que o Dínamo fez dessa situação. De resto há dois nomes que, por terem entrado na segunda parte, vão ser elogiados por imprensa e adeptos mas que, na minha opinião, justificam alguma prudência. Pelé e Hulk são casos semelhantes de jogadores de posições diferentes. Isto porque, tanto um como outro, têm potencial físico e técnico mas, em ambos os casos, faltará o mais importante: a qualidade de decisão (Hulk terá tido o seu melhor momento neste aspecto na jogada do segundo golo). Por isso, espere-se que os 2 possam evoluir com o tempo, mas não se espere que se tornem em soluções para algum mal do presente. Neste aspecto reforço o que referi após o jogo com a Naval. Se o Porto mantiver a aposta no seu modelo – que tem muita qualidade – e tentar suavizar o processo de adaptação colectiva com a integração mais progressiva e menos repentina dos novos jogadores, então rapidamente a crise será passado e o Porto se confirmará como aquilo que é: um forte candidato ao título.

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Um olhar pelo Galatasaray

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Por falta de tempo não vou deixar uma análise muito aprofundada sobre o Galatasaray do recém chegado alemão Mikael Skibbe. Não quero, no entanto, deixar de partilhar algumas ideias de alguns jogos que tive a oportunidade de ver da equipa neste início de época.

Se o Benfica tem repetido várias vezes que é uma equipa em formação, o Galatasaray não o será menos. Isto, perceba-se, não é propriamente o melhor dos elogios que se pode fazer à sua qualidade colectiva. De facto, o Galatasaray tem sentido várias dificuldades no inicio da temporada, quer pelas lesões de alguns jogadores, quer por alguma indefinição no modelo a operacionalizar por Skibbe.

A equipa tem-se apresentado em 2 figurinos. 4-1-3-2, com Nonda e Baros na frente e, mais recentemente, num 4-2-3-1, apenas com Baros como jogador mais adiantado. Mas os problemas principais desta equipa são, ofensivamente, a forma pouco esclarecida como constrói o seu jogo, forçando muitas vezes uma abordagem mais directa por não criar linhas de passe em apoio à saída de bola, e, defensivamente, a forma como permite que a equipa se parta, separando o quarteto defensivo mais Meira dos restantes jogadores. A virtude desta equipa está no efeito de algumas individualidades quando lhes é concedido espaço e alguma eficácia revelada nas bolas paradas ofensivas.

Individualmente, destaque para o guarda redes italiano De Sanctis, para o lateral Sabri (embora a equipa tire pouco partido das suas qualidades ofensivas), para o “patrão” Meira, o móvel Baros e o imprevisível Arda Turan (provavelmente mesmo o mais perigoso jogador do ‘Gala’). Nota para a ausência de vários jogadores, sobretudo Kewell, a mais recente baixa e que abre uma incógnita em torno do seu substituto.

Honestamente, apesar da qualidade individual de alguns jogadores do Galatasaray, parece-me uma equipa completamente ao alcance do Benfica.

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