10.10.08

Suécia - Portugal: Esperam-se novidades

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Afinal... – Queiroz chegou prometendo mudanças em vários aspectos. Mudar metodologias e mesmo capacidade de definição de estratégia táctica era para mim essencial nesta fase, sendo estes aspectos em que se poderia ganhar em relação a Scolari. Mas Queiroz foi mais longe. À chegada ousou beliscar (ou mais do que isso) aquele que é reconhecidamente o ponto forte de Scolari, a gestão do grupo. Obviamente que não entro em criticas precoces em relação ao trabalho global de Queiroz, mas há algo que não posso deixar de notar. Queiroz referiu que, a partir de agora, seriam chamados os que estivessem melhor. Ora, se assim é porque ficou de fora Postiga quando vem jogando à frente de Yannick no Sporting, ou foi convocado Hugo Almeida que tem apenas 35 minutos jogados desde o último Portugal – Dinamarca?
Não tenho nada contra a preferência por alguns jogadores e, até, me revejo muito mais numa abordagem mais próxima da de Scolari (que foi, afinal, um dos grandes alicerces para a união do grupo tantas vezes realçada). O erro de Queiroz esteve sobretudo nessa declaração de intenções pouco simpática para o passado e algo irrealista para o futuro. Como era previsível, depressa se tornou incoerente.
Ronaldo e o ataque – Queiroz prometeu Ronaldo como avançado. Até aqui a estrela do United esteve fora dos planos do seleccionador mas regressa frente à Suécia e a questão que se coloca é se Queiroz vai realmente mudar o ataque com a presença de Ronaldo. Em hipótese poderá estar, não só a simples colocação de Ronaldo a 9 na habitual estrutura, mas mesmo alguma revisão na mesma. Quanto a mim, mantenho o que venho dizendo desde a preparação para o Euro. É fundamental que Portugal tire partido daquela que será, previsivelmente, a sua principal figura nos próximos tempos. Do rendimento de Ronaldo dependerá, em meu entender, grande parte das hipóteses de sucesso desta nova etapa da Selecção.
Um elemento importante aqui pode ser Danny. Um exemplo de um excelente aproveitamento de Ronaldo surge, obviamente, no United, onde a mobilidade de Rooney, Tevez e, agora, Berbatov são o complemento ideal para o perfil de Ronaldo. Danny pode aparecer em funções semelhantes às de Rooney no United, alternando com Ronaldo entre o meio e a ala, permitindo que este tenha maior liberdade táctica para surgir em zonas centrais. Para confirmar...

Posição 6 – Outra das promessas deixadas para a era Queiroz é a preparação dos jogos e um estudo mais meticuloso dos adversários. Ora, isto pressupõe uma adaptação estratégica mais orientada para essa análise que é feita e, frente à Suécia, poderemos estar perante a primeira grande evidência dessa nova abordagem do seleccionador. Meira tem sido testado para jogar à frente da defesa e tal opção não é de estranhar. Como descrevi na análise que deixei à Suécia, há da parte deste adversário de Portugal uma intenção de jogar directamente para os ponta de lança. Esta estratégia de jogo aconselha, mais do que nunca, a utilização de um jogador mais fixo à frente dos centrais que possa criar superioridade nessa zona central, quer na abordagem a esses lançamentos mais directos, quer, depois, na disputa de segundas bolas. Para mim faz todo sentido a utilização de um jogador com as características de Meira que tem, depois, outra vantagem muito relevante que é a capacidade aérea que acrescenta aos lances de bola parada – outra das armas dos suecos.
Sobre a restante composição do meio campo, parece-me que, sem Deco, faz todo sentido apostar numa dupla mais simétrica, aproveitando a dinâmica e qualidade de Moutinho e Meireles, para mim, claramente os melhores médios disponíveis nesta altura.

Suécia – Sobre a Suécia já aqui escrevi ontem, deixando um perfil do que tem sido a sua evolução recente. Como referi, as más exibições suecas devem ser vistas com alguma desconfiança por Portugal, já que os jogos serão diferentes, particularmente ao nível da motivação e concentração.
Outra nuance a antever é a possibilidade de alteração da estrutura, sobretudo tendo em conta as dificuldades que os suecos denotaram em garantir uma boa capacidade defensiva em toda a largura do campo. Ainda assim, em 3-5-2 ou 4-4-2, os princípios não devem mudar...

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