11.5.08

Notas: Naval 0-2 Porto

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Dada a formação inicial apresentada por Jesualdo Ferreira, pode dizer-se que este jogo teve um carácter muito próximo de uma partida de pré temporada. Há aqui, no entanto, uma diferença relevante: é que ao contrário do que acontece no inicio dos trabalhos, neste caso pouco interessará uma análise das rotinas colectivas, simplesmente porque estas não vão mais ser interpretadas pela maioria dos protagonistas antes das férias. Por tudo isto, vou centrar o comentário ao jogo numa apreciação individual a alguns dos intervenientes que é, afinal, o que mais terá interessado para as notas de Jesualdo.

Fucile: confesso que foi uma época abaixo do que esperava do uruguaio. Mais uma vez, na Figueira, voltou a revelar-se algo precipitado em posse de bola. Uma tendência que custou muito caro à equipa na eliminatória da Champions e que, provavelmente, determinará a necessidade de ir ao mercado buscar uma primeira escolha para lateral direito, caso se confirme a saída de Bosingwa.

Lino: O que falta a Lino, essencialmente, é intensidade de jogo. Ao nível da concentração e agressividade. Mais uma vez confirmou a estranheza que rodeou a sua aquisição.

Stepanov: Mantém-se em fase de adaptação. Fisica e tecnicamente parece ter potencial, mas falha em diversos aspectos, particularmente na abordagem a duelos individuais e em alguma displicência com que decide em zona perigosa. Vai ter ainda de evoluir para ir ao encontro das exigências de um titular.

João Paulo: É um jogador de grande utilidade e estou curioso para ver qual a decisão em torno da sua continuidade. Tem no jogo aéreo o seu ponto mais forte, mas é também um jogador versátil. Não creio poder ter sido um fora de série, mas parece-me que a sua evolução poderá ter sido condicionada pelo timing das lesões.

Bolatti: Mais uma exibição preocupante. Não se exigia muita amplitude de movimentos, nem mesmo que fosse vistoso em posse de bola. Bolatti errou demasiados passes e acumulou perdas de bola numa posição proibitiva do modelo de jogo. Para além disso teve dificuldades no posicionamento e na abordagem às primeiras bolas que cairam na sua zona. Não sei qual o futuro deste jogador, mas o que revelou – e teve várias oportunidades – não é merecedor, sequer, de integrar o plantel.

Kazmierczak: ao contrário de Bolatti, pergunto-me porque é que não teve mais oportunidades? Não é um jogador reactivo nos posicionamentos – como consegue ser Meireles – mas antecipa-os muito bem, aparecendo com bastante propósito em diversas zonas do terreno, quer com bola, quer sem ela.
Na posse de bola, joga quase sempre de primeira e poucas vezes erra. Para mim, o melhor em campo.

Mariano: não é nada fácil fazer de Lucho. Mariano não me parece ter o que o Porto precisa para jogar naquela posição. E, apesar da sua combatividade, não tem a capacidade de antecipação dos momentos do jogo que permite uma melhor ligação com o ataque. Particularmente no pressing isto foi notório. Enfim, esta não é a sua posição e já provou que pode ser util noutras funções, embora, creio eu, não ainda, como solução preferencial.

Adriano: Foi ingrato jogar a extremo. Adriano, ainda assim, revelou a espaços a sua qualidade. É um jogador, já se sabe, com faro de golo, mas que trabalha muito bem fora da área. Tem na sua atitude sem bola o principal defeito. Com ele o Porto perde capacidade na transição defensiva.

Farias: Não é um jogador excepcional, nem no aspecto fisico nem técnico, mas tem o que é essencial num jogador de área: sabe movimentar-se e antecipar as jogadas. Por isso marca tantos golos de grau de dificuldade baixo. De resto, tentou trabalhar fora da zona de finalização e manteve uma atitude séria e agressiva no jogo, com e sem bola.

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