17.3.08

Maritimo - Benfica - Análise Cronológica

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0’ Surpresa pela ausência de Rui Costa do onze de Chalana e curiosidade para ver qual a estrutura do Benfica após o losango apresentado em Madrid. Do lado do Marítimo realce para a presença de Baba como alternativa à ausência de avançados disponíveis.
6’ Primeiro lance de perigo para o Marítimo. Bola recuperada na esquerda do ataque Madeirense, apanhando Nelson em contra pé e lançando a subida de Evaldo que, mais rápido do que Luis Filipe, cruza com a bola a passar à frente de Baba que por pouco não emenda. Na sequência do lance vai resultar um canto com nova ocasião para o Marítimo.
Jogo dividido com alguns erros do Benfica em posse de bola, sobretudo quando o Marítimo identifica momentos de pressão. A equipa encarnada tem nesta fase algumas dificuldades na construção, algo aproveitado pelo Marítimo para ter algum ascendente no jogo, ainda que ligeiro. Estruturalmente, Chalana regressou ao 4-2-3-1 depois do losango apresentado frente ao Getafe. Rodriguez é quem joga nas costas de Cardozo e é ele quem serve de referência em várias acções ofensivas do Benfica que recorre menos a Cardozo. Do lado do Marítimo também um 4-2-3-1 com o trio ofensivo a ser composto por Mossoró, Marcinho e Fábio Felício. Mais cariz ofensivo sobre a ala esquerda com as subidas de Evaldo.
22’ Transição rápida do Maritimo sobre a esquerda do seu ataque com a combinação entre Evaldo e Fábio Felicio a ultrapassar a dupla Nelson e Luis Filipe. O cruzamento é interceptado mas alguma desprotecção da zona central acaba por resultar num remate à vontade de Marcinho na sobra. Grande defesa de Quim.
O jogo permanece no mesmo tónico, dividido com ligeiro ascendente do Marítimo, sobretudo pela capacidade de desequilibrio em determinadas jogadas, particularmente combinações sobre a esquerda.
25’ Golo do Benfica. Na sua primeira ocasião chega à vantagem, numa insistência após pontapé de canto. Incompreensivel a forma como a defesa de Marítimo deixa de ter Cardoso como referência de marcação. O Paraguaio aproveita da melhor forma para se isolar e marcar de cabeça.
26’ Nova ocasião para o Marítimo. Mais uma vez o lado esquerdo do Marítimo a combinar com Evaldo a aproveitar a marcação adiantada de Nelson para aparecer no espaço e cruzar. Marcinho é quem falha.
45’ Intervalo. Mais controlo do Benfica na fase final da primeira parte, com mais tempo de posse de bola. Ainda assim, a posse permanece inofensiva com o Benfica a juntar à falta de rotina colectiva, alguma incapacidade para desequilibrar no plano individual. O Marítimo voltou a revelar-se desconcentrado a defender (particularmente no lance do golo) e muito dependente do virtuosismo técnico dos seus jogadore na hora de atacar, não havendo grande qualidade colectiva dos processos.
48’ Ocasião para Cardozo. Na sequência de um lançamento lateral de Nelson, Bynia liberta-se e cruza para o cabeceamento do Paraguaio. Segunda parte a começar na mesma toada com que terminou os primeiros 45 minutos. Mais controlo do Benfica, mas quase sempre inofensivo.
50’ Sai Ricardo Esteves lesionado, entra Briguel, sem alterações estruturais.
60’ Chalana troca Luis Filipe por Rui Costa. Rodriguez é quem vai ocupar a posição de Luis Filipe. Uma alteração algo arriscada uma vez que Evaldo está muito ofensivo sobre a esquerda e Rodriguez tem menos apetência defensiva.
61’ Sai Fábio Felicio entra Djalma. Sem alterações estruturais também. Djalma é mais forte no capítulo individual e pode criar alguns problemas no flanco direito do Benfica.
Neste momento o Maritimo volta a conseguir ascendente no jogo, fazendo a bola rondar mais vezes a área de Quim. Ainda assim os madeirenses não conseguem repetir as ocasiões da primeira fase do jogo.
71’ Sai Sepsi entre Maxi. Rodriguez vai para a esquerda e Maxi para a direita, numa fase em que o Benfica deixou de controlar o jogo.
73’ Sai Baba entra Ytalo. Apesar de estar em desvantagem, Lazaroni não mexe na estrutura.
75’ Golo do Maritimo. Um remate bloqueado pela defesa Madeirense dá inicio a uma transição que visa aproveitar o espaço oferecido pelo balanceamento ofensivo encarnado. Ainda assim, Ytalo vai sozinho e apenas a falta de agressividade de Edcarlos (terá tido medo de ser driblado para dentro?) permite que o avançado se mantenha enquadrado com a baliza de Quim. O remate sai repentinamente com a biqueira da bota direita.
80’ Sai Petit entra Nuno Gomes. O Benfica passa a jogar em 4-4-2, tentando um assalto final à baliza de Marcos.
84’ Livre de Cardozo por pouco não dá golo.
Nenhuma das equipas abdica da vitória, mas é o Benfica quem mais arrisca nesta fase colocando mais gente nas acções ofensivas. Ainda assim, não há verdadeira capacidade encarnada para chegar com perigo e de bola corrida à baliza de Marcos. Nesta fase há ainda alguma exposição benfiquista a eventuais transições do Marítimo.

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Havia a curiosidade para confirmar ou não as indicações dadas pelas opções de Chalana frente ao Getafe. Nesse aspecto, houve uma rotura com o que fora apresentado, tanto em termos estruturais (regressou ao 4-2-3-1) como em termos de propensão ofensiva – o Benfica foi bem mais cauteloso na deslocação aos Barreiros. Ainda assim Chalana não se pode queixar das incidências do jogo, já que o Benfica chegou à vantagem sem ter feito muito para o merecer. Ofensivamente a equipa não se apresentou com muita fluidez em termos colectivos – o que também não é de estranhar face ao pouco tempo de treino do treinador – juntando a esse problema a incapacidade das individualidades apresentadas. Defensivamente houve mais solidariedade mas também dificuldades individuais (como aconteceu no golo com Edcarlos) e também de organização nos momentos de transição. Aqui é importante não descontextualizar as ausências de Luisão e David Luiz.
No Marítimo a atitude foi a de sempre. Uma equipa com muita qualidade individual mas inocente na forma como joga. Quer em termos ofensivos, onde está dependente dos rasgos individuais dos seus artistas, quer em termos defensivos onde repete erros na zona decisiva. Mereceu o empate, sem dúvida, mas penso que tem potencial para fazer mais. Nota para a ala esquerda do Marítimo, particularmente Evaldo, que teve uma actuação fulgurante em termos ofensivos.

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