11.2.08

Taça...

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O primeiro comentário sobre a jornada de Taça vai para o atenção dado pela SIC, transformando umas rotineiras eliminatórias numa espécie de jogos do ano, com grande destaque a ser dado antes e depois dos encontros. A Taça é um investimento de risco para as televisões pelo facto do mercado nacional ser fundamental centrado em 3 emblemas e as receitas publicitárias estarem dependentes da continuidade destes até uma fase adiantada da prova. Neste aspecto as coisas estão a correr bem à estação de Carnaxide. É que com os 3 nos quartos de final, há agora uma grande probabilidade de haver pelo menos 1 confronto entre grandes na edição deste ano. O futebol vale muito e quem anda na louca guerra das audiências sabe-o bem. As receitas televisivas são o principal motor do futebol nos países mais evoluídos e em Portugal também haveria disponibilidade para pagar bem mais pelos direitos das principais competições. É pena que só os clubes não tenham visão para compor um modelo competitivo mais adequado ao mercado nacional. Perdem as televisões, os clubes e, como sempre, os adeptos.

Sporting – Maritimo
Paulo Bento arriscou bastante para um jogo em que tinha de ganhar. Lançar Grimi, Celsinho, Adrien e Tiuí para a titularidade poderia tornar-se complicado caso as coisas não começassem a correr bem, mas Tonel garantiu que tal não acontecesse. De resto a exibição do Sporting caracterizou-se no primeiro tempo pela pressão com que tentou incomodar a saída de bola do Marítimo. Os leões não foram exuberantes em termos ofensivos, mostrando-se ainda incapazes de protagonizar as jogadas de envolvimento do passado. Neste aspecto, destaque, mais uma vez, para a menor apetência de Vukcevic para o jogo em posse de bola, para o pouco entrosamento de Celsinho na posição e para a falta que fazem os movimentos laterais de Romagnoli – a principal característica da posição 10 do modelo de Paulo Bento. Ainda assim o Sporting fez um jogo positivo e justificou a vantagem ao intervalo, não deixando de acusar alguma instabilidade logo após o golo sofrido. No segundo tempo foi diferente, perdendo a posse de bola para o Maritimo mas mantendo sempre o controlo do jogo – algo que não acontecia há uns tempos. O Sporting pode lamentar-se nesse período dos inúmeros erros cometidos no momento da transição ofensiva, com muitos passes falhados.
Mas a novidade vem mesmo de Grimi. A lateral esquerda vinha sendo uma das principais lacunas da equipa e um dos pontos que, na minha opinião, melhor explica as diferenças em relação à época passada. Grimi é por isso uma esperança muito importante para os Sportinguistas. O primeiro teste foi positivo, mas há curiosidade para ver até que ponto pode chegar o efeito da sua entrada no colectivo.

Benfica – Paços Ferreira
A estreia de Makukula não começou bem. O golo madrugador do Paços levantou fantasmas de eliminação na Luz e a equipa voltou a denotar grande dificuldade nas suas acções ofensivas, mostrando-se incapaz de apresentar rotinas colectivas que desmembrassem um Paços aparentemente apenas concentrado em defender. De resto, a exibição do Paços fez lembrar o que eram os jogos caseiros dos grandes há uns anos atrás. Focalização eminentemente defensiva e jogadores incapazes de aguentar a pressão, acumulando sucessivos “tiros no pé” que entregaram de bandeja o jogo ao Benfica que acabou por golear com uma exibição mediana e nada isenta de erros. Destaque para 2 aspectos. Primeiro a importância de Rui Costa como única fonte de criatividade na primeira fase de construção encarnada. À falta de rotinas colectivas, é o “Maestro” quem pode amenizar este evidente problema de Camacho. Depois a dupla Cardozo-Makukula. É um erro pensar que pelos 4 golos conseguidos esteja encontrada uma solução milagrosa pelo simples emparelhamento destes 2 jogadores. Cada um tem as suas virtudes, mas ainda não se vislumbraram rotinas que tirassem partido das características dos dois jogadores. Sobre Cardozo e Makukula, e mantendo que são dois jogadores de valias diferentes, deixo a opinião de que me parece muito mais fácil fazer do Paraguaio uma mais valia do que o ex-Maritimo.

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