31.7.07

Sporting: Alternativa à Esquerda?

ver comentários...
Com a aquisição de Had, o Sporting terá fechado o plantel para a nova temporada. Cerca de 2 meses volvidos desde a conquista no Jamor e Paulo Bento terá um pouco mais de preocupações do que nessa altura poderia prever. Entre os frequentemente utilizados em 06/07, Paulo Bento necessita sobretudo de encontrar uma forma de colmatar os abandonos de Tello, Caneira e Nani. A realidade no terreno de jogo, porém, vai para além da qualidade teórica dos intérpretes e é a dinâmica ofensiva da equipa que se tem apresentado como a grande ameaça para um arranque da temporada onde se jogarão, desde logo, jogos de elevada relevância para as expectativas da época. Se é verdade – como afirmou o treinador – que o tempo é ainda escasso para grandes evoluções, também não deixa de ser uma realidade que o Sporting tem fundamentos que já vêm de trás e que, por exemplo, na pré época passada o nível exibicional foi desde logo bem mais elevado.

A questão prende-se fundamentalmente com o lado esquerdo, flanco privilegiado pelos “leões” para os seus ataques em 06/07. Nani e Tello fizeram boa parte da temporada sobre a ala e foi, conjuntamente com Romagnoli, quando melhor estiveram estes elementos que a equipa mais rendeu. Não é segredo no futebol, sem qualidade individual torna-se complicado, senão impossível, atacar bem, e a questão que se coloca é precisamente se aquele flanco terá as características necessárias para ser dinâmico ofensivamente? Começando pela posição de lateral, Ronny tem-se demonstrado demasiado “verde” para se soltar ofensivamente (à margem, claro está, do seu dotado pé esquerdo) e Had parece ter sido uma opção mais para fechar na zona central do que para dar profundidade ao flanco. Mais à frente, não se duvida das qualidades técnicas de Vukcevic e Izmailov, mas actuar na posição de médio interior requer bem mais do que a mera qualidade individual. É preciso ter noção dos espaços, quer a atacar, quer a defender, não bastando ser um mero extremo que se cola à ala quando a equipa tem a bola e acompanha o lateral quando não tem. Estes jogadores têm ainda o problema da adaptação (em termos de comunicação e realidade de jogo) que – como afirmou Paulo Bento – é normal que demore algum tempo.

Paulo Bento tem, por tudo isto e não só, algumas opções a tomar. A equipa pode voltar-se mais para a direita quando tem a bola, tirando partido do mais fiável Abel e ainda do sempre dinâmico Moutinho. Numa hipótese mais remota (e mais arriscada também), a “desocidentalização” das aquisições em 07/08 pode também aproximar de uma forma de atacar mais característica da actual escola Sérvia. Usando um jogo mais directo e menos rendilhado e procurando ser mais explosiva na transição ofensiva. Não tenho dúvidas que esta é uma solução que, a prazo, Paulo Bento quererá incorporar pelo menos parcialmente nos princípios de jogo das suas equipas, mas talvez seja uma mudança demasiado radical para o arranque de temporada.


ler tudo >>

Nery Castillo: para longe dos ecrans

ver comentários...
É uma figura que apareceu de forma breve nos grandes ecrans do futebol mundial na passada Copa América, particularmente no triunfo do México sobre o Brasil. Nery Castillo é um talento que poucos conhecem, essencialmente porque raramente actuou em palcos globalmente observados. Na Grécia, porém, sabem bem do seu valor...

A sua história é curiosa, já que poderia – até há bem pouco tempo – representar 4 selecções distintas: Uruguay, México, Grécia e Itália. A razão explica-se pelo facto de Castillo ter nascido no México, ser filho de pai Uruguaio, mãe Italiana e ser residente na Grécia desde a sua adolescência. Na realidade a questão em torno da sua opção sobre qual o país a representar foi carregada de polémicas, mas a opção pelo México acabou por vingar.

Ao nível de clubes, o jogador começou nas produtivas escolas do Danúbio, transferindo-se para o Olimpiacos ainda muito jovem e depois de não ter conseguido visto para actuar no Manchester United. Na Grécia e no Olimpiacos é um ídolo dos adeptos, quer pelo seu futebol, quer pela sua devoção à claque do clube.

Castillo é um talentoso jogador que pode actuar, ora nas costas do ponta de lança, ora sobre uma das alas, fazendo a ligação entre meio campo e ataque – como tantos outros é com espaço que a sua técnica e velocidade combinam de forma explosiva. Castillo é um talento há muito reconhecido mas foi apenas em 06/07 que conseguiu uma época de grande nível no Olimpiacos. Aos 23 anos, era o momento do “salto”. Castillo deu-o, mas para – digo eu – o lado errado, o dos milhões. O Shaktior da Ucrânia pagou 16 milhões de Euros ao Olimpiacos e, diz-se, 4 ao jogador. Castillo tem como grande amigo e orientador o brasileiro Giovanni e não sei o que este lhe terá para dizer mas Nery vai para o frio e para longe dos nossos ecrans.


ler tudo >>

Virgula, à Holandesa!

ver comentários...

ler tudo >>

28.7.07

O pós-Simão...

ver comentários...

Talvez tenha sido uma simples forma de pressão, talvez apenas um desabafo descuidado perante os microfones, mas a verdade é que a forma como Fernando Santos classificou os efeitos da, então hipotética, saída de Simão é reveladora do peso que o jogador tinha na equipa e nas suas aspirações para esta temporada. Afinal, foram 6 temporadas, sendo, simultâneamente, a principal referência das acções ofensivas da equipa e o jogador sobre quem os encarnados mais depositavam esperanças para os momentos em que nada parece funcionar. Simão foi, no Benfica, garantia de golos e assistências, cantos, livres e penaltis, momentos de pura inspiração e temporadas de produção constante. É impossível ignorar a sua relevância!

Dificilmente, porém, o futuro poderá estar verdadeiramente comprometido com a partida do capitão. Tacticamente, o modelo deverá continuar a evoluir em 4-4-2. Aqui a diferença estará no elemento mais adiantado do losango, onde Simão actuava com a particularidade de abrir na ala sempre que a equipa progredia com bola. Rui Costa, por exemplo, é um jogador mais participativo na construção, sendo menos vezes uma referência próxima dos avançados e, sobretudo, menos participativo junto às alas . Aqui, Fernando Santos tem como opção mais óbvia a adaptação dos princípios de jogos às características do 10, fazendo depender a largura ofensiva da equipa da acção dos laterais e da mobilidade dos avançados (neste caso, daquele que acompanhará Cardozo na frente). Rui Costa será, nesta altura, a solução mais evidente para a posição que Simão ocupava, tanto mais que foi nessa posição que actuou durante o “pico” da sua carreira, com o sucesso que se sabe. A ameaça será, neste caso, a fiabilidade do ídolo da Luz, dada a sua idade e historial recente de problemas fisicos. Mantendo o sistema, as alternativas poderão ainda passar pela utilização de Nuno Gomes numa posição mais recuada ou pela nova esperança da Luz: Di Maria. O Argentino é, sem dúvida, uma promessa a ter em conta, mas constitui-se igualmente como uma incerteza no curto prazo. Afinal, para além da idade, Di Maria tem ainda de ultrapassar a barreira da adaptação ao futebol europeu. Uma coisa fica, no entanto, clara: juntando Simão à saída de Miccoli, o Benfica perde grande parte da genética do seu futebol ofensivo, e 2007/08 mostrará uma equipa diferente na sua forma de atacar.


ler tudo >>

Brilha a estrela de "El Kun"!

ver comentários...
Já havia sido um dos nomes em foco na edição de 2005, aí, no entanto, foi a estrela de Messi que mais brilhou. Sérgio “Kun” Aguero tem apenas 19 anos, mas as suas exibições foram tudo menos uma revelação no recente Mundial de sub 20, onde levou a Argentina a mais uma vitória, sagrando-se melhor marcador e jogador da competição. De facto, há um ano atrás o Atlético de Madrid fez questão de adquirir aquele que é um dos mais promissores talentos do futebol mundial, pagando perto de 30 milhões ao Independiente pelo seu concurso. Em Espanha a sua afirmação ainda não se deu por completo e 06/07 foi um ano adaptação, mas com oportunidades suficientes para que o seu talento fosse confirmado.

Tal como Messi, Aguero é um jogador de baixa estatura, grande habilidade e capacidade de explosão. “Kun” ganhará, certamente, um papel cada vez mais preponderante no futebol “colchonero”, ficando ainda por saber qual a sua verdadeira função no modelo de Aguire.


ler tudo >>

Será assim tão perigoso?

ver comentários...

ler tudo >>

22.7.07

Cluj - Benfica: Mais na frente e menos a tras

ver comentários...

Como qualquer jogo de pré época, o encontro frente ao Cluj foi mais importante pelas indicações dadas do que propriamente pelo resultado. Ainda assim, o score final não deixa de espelhar com alguma fidelidade os aspectos positivos e negativos do Benfica neste primeiro teste.

Fernando Santos não surpreendeu e apresentou o mesmo sistema que marcou a equipa em 06/07. O losango, de resto, foi o motor da equipa no primeiro tempo, com Manuel Fernandes e Rui Costa a serem os responsáveis pela condução ofensiva do jogo, procurando depois Simão numa fase mais adiantada, onde o 20 aparecia descaído sobre uma das alas (de inicio mais vezes sobre a esquerda, depois sobre a direita). O miolo, tal como equipa, esteve melhor a atacar do que a defender. Sem bola o Benfica sentiu algumas dificuldades, tanto no acompanhamento dos médios (Katsouranis fez um jogo abaixo das expectativas), como na sincronia do posicionamento do quarteto mais recuado. Este não foi, no entanto, um teste negativo, ofensivamente, e exceptuando os laterais pouco participativos, o Benfica esteve forte, desequilibrador e com diversos elementos que prometem ser uma mais valia para a época que agora se inicia.

No segundo tempo, o jogo perdeu-se um pouco com as substituições e por aí se explica também o facto de terem existido mais espaços. Fernando Santos deixou Zoro, Quim e Simão nos balneareos e fez entrar Srtenovic, Butt e Coentrão, alterando o esquema para um 4-3-3 que visava, essencialmente testar Coentrão. Foi, então, um jogo que, colectivamente, mostrou um bom Benfica mas a precisar de alguns reparos. Individualmente, ficou, nesta primeira amostra, a ideia que ofensivamente 07/08 poderá ser um ano prometedor, mas mantêm-se as suspeitas no que respeita à retaguarda...

Zoro – Não foi uma grande estreia deste central adaptado a lateral. Mostrou-se com pouca apetência para atacar (teve apenas uma descida perigosa) e nem sempre muito confortável com a bola nos pés. Defensivamente não comprometeu mas também não teve grande oposição.

Manuel Fernandes – A sua qualidade é um facto inegável. Forte nos momentos com bola é também um recuperador nato pela forma agressiva como se bate por cada lance. Dois reparos: não deve ser tão propenso aos conflitos a cada falta que sofre, e, em posse, ainda arrisca um pouco em demasia para a posição que ocupa.

Rui Costa – Se o Benfica puder contar com este Rui Costa em 85% dos jogos, então tem aqui o seu mais importante jogador. Não foi apenas pelo fantástico golo que marcou, mas sobretudo pela qualidade que emprestou ao jogo ofensivo encarnado durante... 90 minutos.

Cardozo – Só não foi o melhor em campo, porque esteve presente também um Rui Costa ao seu melhor nível. De resto, os benfiquistas podem estar optimistas em relação a esta dispendiosa aquisição. Não é muito móvel, mas funciona de forma exímia como “pivot”, soltando a um, dois toques, ou rodando rapidamente para soltar o seu precioso pé esquerdo. É já a referência de todos os pontapés longos da equipa, mostrando-se também forte na disputa das bolas aéreas. Finalmente uma nota para a sua grande arma: Tacuara pode ser alto, mas a sua verdadeira ameaça vem daquele pé esquerdo.

Bergessio – Apresentou dificuldades em encontrar-se no jogo ofensivo da equipa. No primeiro tempo nunca foi uma referência principal para Rui Costa e, também no 4-3-3 do segundo tempo, raramente foi solicitado.Nota-se que gosta do contacto, mas precisa de se encontrar no modelo de Santos para não ser um desilusão.


ler tudo >>

Sporting-Lille: Generoso

ver comentários...
Alvalade teve uma estreia generosa em 07/08. O Sporting apresentou melhorias face ao encontro com o Vitória mas, francamente, ainda esteve longe do nível que legitimamente os seus adeptos podem esperar.

Paulo Bento voltou a apresentar o seu 4-4-2 a tempo inteiro, mostrando que este é e sera o unico sistema, independentemente das variantes que possam existir nos princípios do modelo. E existem, tal como ficou patente no primeiro tempo. Purovic oferece uma referência de saída de bola mais comprida, mostrando poder vir a ser uma mais valia na variação do jogo ofensivo verde-e-branco. De resto, o desnorte posicional de Izmailov na quarta-feira não se repetiu, nem em Pereirinha, nem em Farnerud, e houve ainda Abel, formando-se assim os 3 factores que fizeram melhorar, ainda que apenas ligeiramente, o processo ofensivo leonino. O Lille foi um adversário digno e mesmo injustiçado, provocando bastantes perdas de bola aos leões que resultaram em perigosas transições que Paulo Bento certamente não quererá ver repetidas. Liedson foi o génio decisivo (com a ajuda de Sylva, claro), num Sporting que não foi brilhante mas que tem uma importante atenuante nas ausencias de muitos titulares e que voltou a mostrar-se carente de uma figura mais certa para a lateral esquerda.

Rui Patrício – Stojkovic voltou a deixar boas indicações e parte na frente, mas Patricio pode ter a sua oportunidade nesta temporada. Deixou vontade e uma prestação prometedora. Ser titular dos sub20 é uma coisa, mas terá estaleca para a titularidade num grande em tão tenra idade?

Gladstone – À direita, à esquerda revelou-se um sério candidato à titularidade. Vendo bem não surpreende, trata-se de um promissor central por quem a Juventus esteve prestes a perder a cabeça. No Sporting tem a oportunidade ideal para se relançar numa equipa bem organizada defensivamente. Mostrou-se forte fisicamente, rápido e lesto a ler o jogo.

Adrian Silva – A 6 voltou a mostrar os seus predicados. Como médio interior esteve mais discreto, mas, dada a idade, tem tempo para evoluir na posição. Para já só o estatuto dá vantagem ao “pesado” Miguel Veloso que se apresentou em Alvalade.

Purovic – Se na quarta feira teve de jogar num Sporting de princípios pouco ajustados às suas características, frente ao Lille mostrou como a sua presença pode ser importante para o jogo ofensivo da equipa. Não precisa de ser um goleador (para isso está lá Liedson), precisa apenas de ser uma alternativa eficaz ao jogo mais trabalhado, tão típico no Sporting 06/07. Com ele, Liedson fica liberto para ser um jogador mais móvel e participativo na fase de criação ofensiva.

Vukcevic – Marcou um golo mas viu-se pouco, tendo actuado na posição que era de Nani. Exceptuando a lateral esquerda esta é a posição em que o Sporting mais carências apresenta, necessitando de alguém que possa ser desequilibrador com a bola nos pés. Repito o que já venho dizendo: não é certo que, quer Vukcevic, quer Izmailov tragam essa capacidade de forma consistente...

ler tudo >>

20.7.07

Jogos do fim de semana

ver comentários...

ler tudo >>

Ernesto Farias: Reforço ou negócio?

ver comentários...
Ao mais do que natural e previsível reforço da retaguarda – o central Stepanov –, Pinto da Costa juntou uma surpresa que, sinceramente, tenho dificuldades em enquadrar no actual panorama do plantel azul-e-branco.

Primeiro o jogador. Ernesto Farias é um avançado possante e de média estatura que construiu uma reputação de temível goleador no campeonato argentino. Primeiro ao serviço dos Estudiantes onde apontou ao cabo de7 épocas 95 golos em 205 jogos. Em 2004 teve uma primeira experiência na Europa, mas no Palermo foi uma desilusão, regressando ao seu país e ao River Plate após 13 jogos sem qualquer golo. No River, e de 2004/2005, não foi sempre um titular indiscutível, particularmente aquando da presença de Higuain. Ainda assim apontou 30 golos em 57 partidas. Recentemente declarou pretender rumar à Europa e esteve perto de o fazer, para o Lorient de França. O destino, no entanto, parecia ser o México e o Toluca, por quem chegou a assinar. Inadaptações ao país, fizeram-no uma oportunidade de negócio e foi o Porto quem pagou 5 milhões de Dólares (que o Toluca havia também pago pelo jogador) para o trazer para Portugal.

“Tecla” – nome com que é conhecido por causa dos dentes, dizem, parecerem um piano – é um avançado poderoso a aparecer nos espaços e a finalizar, ora de cabeça, ora com a sua potente perna direita. A questão que fica é qual o enquadramento deste jogador de 27 anos nas actuais necessidades do plantel portista? Já tinha aqui apontado o excesso de jogadores para a posição 9 e Farias – independentemente da qualidade que tem – parece vir complicar as contas na resolução dessa questão. Será que se pretende adaptar o jogador a uma das pontas, mesmo não sendo essa a sua posição (Servindo de alternativa a Lisandro)? Ou é Farias mais uma injustiça para Adriano que, ao fim de 33 jogos de Dragão ao peito, leva a respeitável marca de 18 golos?
Há uns anos atrás, não tenho dúvidas, Pinto da Costa garantiria que tudo fizesse sentido nos próximos dias. Hoje parece-me mais uma oportunidade de negócio do que um reforço estratégico – repito, não está em causa a valia do jogador.

ler tudo >>

"Bobo" Vieri quase Viola

ver comentários...
Será, ao que tudo indica, mais uma etapa na carreira deste autêntico Saltimbanco do futebol. “Bobo” Vieri ficou conhecido por marcar golos em tudo que era canto. Atalanta, Juventus, Atlético Madrid, Lazio e Inter foram locais onde deixou a sua marca. Curiosamente após a sua fervorosa passagem pelo Inter a chama de Vieri parece estranhamente apagada, sem ter conseguido o mesmo fulgor desde então. Na época transacta chegou a reaparecer ao seu melhor nível com um golo fantástico ao serviço da Atalanta, mas foram poucos os jogos realizados. Agora, aos 34 anos, parece destinado para, ironicamente, suceder na Fiorentina aquele que foi o seu sucessor na Selecção Italiana, Luca Toni.

ler tudo >>

Focus Zidane

ver comentários...

ler tudo >>

Jogos da semana

ver comentários...

ler tudo >>

19.7.07

Genk - Porto: Teste estragado

ver comentários...
O jogo correu mal. Não pelo resultado, nem mesmo pela exibição, correu mal, simplesmente, pela atitude de Bruno Alves que, ao ser justamente expulso, condicionou um exercício que se pretendia de utilidade para o treinador e, mais do que tudo, para os seus colegas. Não é preocupante em termos de indisciplina – não significa que haja –, mas é-o para um jogador que se pretende que seja, a prazo, o sucessor de figuras como João Pinto ou Jorge Costa.

Vamos ao jogo. Jesualdo apresentou, curiosamente, um esquema híbrido entre o 4-4-2 losango e o 4-3-3, tentando dar consistência ao meio campo, mas não perdendo a característica de Quaresma na linha – O extremo actuou sobre a esquerda sem limitações defensivas (libertando-se para desequilibrar nas transições), com Kaz a ter responsabilidade de auxiliar Lino. O mesmo se passava com Meireles à direita, mas com Jorginho a ser menos extremo, mais vagabundo e com maiores preocupações de fechar junto ao trio que actuava nas suas costas. O esquema não é novo, Jesualdo apresentou-o em alguns dos jogos mais importantes da temporada passada - sem grande sucesso, diga-se.
A primeira parte disputou-se praticamente sobre o mesmo lado do campo. O Porto recorria à esquerda para tirar partido do génio de Quaresma e o Genk atacava pelo mesmo lado, mas em sentido inverso, incomodando a parelha Lino-Kaz e dando descanso ao adaptado Fernando do outro lado do campo. Ontem referi que o Porto seria, mais uma vez o “Team Quaresma”, mas o que se viu frente ao Genk foi um exagero. Um exagero pela dependência do 7 (o trio de meio campo e os laterais foram pouco afoitos e dinâmicos, limitando as soluções ofensivas a Quaresma, Jorginho e Adriano), e pela qualidade que este revelou – foi o primeiro “Quaresma-Show” da temporada!

É cedo para que se tirem grandes conclusões, mas o jogo com o Genk deu alguns sinais, sobretudo no capítulo individual:

Fernando: diga-se o que se disser (e tem-se dito bem), não chega aos calcanhares de Bosingwa e, a não ser que evolua bastante, dificilmente poderá ser uma opção para a lateral numa equipa com as ambições do Porto. Isto não quer dizer que não tivesse estado “certinho” a defender.

Pedro Emanuel: Está longe do ritmo de jogo ideal, sentido dificuldades em impor-se fisicamente. Não tem o perfil de Pepe e, juntando-se a Bruno Alves, forma uma dupla com muitas dificuldades na recuperação.
Lino: Mostrou-se um problema a defender. Diversas vezes foi ultrapassado sobre o seu flanco e esse é um sinal preocupante. Para já, está a léguas do que se viu Fucile fazer...

Kazmierczak: Participou em praticamente todas as iniciativas ofensivas da equipa, recebendo a bola desde a saída dos centrais. Esteve impecável na entrega (não creio que tivesse errado um passe que fosse), mas mostrou-se muito preso de movimentos e sem grande apetência para um jogo mais veloz – talvez seja da pré época.

Bolatti: Paulo Assunção tem uma missão posicional (demasiado, na minha opinião) no modelo, mas é mais dinâmico e combativo. Bolatti mostrou-se posicional, mas só...

Luis Aguiar: Foi dos que mais sofreu com a inferioridade numérica, tendo pouco espaço para jogar e muitas limitações defensivas. Dá para ver que não é um jogador ainda totalmente adaptado à complexidade do jogo europeu, mas merece o benefício da dúvida, nem que seja pela facilidade com que “pega” com os dois pés.

ler tudo >>

Sporting - Guimarães: Tão Verde!

ver comentários...
Fraco é o adjectivo mais positivo que se pode atribuir a um jogo que teve, ao menos, a justiça de acabar sem golos. O Sporting apresentou-se numa versão verdissima do seu habitual losango e o que se viu foi uma equipa totalmente emperrada a atacar, salvando-se apenas o entrosamento da zona central defensiva. As dificuldades ofensivas que se puderam observar têm, na minha perspectiva, a ver com os intérpretes escolhidos para as zonas laterais do esquema – os laterais e os médios interiores. Nem Pereirinha, nem André Marques eram capazes de dar suporte e profundidade às iniciativas pelos seus flancos e, no miolo, Izmailov deve ainda sentir alguns problemas de comunicação... O russo aparecia frequentemente, e sem razão aparente, junto de Farnerud e raramente deu largura à ala esquerda, tirando largura ofensiva à equipa e tornando o jogo leonino confuso e pouco fluído. Não se viu nem sequer um esboço do jogo apoiado da época transacta e, na primeira parte, salvou-se Liedson. No segundo tempo, as coisas não foram diferentes melhorando apenas por força da entrada de Abel que, finalmente, deu profundidade ao flanco direito.

Enfim, se é ainda cedo para preocupações, não deixa de ser verdade que o que foi apresentado foi bastante mau, mesmo para esta altura. Sobre o plantel, e antes de algumas referências individuais, fica a nota de que se para a lateral direita é preciso encontrar apenas uma alternativa a Abel, para a esquerda é bom que Bento conte com um jogador que assegure mais qualidade...

Stojkovic: o jogo fica marcado pela magnifica intervenção à beira do intervalo, mas não se pode dizer que tenha sido, ainda, suficiente para provar fosse o que fosse. De resto, pouco trabalho e alguma falta de entendimento com os centrais numa ou outra ocasião.

Pereirinha: Não me parece que seja uma boa ideia a adaptação a defesa direito. Pereirinha é rápido, mas não tem, nem grande capacidade defensiva no 1x1, nem mentalidade para jogar como defesa. No meio mostrou-se mais adaptado. É um jogador de processos simples e sentido posicional mas que ainda está longe do fulgor de outras revelações, parecendo inibido com a bola nos pés. Pereirinha terá, em 07/08, de justificar o porquê de tantas oportunidades quando há tantos outros jovens que são recorrentemente emprestados.


André Marques e Ronny: O primeiro mostrou-se frágil a defender e não muito dinâmico a atacar. Ronny, mais experiente e entrosado, não foi capaz de trazer grande coisa ao flanco. São dois jovens que merecem tempo, mas que não garantem uma época de qualidade na ala esquerda.
Gladstone: Já se previa que fosse fácil enquadrar-se num esquema defensivo como o do Sporting. Falhou pouco e ainda teve tempo para alguns cortes vistosos. Ofensivamente nota-se ainda o distanciamento em relação às rotinas de jogo, recorrendo com frequência e algum despropósito ao passe longo.

Izmailov: Tecnicamente revelou bons pormenores, tacticamente não fez o que tem de fazer.
Derlei: Foi mais o Derlei da Luz do que das Antas, é verdade, mas estará longe de se constituir como uma má solução. Batalhador incessante, provoca desgaste constante nas defesas contrárias, ficando a atenuante de não ter sido, quase nunca, servido em boas condições.
Purovic: Se foi contratado para o jogo das alturas, ontem mostrou que pode ter outras utilidades. Veloz, móvel e bom tecnicamente mostrou-se capaz de jogar num esquema que ainda não contempla o recurso ao jogo aéreo. Ficou por testar a finalização.

Adrien Silva: Aí está um grande reforço para as próximas épocas. Não engana e, embora muito tapado no meio campo, o seu talento merece oportunidades sérias já em 2007.

ler tudo >>

Colheita-Calcio

ver comentários...

ler tudo >>

18.7.07

Porto 07/08: De novo o "Team Quaresma"

ver comentários...
Há alguns dias escrevi aqui sobre o enigma da composição do plantel portista, tendo em conta a manutenção de Ricardo Quaresma no Dragão. O extremo que foi figura central do sucesso azul e branco nas últimas duas temporadas tem características que não aconselham a sua utilização noutra posição que não seja aberto sobre uma das alas, lugar não existente no 4-4-2 em que Jesualdo parecia estar a moldar o plantel.

Com a saída de Pepe, porém, tudo parece se ter alterado e a sede de mais valias financeiras deu lugar à primazia pela manutenção da estrela-mor dos últimos campeonatos. O grande sinal disso mesmo foi dado no mercado, antes mesmo das declarações de Pinto da Costa ou da revisão das regalias oferecidas ao 7 azul, com a contratação de Mariano Gonzalez, um extremo.

Jesualdo deverá então inverter a marcha, voltando ao 4-3-3 e fazendo de Quaresma, salvo desabroche mais um talento no Dragão em 07/08, figura cada vez preponderante da mecânica ofensiva da equipa. O plantel portista passa, agora e na minha perspectiva, a ter duas prioridades para a sua definição final. A primeira é, sem surpresas, a substituição do quase insubstituível Pepe. O Porto busca ainda um nome, mas, ao contrário do que aconteceu em 2004, já se percebeu que os milhões encaixados vão servir sobretudo para tapar os buracos financeiros que a SAD conseguiu acumular nos últimos 3 anos, pelo que a solução terá de ser muito bem trabalhada entre os planos desportivo e financeiro. A outra questão prende-se com o ajuste do plantel ao modelo a desenvolver. Jesualdo tem, nesta altura, 28 jogadores, sabendo-se que haverá ainda espaço para a integração de mais reforços, pelo menos, do tal central. O excesso de recursos está, sem dúvida, concentrado em dois sectores (provavelmente devido à tal possibilidade de passar para o 4-4-2): o meio campo e a posição 9. No meio campo, e numa fase em que a permanência de Lucho é ainda uma incógnita, a manutenção dos titulares Assunção e Meireles reservará muito pouco espaço para grandes oportunidades e entre Kaz, Bolatti, Castro e Fernando, deverão manter-se apenas 2 (há que contar ainda com Cech, muitas vezes preferido para o miolo). Na frente, Adriano parte como titular e Postiga, Edgar e Renteria parecem gente a mais para a luta por 1 só lugar. À margem de tudo isto há ainda o caso da estranha integração de Tarik, ficando por saber até que ponto é que o Marroquino tem lugar num plantel onde os extremos parecem ser já em número suficiente (Quaresma, Lisandro, Mariano e Leandro Lima).

Nota final para um pormenor que considero de salutar. No site oficial do FC Porto, Jesualdo Ferreira tem deixado, diariamente e na primeira pessoa, um pequeno resumo das suas impressões sobre o evoluir dos trabalhos. É uma iniciativa que denota respeito pelos adeptos e que, pelo seu interesse, deveria ser seguida pelos outros clubes.

ler tudo >>

O regresso pouco temperamental da "Vecchia Signora"

ver comentários...
O inicio de época já está próximo e não se pode dizer que este tenha sido um defeso desinteressante no que respeita a transferências por essa Europa fora. De Inglaterra já se esperava animação. Os clubes da milionária Premier League estão cheios de capital para investir e têm vindo de Inglaterra as principais transferências – aliás, Alex Ferguson até se afirmou surpreendido pela agitação não ser maior entre os clubes da Premiership, tal o capital disponível. De Espanha também têm chegado notícias de agitação, com a “bomba-Henry” e o sempre especulativo Real Madrid na linha da frente. Na Alemanha, o Bayern foi animador do inicio do defeso, com Luca Toni e Ribery a rumar à Baviera. Em França, para além do Lyon, o Marselha venceu o despique por Cissé e ainda juntou Zenden. Fica, após tudo isto a estranheza do caso Italiano.
Normalmente activos no mercado, os Italianos têm-se mantido discretos, com o campeão Inter, e o vencedor da Champions Milan, a parecerem mais interessados em manter as suas estrelas, talvez na expectativa de ver o que fará a Juventus no seu regresso à primeira linha do futebol transalpino. A “Vecchia Signora” é a grande novidade da competição e, se alguns previam que esse fosse o factor agitador do defeso, parecem ter-se enganado. Para já, Ranieri será o comandante de uma equipa que se reforçou não tanto quanto se podia projectar. Os portugueses Tiago e Jorge Andrade fazem parte das aquisições que incluem outros nomes como Salihamidzic (ex-Bayern), Grygera (ex-Ajax) e Iaquinta (ex-Udinese). Claro que em Turim moram já alguns “tubarões” como Buffon, Chiellini, Nedved, Camoranesi, Del Piero ou Trezeguet, e é essencialmente com esses que Ranieri parece contar.

ler tudo >>

O outro amor de Rui Costa

ver comentários...

ler tudo >>

Melhores golos da Copa América (agora sim!)

ver comentários...

ler tudo >>

17.7.07

Assistências: O exemplo Escocês

ver comentários...
É um tema recorrente no futebol português. Qualquer adepto facilmente apontaria a falta de público como um dos problemas centrais do futebol nacional e, em seguida, depressa se apressaria a apontar o preço dos bilhetes como a principal causa do afastamento.
Há muito que defendo que, não deixando de ser relevante, a questão do preço não é o ponto central do afastamento popular. Na verdade, penso que as pessoas se afastaram dos estádios, com o aparecimento das transmissões televisivas, particularmente, dos jogos de outros campeonatos, bem mais apetrechados do que o nosso. Embora tivessem sido os grandes os primeiros a ficar verdadeiramente afectados – os seus jogos eram transmitidos em directo e, por vezes, assistimos a penosas assistências de 5000 adeptos nos jogos televisionados – , a verdade é que estes são os clubes que mais têm feito para inverter, com sucesso, a situação, sendo também aqueles que têm melhores condições para o fazer, num país tripartido clubisticamente.
Da tabela que apresento – ordenada por receitas oriundas de bilheteira – ressalta, sem surpresas, que Portugal está, quer em número de assistências, quer no valor de receitas, bastante abaixo das chamadas 5 grandes ligas europeias. O que, se calhar, não pensavam era que, afinal, os nossos ingressos não fossem aqueles que maior custo tinham. Aliás, representam quase metade do grande fenómeno de sucesso do futebol mundial, a Primeira Liga Inglesa. Outro aspecto curioso vem do número de bilhetes vendidos por 1000 habitantes, onde se tem em conta a dimensão demográfica dos países e onde, afinal, Portugal até parece ser um caso de sucesso, comparativamente com ligas bem mais competitivas financeiramente.
O ponto que fica, para mim, desta análise é que Portugal não pode querer chegar aos níveis de países largamente mais povoados, com modelos competitivos idênticos aos destes – qualquer dos países das 5 grandes ligas tem, pelo menos, 4,5 vezes a população Portuguesa. Neste aspecto, já tinha referenciado o exemplo Escocês, e parece-me que os dados da tabela demonstram bem o seu sucesso relativo. Contextualizando, a Escócia é um país com cerca de metade da população portuguesa, fortemente ligado culturalmente ao “gigante” Inglês e com uma qualidade futebolística bem inferior à nossa (refiro-me aos jogadores escoceses em relação aos portugueses). Com todas estas condicionantes a Escócia vive, tal como cá, alguns problemas de sobrevivência nos seus clubes mais modestos, mas creio que o seu exemplo não pode deixar de ser realçado. O campeonato escocês tem uma fórmula competitiva própria, com 12 equipas a jogarem 3 vezes entre si e com um quarto jogo apenas entre as equipas de cada um dos lados da tabela (6 de cima e os 6 de baixo). Esta não é, na minha opinião, a fórmula ideal, mas é seguramente uma solução bem mais adequada do que a nossa dança acéfala entre o campeonato a 18 e a 16. Os números são evidentes, conseguindo os escoceses excelentes receitas de bilheteira e uma impressionante venda de bilhetes por 1000 habitantes.

ler tudo >>

Dawid Janczik: O "Rooney Polaco"

ver comentários...
A prova ainda não terminou e são muitos os nomes que, de uma forma mais ou menos intensa, têm dado nas vistas. Sem querer fazer comparações com outras estrelas da prova, há um destaque que julgo ser merecedor de ser feito: O polaco Dawid Janczik.

Janczik – nome que avancei como um dos destaques na antevisão da prova – confirmou no Canada os pergaminhos que trazia, quer das selecções mais jovens, quer do campeonato polaco, onde actuava no Legia de Varsóvia... Digo “actuava” porque as exibições do 11 polaco deram frutos. Entre alguns interessados no seu concurso, foi o CSKA de Moscovo quem levou a melhor, fechando um acordo-recorde para o futebol polaco – por 4,2 Milhões de Euros Janczik, tornou-se no mais caro jogador a sair do seu país...

Como jogador, Janczik não é muito alto (1,81m), mas é um avançado poderoso, juntando à sua velocidade uma força considerável para a idade que o torna muito possante. O que impressiona em Janczik é, precisamente, o facto de ser tão completo: Capaz de se bater fisicamente com os centrais pelas primeiras bolas e, depois, de protagonizar arrancadas difíceis de parar que criem condições para a sua arma letal: a finalização com o pé direito.

Pena, digo eu, que tenha rumado ainda mais a leste, mas creio que, para 19 anos, 4 Milhões não terão sido muitos para as qualidades que apresenta. Dawid Janczik, ou o “Rooney Polaco”, fica um nome para acompanhar...

ler tudo >>

Memórias de 06/07: Ao Ferro!

ver comentários...

ler tudo >>

16.7.07

Benfica 07/08: Competitividade e gestão de expectativas

ver comentários...
A cerca de 1 mês do início do campeonato, e numa altura em que ainda faltarão algumas definições na composição do plantel, não restam dúvidas de que 07/08 está a ser preparado de uma forma muito ambiciosa na Luz. A aposta tem sido na composição de um plantel com, praticamente, 2 alternativas do mesmo nível para cada lugar (à excepção, no meu entender, da defesa, tal como já anteriormente expus). Ora, é precisamente nesta opção que tem início o debate: se em teoria faz todo sentido a feroz concorrência pela titularidade, será que as elevadas expectativas de tantos elementos não tornam mais difícil a gestão humana ao longo da época?

Neste campo há duas correntes divergentes, uns afirmam que a competitividade é fundamental e que os despiques por um lugar “puxam” pelos jogadores, obrigando-os a estarem constantemente ao melhor nível – Fernando Santos, ele próprio, afirmou que seria importante ter competitividade dentro do plantel, indiciando ser um defensor desta vertente. Por outro lado, há quem afirme que num grupo é importante que a realidade não se torne um choque demasiado grande face às expectativas geradas. O preço a pagar, nesse caso, seria a instabilidade interna do grupo com a frustração a afastar os jogadores dos objectivos colectivos, criando uma divisão interna.
No caso do Benfica, parece-me, estão criadas as condições para que exista uma forte competitividade em 3 sectores do plantel, onde não há, claramente, uma diferença de estatutos entre os jogadores:

Guarda Redes:
Jorg Hans Butt foi contratado, após, aos 33 anos, ter accionado uma clausula que lhe permitia sair de Leverkusen caso não fosse presença regular na última fase da temporada. Face a esta decisão, certamente que Butt quererá garantir a sua titularidade no Benfica, tal como já foi deixado claro pelo seu empresário. Sendo esta um condição do acordo com o Alemão, resta saber qual a posição de Quim e Moreira. Quim, o titular em 06/07, deixou sempre claro qual o estatuto que pretendia para si e, em ano de Europeu, não verá com bons olhos a perda da titularidade. Moreira, por seu lado, terá muito a reflectir caso seja relegado para uma clara terceira posição, depois de um início de carreira em que era apontado como uma grande esperança das balizas encarnadas.

Meio Campo:
É um sector onde o Benfica conseguiu, internamente, grandes reforços – particularmente Manuel Fernandes pode tornar-se um caso sério em 07/08. No meio campo não há dúvidas da competitividade em cada uma das posições, com vários jogadores a apresentarem-se como alternativas de valor para o losango de Fernando Santos. Petit deverá manter-se como intocável no vértice mais recuado e Simão desfrutará de igual estatuto mas atrás dos avançados. Manuel Fernandes deverá ser, igualmente, um indiscutível (que, também, não verá com bons olhos outro estatuto) mas como médio de transição, restando uma posição para a qual competirão Rui Costa, Katsouranis, Nuno Assis e... o médio que Santos ainda quer. Não tendo dúvidas de que se trata de um elenco de qualidade, mas também me parece claro que haverá, entre estes nomes, quem vá jogar muito pouco em 07/08, ficando por saber qual a reacção dos (não) eleitos. Uma última nota: onde se enquadrará, nesta equação, o lançamento do talento de Fábio Coentrão?

Ataque:
A aposta forte em termos de investimento para 07/08. Cardozo deverá, nem que seja pelos milhões investidos, ser titular e, se já referi que o Paraguaio pode mexer com a matriz do jogo encarnado, fica também a certeza que, ao seu lado, resta apenas uma vaga. Bergessio é outra das novidades sobre quem se depositam esperanças e, embora o seu estatuto não seja o mesmo de Cardozo, caso agrade de início deve merecer a oportunidade de Santos. De 06/07 transitam Nuno Gomes, um internacional português que é, igualmente um dos mais antigos no clube, e Mantorras, o preferido dos adeptos que já afirmou querer jogar mais na nova época. Há mais... Santos quer mais uma alternativa, não se percebendo se será, ou não, suficiente a integração de Dabao – outro elemento que, apesar das expectativas geradas, ficará com pouca margem de utilização face a tão bem composto elenco.

ler tudo >>

Robinho, o "Rei" da Copa América

ver comentários...
Tinha aqui avançado com um merecido destaque a Leo Messi antes da final, mas a verdade é que foi o Brasil de Dunga a levar a melhor sobre a alviceleste, erguendo, mais uma vez, a taça de vencedor da Copa América. Se é verdade que a vitória brasileira na final se deve sobretudo ao sucesso do pragmatismo colectivo de Dunga sobre a simples criatividade Argentina, também não deixa de ser um facto que a prova brasileira fica marcada por um nome: Robinho.

Ainda no ambito da comparação com Messi, Robinho será, apesar de 3 anos mais velho, um jogador muito mais “verde” do que o talento do Barcelona. Robinho é o protótipo do jogador brasileiro: esguio e leve, tem na velocidade e fantasia dos seus dribles a grande virtude. Levou para Madrid as suas famosas “pedaladas”, mas no Barnabéu o real desafio tem sido o de aprender onde e quando deve soltar o seu talento. Aos 23 anos Robinho continua a luta pela adaptação ao futebol da vida real e, se o conseguir, poderá bem tornar-se num dos maiores do seu tempo. Para já, leva da Copa América o seu maior sucesso enquanto jogador, sagrando-se vencedor, melhor marcador e melhor jogador da prova.

ler tudo >>

O Top 10 da Copa América

ver comentários...

ler tudo >>

14.7.07

Messi, "gigante" aos 20 anos...

ver comentários...
Em vésperas da clássica final da Copa América, deixo aqui uma menção especial para aquele que, na minha opinião, foi o melhor jogador da prova: Leo Messi.

De facto, o nível que Messi tem apresentado nos últimos meses leva-me um pouco mais longe, considerando que o “Pibe” pode mesmo ser visto como um dos poucos com capacidade para ombrear com Cristiano Ronaldo pelo estatuto de Melhor do Mundo. Como Ronaldo, Messi é daqueles que parece jogar noutra dimensão, quer física e tecnicamente. O futebol é hoje, e desde há muitos anos, bem mais do que simples talento e Messi junta, sempre que a bola lhe chega aos pés, aos seus atributos técnicos uma capacidade impressionante de explosão, parecendo estar, simplesmente, numa dimensão diferente tal a facilidade com que vai deixando os seus adversários por terra. Fica a nota para aquele que me parece ser, ao fim de tantos anos, o mais talentoso dos apelidados “Novo Maradona”. Messi é, já, um dos "gigantes" do futebol actual... aos 20 anos!

ler tudo >>

Rir, é só o que nos resta...

ver comentários...

ler tudo >>

13.7.07

Jogos da Semana

ver comentários...

ler tudo >>

Estaremos perante a importação do "estilo Drogba"?

ver comentários...
No futebol, como em muitas áreas, os tempos são marcados por tendências, por mestres e seus seguidores. Se lerem qualquer livro ou artigo sobre a evolução táctica do jogo vão certamente deparar-se com nomes eternamente ligados a novas ideias que, sob a forma de pequenas revoluções, fizeram evoluir a forma como se vê e se entende o jogo. No futebol português, sem dúvida, há um nome que marca a tendência desde há uns anos a esta parte, continuando, apesar da distância, a influenciar a forma como se vê o futebol: José Mourinho.

Vem toda esta conversa a propósito de uma tendência já aqui abordada sobre o perfil de jogo do Chelsea actual. É que, ao contrário do que é apanágio nos treinadores latinos, Mourinho molda uma equipa que tem no estilo directo uma arma privilegiada de atacar. O "Special One" é, como se sabe, um treinador que tem no equilíbrio defensivo uma prioridade, encontrando nesta forma de atacar uma solução que lhe permite ser perigoso sem, no entanto, utilizar muita gente nos processos ofensivos, mantendo a equipa sempre organizada defensivamente. Naturalmente, para que se consiga ter sucesso neste tipo de jogo é preciso ter jogadores com as devidas características, que, no caso, são os atributos físicos e o culto da abordagem às primeiras e segundas bolas. Neste particular torna-se vital o papel exercido pelo denominado “target man” que, no Chelsea, é sublimemente desempenhado por Drogba.

Ora, curiosamente ou não, a verdade é que os 3 grandes se reforçaram com avançados de estatura superior a 1,90m (Edgar, Purovic e Cardozo) e fortes no jogo aéreo, indiciando que 07/08 poderá revelar, em Portugal, pelo menos uma primeira tentativa de praticar um futebol um pouco mais pragmático e vertical. A verificar-se a absorção desta tendência, creio que poderíamos ter, a curto prazo, vantagens ao nível do comportamento nas competições europeias, e a mais longo prazo, uma formação mais completa do jogador português, com benefícios nomeadamente ao nível dos ponta-de-lança.

FC Porto – Creio que será no Porto onde esta tendência poderá ser menos visível. Afinal, Edgar é um reforço aparentemente para um segundo plano e o próprio Jesualdo será, na minha opinião, o treinador que menos propensão terá para integrar o estilo directo nos seus princípios de jogo (tem a ver com a particularidade do papel de Quaresma no modelo e, talvez, com o facto do “Professor” ser o mais velho dos treinadores em causa).
Sporting – Esta será, não tenho duvidas, uma inovação no modelo de Paulo Bento. Foi, aliás, o próprio treinador a denunciar esse objectivo quando explicou que queria um avançado que pudesse permitir algumas abordagens não experimentadas até aqui. A questão que me fica é se este será um recurso utilizado de forma ‘Standard’ ou apenas como mera alternativa – para a definição desta questão vai, naturalmente, depender o rendimento de Purovic. De qualquer modo creio que Bento terá muito a ganhar se conseguir integrar esta inovação no seu modelo, já que o Sporting privilegia muito o equilíbrio defensivo, tendo muitas vezes dificuldades na fase ofensiva onde raramente consegue ser eficaz em transição. Nota para a eventual facilidade de jogadores como Vukcevic ou Farnerud para um jogo de abordagem às segundas bolas, provavelmente contrastando com o perfil mais de jogo curto de Romagnoli.

Benfica – Em termos de investimento foi na Luz que se apostou mais no avançado possante. Cardozo será uma presença certa no onze e, como já aqui o referi, esse facto obrigará os encarnados a alterar os seus processos ofensivos. O Benfica de 06/07 foi uma equipa que ofensivamente, se revelou dinâmica, móvel e com muita gente a atacar. No Benfica a questão que fica é qual será o papel para Cardozo, como mero finalizador ou como parte integrante da fase de criação, servindo de “pivot” para os que vêm de trás. Jogadores como Léo e Nélson poderão ressentir-se em termos de protagonismo, mas, por exemplo, os movimentos verticais de Katsouranis poderiam ser mais vezes recompensados...

ler tudo >>

Ryan Babel: Liverpool leva o "clone" de Henry

ver comentários...

Em Inglaterra e como previsto, o Liverpool continua a preparar-se para entrar de forma mais séria na corrida pelo título. Têm sido muitos (se calhar demasiados) os nomes confirmados em Anfield e o último é um sério candidato a uma longa carreira de sucesso na Premier League: Ryan Babel.

Babel é um jogador que joga como falso ponta-de-lança, descaindo sobre a esquerda, de onde parte com a bola controlada no seu pé direito. Alto, esguio e com arranque extremamente poderoso, Babel é, na minha opinião, actualmente a mais fiel cópia de Thierry Henry. Curiosamente, houve quem dissesse que Babel se ajustaria bem melhor na filosofia de jogo do Arsenal, o que, aos meus olhos faz todo sentido. Fica a dúvida de quais as pretensões de Benitez para o jogador, se a utilização como extremo, se como avançado. Na minha opinião beneficiaria muito mais com a segunda hipótese.

Finalmente um detalhe. Babel é, aos 20 anos, uma das mais promissoras estrelas do futebol europeu. O facto de ter saído por menos de 20 milhões de Euros ilustra o quão valorizados estão os talentos lusos (ou a jogar por cá) na Europa. Babel pode ter também terminado com as hipóteses de Quaresma ou Simão rumarem a Liverpool.


ler tudo >>

Futebol, Religião e... o polémico anúncio do Getafe

ver comentários...

ler tudo >>

12.7.07

Sporting: Ameaça sobre a linha de golo

ver comentários...
Quando os jornais anunciavam o eternizar da relação entre Ricardo e o Sporting, eis que, num repente, o divórcio se consuma. As razões desta súbita alteração no rumo da carreira do guarda redes tem, creio eu, 3 motivações, todas elas relacionadas: (1) primeiro, Ricardo já há muito que demonstrava a sua vontade em experimentar o estrangeiro, (2) depois houve a argumentação sobre os impostos e os seus efeitos no vencimento liquido – este parece-me um motivo picuinhas para quem era um dos mais bem pagos do plantel. (3) Finalmente, a posição do próprio Sporting que, perante a vontade do jogador, também não pareceu muito hesitante em decidir a favor da mais valia financeira imediata.

Sobre as qualidades de Ricardo, creio que estamos longe de estar perante um guarda redes da elite mundial, mas tenho sobre ele a opinião de que é hoje garante de qualidade e estabilidade, sendo actualmente um justo titular da Selecção e uma aposta ganha de Scolari. Se, há poucos dias, defendi aqui que a questão defensiva era, no Sporting, sobretudo garantida pela qualidade dos processos defensivos implementados por Paulo Bento, no caso do guarda redes, a coisa é bem diferente. A qualidade do rendimento do guarda redes está altamente dependente dos seus atributos individuais e, neste contexto, um Sporting assume um risco sério para 07/08.
Sobre o substituto, Vladimir Stojkovic, devo começar por dizer que o seu nome me ficou gravado desde o Europeu de sub21 em que se revelou quase inultrapassável. Trata-se, curiosamente, do irmão do mítico Vladan que jogou no Leça, um jogador com uma envergadura física impressionante, sendo não só alto mas muito bem constituído. Desse torneio para cá, no entanto, Stojkovic tem-se revelado inconstante com algumas decisões nem sempre felizes e, sobretudo, algo pesado no momento de reagir. 06/07 tornou-o numa dúvida, sendo agora inevitável lembrar casos como Ivkovic ou Kralj. O Sérvio tem, aos 23 anos, um grande potencial e margem de progressão mas a pressão em que incorrerá no Sporting pode não ser facilitadora para a afirmação e esse será um dos maiores riscos de Paulo Bento.

Stojkovic foi uma aposta de início de época do Nantes, começou como titular mas foi vitima dos resultados negativos da equipa, perdendo a titularidade para um jovem e inexperiente Vincent Briant. Em Dezembro recuperou a titularidade mas os 3 jogos consecutivos sem sofrer golos não impediram que fosse emprestado ao Vitesse, numa altura em que o Nantes tinha acordado a contratação de Barthez. Na Holanda chegou à titularidade apenas em Março, realizando 8 jogos na Liga.

ler tudo >>

Pepe recebido... de nariz torcido!

ver comentários...



Se cá achamos estar mal habituados com capas sensacionalistas de jornais, então o que dizer de Espanha? Durante todo o ano os principais matutinos desportivos geram ilusão entre os adeptos dos grandes clubes (particularmente do Real Madrid) com nomes de vedetas mundiais na eminência de serem contratados. Pois bem, a verdade é que o campeonato português não faz parte das preferências televisivas da generalidade dos adeptos madrilenos e a notícia da aquisição de Pepe foi vista como um sinal de incompetência da gestão desportiva do Real. No centro da contestação está a avultada soma com que o negócio foi anunciado, sendo que nomes bem mais populares (como Gabriel Milito para o Barcelona) têm sido, paralelamente, contratados por outros clubes e por verbas bem inferiores. Há ainda a questão do enquadramento de Pepe nas necessidades Merengues, com o Real a ter vários nomes para a posição de central (Sérgio Ramos, Helguera, Cannavaro e, agora, Metzelder).


Não querendo discutir o ajuste da contratação ao plantel nem mesmo a soma envolvida, esta reacção popular merece-me dois comentários: (1) Claramente (e ao contrário do que muitos ainda acreditam), a nossa liga é muito pouco vista pelos adeptos dos grandes países europeus, e (2) no Real há uma obsessão mediática que impede que muitos reflictam um pouco para pensar que, um dia, também os tão cobiçados Ronaldo ou Kaká foram jovens transferidos por elevadas somas desde campeonatos pouco valorizados!

ler tudo >>

Willian: "onde você quiser..."

ver comentários...

ler tudo >>

11.7.07

A vez de Pepe

ver comentários...
Quase 2 meses depois, o mundo do futebol volta a pôr os olhos em Portugal para, desta vez, se concentrar num tal de Pepe, em quem o Real Madrid decidiu despender a avultada soma de 30 milhões de Euros. Também pela segunda vez num curto espaço de tempo, o FC Porto vê partir uma das suas estrelas, mas por uma soma que poucos se atreverão a classificar menos do que irrecusável.

Se em termos financeiros, estas mais valias são bem vindas por forma a aliviar o colapso financeiro da SAD, já em termos desportivos a coisa não será tão positiva para o FC Porto e os seus adeptos. É que, na minha opinião, o Real Madrid leva mesmo um grande jogador. Jovem e tecnicamente evoluído, Pepe é dos centrais mais impressionantes que vi jogar em Portugal, aliando uma capacidade fisíca impressionante a um bom sentido posicional. Pepe é forte em praticamente todos os aspectos em que um central deve ser e, a meu ver, um candidato a afirmar-se num futebol e num clube onde ser-se defesa central não é nada fácil. Aliás, no Real Madrid não existirá margem para deslizes e a Pepe exige-se, acima de tudo, carácter e concentração na hora da afirmação...
No Porto abre-se uma lacuna importante para 07/08 e, francamente, duvido que se consiga um substituto à altura do ex-central do Marítimo. No entanto, e pegando no que escrevi ontem sobre o Sporting de Paulo Bento, no que respeita ao consumo interno (na Europa, a conversa será outra), o Porto tem tudo para não se sentir demasiado perturbado com esta perda. Jesualdo é um treinador cujas equipas se organizam bem sem bola (ainda que o “pressing” seja muitas vezes pouco agressivo) e o substituto de Pepe encontrará no Dragão boas condições para ter sucesso nas suas funções. Neste aspecto sou da opinião que o mais insubstituível dos jogadores azuis-e-brancos ainda se mantém à disposição de Jesualdo: Ricardo Quaresma.

ler tudo >>

Wesley Sneijder: Quem quer?

ver comentários...
Entre os muitos nomes que têm sido ventilados como alvo dos grandes clubes europeus há um que estranho particularmente não ser alvo de maiores atenções: Wesley Sneijder.

Sneijder é um médio ofensivo de 23 anos que já leva, pela “Laranja”, mais de 30 partidas, sendo um dos mais influentes elementos do Ajax. Não tem o brilhantismo dos dribles sul-americanos (ou, se quiserem, portugueses), mas é um jogador extremamente rápido e com uma precisão rara a partir das imediações da área. Esta época, “explodiu” no campeonato Holandês, apontando uns impressionantes 18 golos – muitos deles foram destacados aqui pela sua qualidade. O pormenor mais impressionante em Sneijder é o facto da sua meia distância ser forte com ambos os pés, o que o torna particularmente imprevisível para qualquer defensor.
Para já, Sneijder tem sido apontado como alvo de alguns clubes dos mais importantes campeonatos, mas não me espantaria se algum deles chegasse mesmo a perder a cabeça.

ler tudo >>

Pontaria de Rooney: a outra versão!

ver comentários...

ler tudo >>

10.7.07

Sporting: O risco está na frente

ver comentários...
Há uns dias, quando abordei aqui a política de aquisições do Benfica, referi-me à necessidade que os encarnados revelam de, individualmente, reforçar aquele que é o sector onde colectivamente são mais fracos. Curiosamente, a alguns metros da Luz, o problema põe-se, na minha opinião, no outro extremo do campo.

No Sporting, para além da questão do ponta de lança (cujo perfil já está perfeitamente definido em face dos objectivos de jogo), existe um “caso” que se repete desde a época transacta e que, novamente, marca a definição do plantel no início de temporada: Marco Caneira. Os motivos de tanto apreço leonino pelo defesa polivalente são evidentes, Caneira é um defesa que encaixa perfeitamente no perfil ideal de Paulo Bento. Concentrado, sóbrio e com uma excelente leitura dos espaços, Caneira é, em qualquer das posições em que actue, um excelente intérprete dos princípios defensivos do treinador e a sua presença – não me interpretem mal – é relevante. O ponto em que quero tocar, no entanto, prende-se com o facto de entender que no Sporting o maior risco para o sucesso desportivo da época está, independentemente do desenlace do “caso” Caneira, na fase ofensiva do jogo verde-e-branco. É que com ou sem Caneira, estou em crer que o Sporting de Paulo Bento voltará a ser um sério candidato a melhor defesa da prova, isto porque os princípios de jogo de Paulo Bento assentam precisamente num grande enfoque em torno do equilíbrio e bom posicionamento defensivos. Paulo Bento tem depois, e para além da mera opção filosófica do “jogar”, o mérito sistematizar processos de jogo evoluídos (assentes num pressing zonal, muito bem coordenado) que tornam as suas equipas tão difíceis de bater. Assim, parece-me que, pelo menos internamente a questão individual não é tão premente na defensiva do Sporting. Aliás, repetidamente as pessoas se questionam como é possível haver tanta discrepância no nível exibicional de alguns defesas (Polga, Anderson e Bruno Alves são exemplos), tão regulares numas épocas e tão irregulares noutras. Estou certo de que muito se explica pela organização defensiva das equipas onde alinham e, normalmente, as mudanças na performance individual são coincidentes com alterações nas equipas técnicas ou nos princípios de jogo das equipas.
Se na fase defensiva as coisas estão – a nível interno, repito – asseguradas pela organização colectiva, já no capítulo ofensivo o Sporting corre alguns riscos. 06/07 foi, de resto, uma época onde ficou patente como os cuidados com o equilíbrio e organização defensivos podem ser prejudiciais no momento de atacar. Neste aspecto Paulo Bento está muito mais dependente da qualidade individual ao seu dispor e foi precisamente pelo crescimento exibicional das individualidades Romagnoli e Nani que os leões melhoraram no final da temporada. Para 07/08 o Sporting precisa de acertar em cheio em, pelo menos, 1 aquisição, entre Vukcevic, Izmailov e o avançado que falta. A verdade, no entanto, é que o investimento financeiro não foi, para já, elevado, não existindo certezas de que Vukcevic ou Izmailov possam trazer para Alvalade um rendimento que não produziram no passado recente. Neste aspecto, fica uma curiosidade: será que Paulo Bento vai utilizar as características físicas do novo avançado para introduzir um estilo mais directo no jogo ofensivo do Sporting 07/08?

ler tudo >>

AddThis